AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
PROFESSOR: MARCIO VIEIRA DE SOUZA
GRADUANDO: Stanley Amilcar
MATRÍCULA: 19200686
A UBERIZAÇÃO DA ECONOMIA
COMPARTILHADA
Na
necessidade de reduzir o hábito do consumo, fazer a desmonopolização do uso de
bens e serviços, os consumidores podem usufruir de um produto/serviço sem
precisar adquiri-lo permanentemente, emergir por uma linha mais sustentável. Nos
Estados Unidos, algumas grandes empresas na década de 2000 conseguiram levar em
um patamar mundial o conceito da economia compartilhada, evidentemente o
conceito existiu muito tempo atrás, bem antes da era da tecnologia e das redes sociais
virtuais.
O
termo economia compartilhada, impulsionada pelos avanços tecnológicos que
propiciaram a redução dos custos das transações on-line peer-to- peer (SHIRKY,
2012), viabilizando a criação de novos modelos de negócio baseados na troca e
no compartilhamento de bens e serviços entre pessoas desconhecidas (SCHOR,
2014). Com a chegada das startups e a evolução da redes sócias virtuais,
grandes ideais de melhorias surgiram para proporcionar aos consumidores o fácil
acesso a muitos bens e serviços de formas simples, desde que cumpram a política
e normas dos aplicativos para assim usufrui-las.
Alguns
exemplos de empresas da economia compartilhada:
Happymoment
O
Happymoment é um aplicativo de compartilhamento de experiências, momentos e
lugares. Pessoas que buscam conhecer lugares novos e a impressão dos usuários
que já visitaram esses locais, e uma plataforma sem custo até este exato
momento.
Rentbrella
A
primeira empresa de compartilhamento de guarda-chuvas da America Latina.
A
empresa atua em São Paulo, por apenas 1 real por hora. O usuário libera o
guarda-chuva pelo aplicativo e pode pegá-lo em um ponto de retirada. Quando não
precisar mais, pode devolver em outro ponto.
Tem Açúcar?
O
aplicativo facilita o empréstimo de objetos entre vizinhos, proporcionando mais
economia e uma boa relação entre os moradores próximos.
A proposta da empresa é estimular o
consumo consciente e sustentável de itens.
Além
dessas empresas, existe as gigantes do mercado como 99, Uber, Cabify, enjoie
Arbnb e muito mais. A economia compartilha trouxe grandes vantagens tais quais;
redução de custo, maiores oportunidades de networking, alinhamento com as
tendências e muito mais.
Assim
como toda história existe dois lado, a gente pode se sentir confortável e feliz
para aproveitar tudo de bom que a economia compartilhada oferece, porém muita
das grandes empresa que eram Startups anos atrás mudaram de conceito e se
tornaram empresas multinacionais com objetivo de lucrar a todo custo, e com
ajuda da crise e o desemprego o que era um hobby se tornou emprego para muita gente,
o “ganha pão” de muitas famílias, o desejo de compartilhar tanto objeto quanto serviço
se tornou uma dor de cabeça para quem está disposto a se conectar a este novo conceito.
Karl
Marx (2015) fala sobre a exploração da classe trabalhadora e o princípio da
acumulação do capital a partir do conceito de mais-valia. A teoria marxiana
argumenta que o trabalhador vive da venda da sua força de trabalho e o excedente
da força de trabalho ou tempo de trabalho efetivo e não remunerado caracteriza
o mais-valor, esse é o lucro gerado pelo que o capitalista recebe do
trabalhador, mas não paga por ele. Nas plataformas digitais, esse excedente de
trabalho é caracterizado como a disponibilidade não remunerada gerada pela
espera entre as chamadas, fazendo com que as empresas não tenham funcionários mas
sempre tem força de trabalho disponível e não remunerada.
No
início dos anos 2009 nos Estados Unidos, os empresários Garrett Camp e Travis
Kalanick, inovaram o conceito de mobilidade por aplicativos projetados
especificamente para transferir pessoas de um lugar para outro na cidade, hoje
este conceito se popularizou mundialmente segundo o site Uol. Cerca de 1,4 milhão de
pessoas no Brasil trabalham para aplicativos de transporte de passageiros ou
mercadorias no Brasil, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os transportadores por aplicativos
representam cerca de 31% do total estimado de 4,4 milhões de pessoas alocadas
no setor de transporte, armazenagem e correio no país, segundo o Ipea. As projeções foram feitas com base em
dados e pesquisas do IBGE. Foi assim em 2010, o conceito que era para ser
economia compartilhada se torno uberização.
Para os entregadores e motoristas
ouvidos pela reportagem para o site O Tempo, a relação de trabalho nesse
mercado se tornou algo equivalente à escravidão. Os reflexos dessa conturbada
relação já são sentidos por quem utiliza os serviços, seja por causa do pedido
que não chega nunca ou das inúmeras viagens canceladas em uma mesma
solicitação.
De acordo com o
documentário GIG – a uberização do trabalho, disponível na íntegra no site
da Globo News, no Net Now e no Vivo Play, não há liberdade para o trabalhador, tudo é estipulado
pelo algoritmo. Além das avaliações feitas pelo usuário, que impactam
diretamente no reputação do trabalhador, diminuindo a demanda ou até o cancelamento
da conta.
Desse modo, o
mercado de trabalho brasileiro já estava em crise mesmo antes da chegada dos
apps no pais. A inserção desse tipo de trabalho leva a uma crise social, onde o
desgaste físico e mental tornou-se preocupante na sociedade brasileira. A
informalidade, a alta rotatividade e os trabalhos temporários são na realidade
elementos estruturantes das relações de trabalho. Fato que facilitou a exploração
e trabalho escravo por empresas-aplicativo.
REFERÊNCIAS
Abilio, Ludmila Costhek. Uberização:
Do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado. Centro de Estudos
Sindicais e de Economia do Trabalho, Campinas, São Paulo, Brasil, 2019.
Novas formas de trabalho com apps
pode ser prejudicial a saúde. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/novas-formas-de-trabalho-com-apps-pode-ser-prejudicial-a-saude/
Trabalhadores de aplicativo somam 14
milhões no Brasil. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/reuters/2021/10/07/trabalhadores-de-aplicativos-somam-14-milhao-no-brasil-diz-ipea.htm
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