quarta-feira, 20 de junho de 2018

Redes sociais acessíveis: o que você pode fazer para ajudar?



Vivemos em uma sociedade cada vez mais tecnológica. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantados em 2016, 116 milhões de pessoas estão conectadas à internet no Brasil. À medida em que aumenta o número de acessos, da mesma forma aumentam os serviços executados online. Seja no número de compras e vendas (aumento de compras apesar da crise), na utilização institucional dentro das redes sociais (usuários e empresas nas redes sociais) e também na simplificação dos serviços com o surgimento de diversos aplicativos para smartphones, a internet está cada vez mais presente na vida das pessoas.


Contudo, assim como a internet pode simplificar a vida de diversos usuários, ela também pode ser difícil para um grupo de pessoas: aquelas que possuem algum tipo de deficiência. E diferente do que se acredita, esse grupo é bastante representativo em números. Uma pesquisa realizada pelo IBGE divulgada em 2015, apontou que cerca de 6,2% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, seja visual (3,6%), motora (1,3%), intelectual (0,8%) e auditiva (1,1%). A partir dessas informações é possível se chegar a uma conclusão rápida: os sites e redes sociais que não são adaptados para essas pessoas, perdem um número expressivo de acessos.


Um bom exemplo de site acessível:


O site da cantora e compositora Luiza Caspary é um dos bons exemplos de sites acessíveis. Entre os recursos existentes na página estão a audiodescrição, o contraste, o aumento no tamanho das fontes e a linguagem de sinais.


Quais formatos podem ser utilizados?

Muito do que é construído online depende do desenvolvimento da programação dos sites. Em primeiro lugar, se você possui um site, talvez seja uma boa ideia investir nisso. Entre as possibilidades existentes que devem ser levadas em consideração ao programar o site podem ser citados o recurso do tamanho de links e botões utilizados na página. Pessoas com deficiência motora podem ter dificuldade na utilização de mouse e quanto menor forem os botões e links disponibilizados, mais difícil o acesso. Outro elemento, voltado para as pessoas com deficiência visual, é o leitor de tela. Ao abrir um site, o leitor de tela permite que um serviço de audiodescrição faça a leitura (literalmente) daquilo que está escrito na tela. Dessa forma, a pessoa com deficiência visual pode navegar no site tendo a consciência do que está a seu alcance. Um terceiro elemento que pode ser citado é a utilização de navegação via tecla tab. Muitas pessoas com deficiência motora utilizam da tecla tab para circular pelas páginas. Ter a certeza de que essa tecla chega a todos os links e botões da página é importante para que não se tenha limite do acesso.


Linguagem de sinais




Desde 2012, a empresa Hand Talk oferece a tradução digital para a língua brasileira de sinais (Libas). Segundo dados disponibilizados pela empresa, cerca de 80% das pessoas surdas têm dificuldade em ler ou escrever a língua do país, dependendo da comunicação visual para ter acesso à informação.


Audiodescrição e #PraCegoVer

Uma possibilidade mais simples para aqueles que querem tornar os sites acessíveis para pessoas com deficiência visual pode ser a audiodescrição. A partir dela, é descrito com a voz todos os elementos presentes em uma página. Desde a leitura de textos, posições das ferramentas disponíveis e a descrição específica dos elementos.


Além da audiodescrição, uma iniciativa desenvolvida por Patrícia Braille, uma professora da Bahia, vem tomando as redes sociais. A hashtag #PraCegoVer, bastante utilizada no Facebook é baseada na descrição em texto das imagens publicadas. Seja fotografia, ilustração ou qualquer tipo de desenho, o objetivo é transformar em palavras aquilo que se está sendo mostrado. A utilização dessa tag se dá porque em diversos sites há a possibilidade de descrição do que se está escrito a partir de áudio. Contudo, nem todos estão adaptados para fazer a leitura de imagens. Muitas vezes, ao passar o cursor sobre a imagem, leitura nenhuma é feita em audiodescrição. Para as pessoas cegas, as imagens tornam-se apenas espaços vazios nas páginas. Com isso, as pessoas que produzem o conteúdo descrevem de forma detalhada tudo aquilo que é exibido na imagem.







Conheça a página: #PraCegoVer



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