Disciplina: Redes Sociais e Virtuais
Márcia Andréa de Almeida
Matrícula: 18105498
Estamos
na era digital, e certamente isso fará parte de nossas vidas para sempre, hoje temos
consultas médicas on-line, reuniões de trabalhos, aulas sobre diversos temas, notícias
e uma enormidade de coisas que podemos imaginar ou não é produzido no mundo
digital e tomou conta do cenário mundial, a pouco tempo, para certas
comunidades conseguirem se comunicarem com o mundo exterior era possível
somente por carta, não que isso tenha mudado em certas regiões, mas a comunicação
já melhorou muito, graças a disseminação da tecnologia da informação e
comunicação (TIC).
A
pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2, que é responsável em causar a doença
Covid-19, propiciou um cenário no qual a sociedade se viu obrigada a interagir
com o mundo digital mais frequentemente, e de uma hora para a outra houve a
necessidade da realização de compras on-line, estudos, socialização. Pessoas
que antes nunca tinha realizado uma conferência on-line ficaram reféns dela
para poder ver um parente ou um amigo estimado.
A
pandemia também nos evidenciou um grave problema, o acesso a esse mundo
digital, não que essa situação já não existisse, porém aflorou por causa da
necessidade do distanciamento social. Alunos de redes públicas de ensino com
dificuldades de acesso e até mesmo sem acesso à internet passaram a serem noticiados
pelos meios de comunicação. A BBC publicou uma matéria em 08 de novembro de
2021, intitulada “Aluno dividia celular com dois irmãos: 51% na rede pública
ainda não tem acesso a computador com internet”, https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59182968,
na qual noticiava que 51% dos alunos ainda
não possuíam acesso a internet, além de tratar do caso dos irmãos que tinham a
necessidade de dividir um aparelho de celular, também trata da falta de conectividade
com internet em vários lugares, e a falta de equipamento para acesso as aulas.
Em 21 de outubro do mesmo ano a CNN publica outra matéria sobre o assunto intitulada
“Pesquisa: Maioria dos estudantes teve problemas no acesso à internet durante
aulas remotas”, https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/pesquisa-maioria-dos-estudantes-teve-problemas-no-acesso-a-internet-durante-aulas-remotas/.
No dia 21 de abril de 2020, a página do Jornal Nacional no G1publicou uma matéria sobre o assunto, https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/04/21/trabalhadores-relatam-problemas-para-receber-os-r600-de-auxilio-emergencial.ghtml, nela é tratado sobre a dificuldade de recebimento do auxílio emergencial, que as pessoas que não possuíam contas no sistema bancário tiveram o beneficio pago pela Caixa Econômica Federal pagos por meio de uma conta poupança social da Caixa, porém o acesso a essa conta é por meio digital a princípio, dificultando a vida dos mais necessitados.
Inclusão digital, segundo Bonilla e
Pretto (2011) o assunto vem sendo tratado por políticas públicas desde 1999,
com o lançamento do “Programa Sociedade da Informação”, posterior a isso já
foram criados vários projetos para tratar do assunto, conforme o site do Ministério
da Economia hoje os principais programas são:
ProInfo, programa nacional de tecnologia
educacional para promover o uso da tecnologia como ferramenta de enriquecimento
pedagógico no ensino público fundamental e médio;
Serviço
de Atendimento ao Cidadão (GESAC), direcionado as comunidades carentes, sem acesso a mundo
tecnológico;
Programa
Cidades digitais,
visa modernizar a gestão, com a ampliação de acesso aos serviços públicos e
promoção do desenvolvimento dos municípios brasileiros por meio da tecnologia;
Centro
de recondicionamento de computadores (CRC), são lugares nos quais há a
realização de recondicionamento de equipamentos eletrônicos, com a realização
de cursos e oficinas voltados para a profissionalização dos cidadãos;
Programa
Wi-Fi Brasil (Gesac),
tem a intenção de proporcionar acesso a conexão à internet gratuitamente para
todas as localidades do Brasil;
Investimento
em Inclusão Digital,
acordo para investimento em inclusão digital;
Além
dos programas acima temos, programa reciclotech, iniciativa global para
inclusão na tecnologia da informação e comunicação – G3ict, programa viver –
envelhecimento ativo e saudável, projeto Brasil inclusão, ID jovem e programa
horizontes.
