domingo, 13 de fevereiro de 2022

A uberização da economia Compartilhada


 




UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

PROFESSOR: MARCIO VIEIRA DE SOUZA

GRADUANDO: Stanley Amilcar

MATRÍCULA: 19200686

 

A UBERIZAÇÃO DA ECONOMIA COMPARTILHADA

 

               Na necessidade de reduzir o hábito do consumo, fazer a desmonopolização do uso de bens e serviços, os consumidores podem usufruir de um produto/serviço sem precisar adquiri-lo permanentemente, emergir por uma linha mais sustentável. Nos Estados Unidos, algumas grandes empresas na década de 2000 conseguiram levar em um patamar mundial o conceito da economia compartilhada, evidentemente o conceito existiu muito tempo atrás, bem antes da era da tecnologia e das redes sociais virtuais.

               O termo economia compartilhada, impulsionada pelos avanços tecnológicos que propiciaram a redução dos custos das transações on-line peer-to- peer (SHIRKY, 2012), viabilizando a criação de novos modelos de negócio baseados na troca e no compartilhamento de bens e serviços entre pessoas desconhecidas (SCHOR, 2014). Com a chegada das startups e a evolução da redes sócias virtuais, grandes ideais de melhorias surgiram para proporcionar aos consumidores o fácil acesso a muitos bens e serviços de formas simples, desde que cumpram a política e normas dos aplicativos para assim usufrui-las.

               Alguns exemplos de empresas da economia compartilhada:

Happymoment

               O Happymoment é um aplicativo de compartilhamento de experiências, momentos e lugares. Pessoas que buscam conhecer lugares novos e a impressão dos usuários que já visitaram esses locais, e uma plataforma sem custo até este exato momento.

Rentbrella

               A primeira empresa de compartilhamento de guarda-chuvas da America Latina.

               A empresa atua em São Paulo, por apenas 1 real por hora. O usuário libera o guarda-chuva pelo aplicativo e pode pegá-lo em um ponto de retirada. Quando não precisar mais, pode devolver em outro ponto.

Tem Açúcar?

               O aplicativo facilita o empréstimo de objetos entre vizinhos, proporcionando mais economia e uma boa relação entre os moradores próximos.

A proposta da empresa é estimular o consumo consciente e sustentável de itens.

               Além dessas empresas, existe as gigantes do mercado como 99, Uber, Cabify, enjoie Arbnb e muito mais. A economia compartilha trouxe grandes vantagens tais quais; redução de custo, maiores oportunidades de networking, alinhamento com as tendências e muito mais.

               Assim como toda história existe dois lado, a gente pode se sentir confortável e feliz para aproveitar tudo de bom que a economia compartilhada oferece, porém muita das grandes empresa que eram Startups anos atrás mudaram de conceito e se tornaram empresas multinacionais com objetivo de lucrar a todo custo, e com ajuda da crise e o desemprego o que era um hobby se tornou emprego para muita gente, o “ganha pão” de muitas famílias, o desejo de compartilhar tanto objeto quanto serviço se tornou uma dor de cabeça para quem está disposto a se conectar a este novo conceito.

               Karl Marx (2015) fala sobre a exploração da classe trabalhadora e o princípio da acumulação do capital a partir do conceito de mais-valia. A teoria marxiana argumenta que o trabalhador vive da venda da sua força de trabalho e o excedente da força de trabalho ou tempo de trabalho efetivo e não remunerado caracteriza o mais-valor, esse é o lucro gerado pelo que o capitalista recebe do trabalhador, mas não paga por ele. Nas plataformas digitais, esse excedente de trabalho é caracterizado como a disponibilidade não remunerada gerada pela espera entre as chamadas, fazendo com que as empresas não tenham funcionários mas sempre tem força de trabalho disponível e não remunerada.

               No início dos anos 2009 nos Estados Unidos, os empresários Garrett Camp e Travis Kalanick, inovaram o conceito de mobilidade por aplicativos projetados especificamente para transferir pessoas de um lugar para outro na cidade, hoje este conceito se popularizou mundialmente segundo o site Uol. Cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil trabalham para aplicativos de transporte de passageiros ou mercadorias no Brasil, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os transportadores por aplicativos representam cerca de 31% do total estimado de 4,4 milhões de pessoas alocadas no setor de transporte, armazenagem e correio no país, segundo o Ipea. As projeções foram feitas com base em dados e pesquisas do IBGE. Foi assim em 2010, o conceito que era para ser economia compartilhada se torno uberização.

               

Segundo codificar.com, Uberização é um termo utilizado para expressar um novo formato de negócio suportado pela tecnologia móvel, que conecta consumidores aos provedores de produtos e serviços da forma mais direta, e contribui para o produto final ou agrega customização ao serviço, o que antes era impossível. Este novo conceito da economia compartilhada traz para o mundo atual uma falsa esperança de um mundo mais sustentável de uma qualidade de vida muito mais precária que era antes e a desigualdade social e econômica disparam. Segundo o site Faculdade de Medicina - UFMG, apps de transporte e entrega tornaram-se saídas para o desemprego, mas com condições precárias para o trabalhador.

Para os entregadores e motoristas ouvidos pela reportagem para o site O Tempo, a relação de trabalho nesse mercado se tornou algo equivalente à escravidão. Os reflexos dessa conturbada relação já são sentidos por quem utiliza os serviços, seja por causa do pedido que não chega nunca ou das inúmeras viagens canceladas em uma mesma solicitação.



         De acordo com o documentário GIG – a uberização do trabalho, disponível na íntegra no site da Globo News, no Net Now e no Vivo Play, não há liberdade para o trabalhador, tudo é estipulado pelo algoritmo. Além das avaliações feitas pelo usuário, que impactam diretamente no reputação do trabalhador, diminuindo a demanda ou até o cancelamento da conta.

         Desse modo, o mercado de trabalho brasileiro já estava em crise mesmo antes da chegada dos apps no pais. A inserção desse tipo de trabalho leva a uma crise social, onde o desgaste físico e mental tornou-se preocupante na sociedade brasileira. A informalidade, a alta rotatividade e os trabalhos temporários são na realidade elementos estruturantes das relações de trabalho. Fato que facilitou a exploração e trabalho escravo por empresas-aplicativo.


REFERÊNCIAS

 

Abilio, Ludmila Costhek. Uberização: Do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado. Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, Campinas, São Paulo, Brasil, 2019.

 

Novas formas de trabalho com apps pode ser prejudicial a saúde. Disponível em:  https://www.medicina.ufmg.br/novas-formas-de-trabalho-com-apps-pode-ser-prejudicial-a-saude/

 

Trabalhadores de aplicativo somam 14 milhões no Brasil. Disponível em:  https://www.uol.com.br/tilt/noticias/reuters/2021/10/07/trabalhadores-de-aplicativos-somam-14-milhao-no-brasil-diz-ipea.htm

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