terça-feira, 22 de março de 2022

O algoritmo das redes sociais: geração de conteúdo para o mercado varejista

        CONSUMO DE CONTEÚDO DE PRODUTOS NO MERCADO VAREJISTA - PÓS PANDEMIA

    A pandemia remodelou a forma como consumimos bens e serviços no mercado. Muitas mudanças podem ser citadas no comportamento de consumo do mercado e essas mudanças tornaram possível a ascensão de um novo tipo de veículo de massa. Se antes para disputarmos a atenção do consumidor no ponto de venda físico para o ensino do uso e do custo benefício de um produto que estava sendo vendido bastava uma bom trabalho do visual merchandising na vitrine, uma boa campanha em mídias de massa tradicionais com uma atriz famosa e um bom trabalho de comunicação da galera do marketing - hoje o cenário mudou!

    O consumo se tornou mais consciente refletindo uma preocupação do consumidor se a empresa está ou não seguindo com a legislação e diretrizes socioambientais, ou seja, estamos mais preocupados com o todo e o conteúdo daquilo que estamos comprando. Outras mudanças referentes aos canais de consumo também pode ser observadas, o volume de compras digitais teve um aumento significativo e ampliou diversos e-commece e marketplace e a principal praça para agora ser disputa de aprendizado de produtos e propagando não são mais as lojas físicas e sim o universo digital.


Conheça 11 dos principais influenciadores de Joinville Artigo - ND mais – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

    O consumo de conteúdo sobre a decisão de comprar ou não de um produto também mudou, as pessoas ampliaram as redes de contatos e trocas de informações sobre custo benefício e qualidade de produtos, e agora o consumidor se guia pelas referências que acreditam ser verídicas e não mais por que uma atriz famosa está fazendo a propagada. Hoje há mais legitimidade na criação e conteúdo de pessoas anônimas mas com alcance nas redes sociais do que as tradicionais mídias de massa. E a estes anônimos nós chamamos de criadores de conteúdo ou apenas influenciadores.

    Junto a essa mudança no padrão de consumo do mercado, foi acompanhada a mudança nos algoritmos das redes sociais. A remoção do recurso de curtida foi um recado para o mundo: o instagram está priorizando geração de conteúdo e não mais publicações que gerem muita curtida, portanto, quando alguém publicava um post, se ele estive com conteúdo na legende, pessoas falando, vídeos mais longos, algoritmo rapidamente distribuía esse conteúdo para mais e mais pessoas. Desta forma, os criadores de conteúdo ou influenciadores começaram a surge nas redes sociais gerando conteúdo de qualidade. Unido este fato ao crescente consumo na pandemia, o conteúdo com mais aderência por parte dos usuários eram aqueles sobre produtos.



Farofa da Gkay Artigo - Diário do Nordeste – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

A ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS AOS ALGORÍTIMOS DAS REDES SOCIAIS

    A partir disso as marcas varejistas iniciaram a corrida para fechamento de contrato com influenciadores para gerar conteúdo sobre seus produtos: como usá-los, dicas, comparativos entre produtos e assim por diante. Além da adaptação para as plataformas digitais e quem assumiria esse papel de ensino sobre o produto, para se adequar ao algoritmo as empresas também entenderam que precisavam fugir dos padrão que antes trabalhavam nos pontos de vendas. 

    Não é mais possível trabalhar com uma atriz famosa para toda a linha de produtos, é preciso diversidade. E a diversidade aqui não é citada somente pela necessidade de inserir outros grupos como referência na comunicação (fato indispensável), mas para sair das ''bolhas digitais'' que o algoritmo cria.



PRAZERES ENGANOSOS - O jovem da típica família americana mostrado em O Dilema das Redes: tecnologias de compartilhamento social trouxeram avanços, mas põem a humanidade na berlinda - Expsoure Labs/Netflix

    Se você é um imigrante, você vai cada vez mais consumir conteúdo sobre imigração, adaptação em um novo país e assim por diante a rede social filtro e manda conteúdos para a sua time line cada vez mais focado no conteúdo que você consome, então você quiser que o conteúdo da sua empresa chegue para este grupo, você precisa se adaptar. Criadores de conteúdos pretos, mulheres, com PCD, comunidades LGBT são grupos que você precisa inserir na sua estratégia de alcance para alcançar realmente todos os potenciais consumidores.

    Em uma vitrine de shopping, todo o público passava pela loja e se adaptava para ver o produto exposto, hoje no meio digital você precisa ir até o consumidor e ir se adaptando a ele. E ai está o papel forte e importante dos criadores de conteúdos e influenciadores, são eles a porta de entrada para esse novo perfil de consumo.

O novo documentário da Netflix: O dilema das redes sociais retrata como as empresas estão tendo que se adaptar as redes sociais e como as redes sociais tem se moldado para cada vez mais reter a atenção do usuário e traz diversas reflexões e criticas sobre a personalização excessiva, técnicas de UX designer e SEO aplicadas em páginas de consumo e entretenimento. Podemos analisar a essa discussão também com a adaptação dos criadores de conteúdos e empresas para reterem a atenção do usuário.

Fica a recomendação para a leitura e previa do documentário para aqueles que gostariam de entender mais sobre o assunto: O Dilema das redes sociais.

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