Não
somente o poder público possui programas de inclusão digital, a iniciativa
privada também atua nessa frente, empresas possuem projetos para atender essa necessidade
tão importante para o desenvolvimento e inclusão do cidadão, entre elas tem a
Fundação Bradesco com cursos de tecnologia https://www.ev.org.br/areas-de-interesse/tecnologia.
Bonilla
e Pretto (2011) colocam que as desigualdades relacionadas ao acesso as
tecnologias da informação e comunicação seguem o mesmo caminho da desigualdade
social. Para os autores, não basta apenas dar acesso as tecnologias, e sim
possibilitar que os cidadãos se apoderem delas, ou seja, possibilitar que o uso
seja realizado conforme o interesse dos usuários, e não por meios de regras
como as existentes em vários programas, que estabelecem o que pode ser
acessado, em qual período e para qual utilização.
Para
Lemos, é necessário que se desenvolva processos cognitivos questionadores sobre
as TIC, e não apenas possibilitar o acesso material das tecnologias.
O que será essa Sociedade da Informação? Quem será esse
indivíduo incluído? E o que ele fará em posse dessas novas ferramentas? Pouco
importa. Faz-se assim a felicidade de empresas, ONGs e tecnoutópicos que vão
nos vender, sob essa ideologia, mais e mais brinquedinhos tecnológicos. (LEMOS,
2003, p. 1)
A cultura e a educação sempre estão
envolvidas na questão da inclusão digital, porém nem sempre são discutidas
quando da implantação de programas de inclusão.
Um
excluído digital tem três grandes formas de ser excluído. Primeiro, não tem
acesso à rede de computadores. Segundo, tem acesso ao sistema de comunicação,
mas com uma capacidade técnica muito baixa. Terceiro, (para mim é a mais
importante forma de ser excluído e da que menos se fala) é estar conectado à
rede e não saber qual o acesso usar, qual a informação buscar, como combinar
uma informação com outra e como a utilizar para a vida. Esta é a mais grave
porque amplia, aprofunda a exclusão mais séria de toda a História; é a exclusão
da educação e da cultura porque o mundo digital se incrementa
extraordinariamente. (CASTELLS, 2005)
Apesar
dos vários programas e projetos existentes para inclusão digital, ainda estamos
muito longe de uma sociedade totalmente inclusiva, onde para termos acesso a rede
de computadores – internet é caro, e em muitas localidades inexistentes. Além
do fato da crise econômica, na qual muitas vezes tem que se escolher em pagar o
plano de acesso a internet ou compra alimento, ou pagar a conta da água, da
energia elétrica, ou compra um botijão de gás.
Em
uma pesquisa rápida na internet com o termo “inclusão digital nas escolas” para
ilustrar este artigo, foi possível observar a não representatividade de inúmeras
escolas públicas do país, as quais possuem salas de informática que não contam
com computadores para todos os alunos de uma turma e até mesmo as que não
possuem salas de informática.
Em
meio a uma pandemia, na qual mudou drasticamente a situação de vida da população
e diante da evolução em escala geométrica das TICs, tornasse cada vez mais imprescindível
a inclusão digital de fato.
BONILLA, Maria Helena Silveira; PRETTO, Nelson de Luca. Inclusão digital: polêmica contemporânea. polêmica contemporânea. 2011. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/qfgmr/pdf/bonilla-9788523212063.pdf#page=24. Acesso em: 10 fev. 2022.
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remoto na pandemia: os alunos ainda sem internet ou celular após um ano de
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Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/inclusao-digital/#conceito.
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