Síndrome de Burnout passa a ser considerada uma doença ocupacional
Aluno: César Morais Ferreira
Matrícula: 17205086
Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Síndrome de Burnout
A síndrome de burnout nunca foi tão falada quanto nos dias atuais e com razão, a doença ocupacional leva a pessoa a um esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico que foi descrito em 1974 pelo médico americano Freudenberger. O transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e é uma das principais causas impactantes na saúde e/ou no contato com serviços de saúde, entre todas as outras.
Pessoas que estão sofrendo da síndrome ficam sob um alto estado de tensão emocional e estresse crônicos, geralmente provocados por condições desgastantes no trabalho, sendo condições físicas, emocionais e psicológicas.
Professores e policiais estão entre as classes mais atingidas, contudo outras classes manifestam problemas com a síndrome também, principalmente quando enfrentam dupla jornada, correndo um risco maior de desenvolver o transtorno.
As pessoas que passam pelo transtorno sentem uma sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como por exemplo:
● Ausências no trabalho;
● Agressividade;
● Isolamento;
● Mudanças bruscas de humor;
● Irritabilidade;
● Dificuldade de concentração;
● Lapsos de memória;
● Ansiedade;
● Depressão;
● Pessimismo;
● Baixa autoestima.
Além disso, alguns sintomas que podem estar associados à síndrome, que são comuns: dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, entre outros.
Pandemia e modelo de trabalho Home-office como fator agravante
O ano de 2020 foi marcado pelo início da pandemia do COVID-19 no Brasil e no mundo, é inegável que a pandemia trouxe um aumento preocupante do número de trabalhadores diagnosticados com a síndrome de burnout.
Uma pesquisa realizada pela LHH do Grupo Adecco trouxe que 38% das pessoas entrevistadas afirmaram terem sido afetadas pela doença ao longo do ano de 2021 e 32% das pessoas entrevistadas afirmou que houve uma piora considerável da saúde mental.
O Ministério Público do Trabalho também divulgou que houve um aumento de 30% nos pedidos de auxílio-doença por trabalhadores com algum transtorno psicológico entre os anos de 2019 e 2020.
Por outro lado, a pandemia fez com que muitas pessoas tivessem suas rotinas alteradas e passassem a exercer sua profissão e trabalhar de sua própria casa, uma pesquisa feita pela Capterra identificou que a cada 10 trabalhadores, 7 tiveram algum sintoma de moléstia após as mudanças para o trabalho remoto.
Diante deste novo cenário mundial, muitas empresas, para continuar operando, tiveram que se adaptar ao modelo home-office, o mesmo vale para os trabalhadores que tiveram suas vidas muito impactadas pelo vírus da COVID-19.
O ponto central é que as pessoas, na grande maioria dos casos, têm dificuldades em se desconectar do trabalho no atual regime de home-office e o ambiente de trabalho parece se misturar com as suas horas mais privativas em sua casa.
A Oracle realizou uma pesquisa e levantou que 87% dos brasileiros afirmaram enfrentar esse problema com o home-office. O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, ainda afirma que os casos de ansiedade e depressão aumentam significativamente desde então.
Considerações finais e possíveis soluções para o futuro
Considerando o atual cenário e todas as complicações provocadas pela pandemia, não sabemos ao certo qual será o impacto em um longo prazo. Contudo, como houve um aumento significativo dos desafios enfrentados no modelo home-office, existe uma grande preocupação em âmbito global.
Portanto, as empresas precisam se preocupar cada vez mais com seus colaboradores, para identificar o mais rápido possível algum tipo de transtorno para prestar o auxílio necessário.
O tema sempre foi uma questão sensível e muitas vezes com pouca abertura para ser discutida no trabalho, mas a pandemia quebrou muitas barreiras, trouxe muitos problemas à tona que precisam ser discutidos e acima de tudo, tratados com responsabilidade e seriedade.
A pandemia por si só, pode despertar o medo de perder o emprego, por não alcançar metas estabelecidas e se ver sem uma renda em meio a um momento tão complicado, esses são fatores agravantes que podem culminar no surgimento de um distúrbio.
Acredito que tudo deve começar com uma mudança de cultura de uma maneira geral, o home-office sempre existiu, talvez no Brasil menos e não é estranho que seja necessário um período maior para adaptação e aceitação, tanto por parte do empregador, quanto por parte do empregado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Varella, Drauzio. Título: Síndrome de burnout (esgotamento profissional). UOL, 2011. Disponível em:
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-burnout-esgotamento-profissional/: Acesso em 13/02/2022.
Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/saude/home-office-e-trabalho-hibrido-desencadearamcasos-de-burnout-entre-jovens-aponta-estudo/. Acesso em 13/02/2022.
Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/saude/sindrome-de-burnout-mais-comum-no-home-offi
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Disponível em https://www.contabeis.com.br/artigos/6698/70-dos-trabalhadores-de-pmes-em-home
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Disponível em https://www.consumidormoderno.com.br/2020/10/21/42-dos-brasileiros-em-home-offi
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Disponível em https://vejario.abril.com.br/coluna/gilberto-ururahy/cansaco-home-office-explosao-bu
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