segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

NFT - Passageiro ou Permanente?

Lourenço Claro Galery

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Disciplina: Redes sociais e virtuais

Professor: Márcio Vieira de Souza



    Para discutir sobre a permanência ou não desta novidade que vem ocupando lugar de destaque nos noticiários e rodas de conversa, vamos primeiro entender do que se trata.

O que é?

    NFT é a sigla para Non-Fungible Token, ou no português, Token Não Fungível. Para explicar melhor o que esta tecnologia, vamos ao significado de seu nome. Por Não Fungível, se entende que não pode ser consumido ou substituído por algo de igual valor, ou seja, trata-se de um bem único. Podemos comparar a exclusividade de um NFT, com uma obra de arte, um quadro por exemplo. Por mais que você possa copiar perfeitamente a imagem de uma tela, com o mesmo material, forma de produção e detalhes, ou até mesmo melhorar a qualidade da mesma, ela nunca será igual a original, concedendo a ela o título de exclusiva. O NFT tem a mesma dinâmica, exceto por uma diferença, ela se encontra no mundo digital.

    Mas como provar para uma pessoa, e para toda a comunidade, que aquela simples imagem é sua e apenas sua? Bom, isso só é possível graças a outra tecnologia que já estamos mais acostumados a ouvir falar, a Blockchain. Um dos principais argumentos que popularizou e deu força para a blockchain, criptomoedas, NFTs, e todo este ecossistema virtual, é a característica de ser um sistema descentralizado. Cada participante da rede Blockchain (eu, você, e qualquer outro agente) pode validar um "bloco" de informações, e assim garantir a veracidade da operação. Ou seja, é um ambiente em que todos os participantes validam uma transação. No caso de um NFT, quando este é criado, a rede valida sua criação, bem como valida a posse de seu dono, e futuramente, valida a transação deste para outra pessoa que o deseja adquirir, garantindo segurança para a rede, e mais especificamente, exclusividade para o bem.

Transações milionárias...por uma imagem?

    O exemplo mais conhecido das transações de NFTs, que ajudou a popularizar a tecnologia, devido a suas altas cifras e sua dificuldade de justificar este preço para grande parte das pessoas, foram os Bored Apes (imagem abaixo).



    Estas simples imagens coloridas de macacos, que são transacionadas por milhões de dólares e desejadas por artistas e celebridades, que os expõe como troféus em suas redes sociais, chamaram a atenção do mundo e introduziram ao nosso cotidiano essa febre. Mas como justificar uma valorização tão rápida e absurda de simples imagens que todos podemos copiar e baixar em nossos celulares de graça em questão de segundos? Para responder a essa questão, utilizo novamente e explico o porquê de ter destacado a palavra no tópico a cima, Exclusividade

    Pela primeira vez na história da internet, conseguimos adicionar este fator que já conhecemos muito bem a dinâmica no mundo real. Ao tornar exclusivo e escasso um bem, seja qual seja este bem, os preços começam a ser justificados, mesmo que, irracionalmente. Ele talvez não tenha valor para a maioria, ou uma utilização prática, mas a baixa oferta, e a alta demanda, fazem com que os gráficos de preços destes macacos cheguem nas alturas. Até o advento das NFTs, como você comprovaria por exemplo que um autógrafo foi feito só para você? Ou mesmo que um CD de sua cantora favorita, limitado a 100 cópias fosse seu, sendo que em poucos minutos já existiria o mesmo produto pirata sendo baixado por milhares de pessoas? Agora, isto é possível... E pare para pensar na gigantesca avenida de possibilidades que foi aberta agora.

    Mas então eu concordo que imagens de macacos, penguins, ou qualquer outra imagem digital deva valer milhões? Não, não concordo. Do mesmo jeito que não concordo que quadros devam valer estes mesmos números, mas a escassez somada ao desejo, justifica ambos. Mas agora vamos parar de falar de imagens, e ampliar nossa mente para novas possibilidades. Temos como provar, de onde veio, e para onde vai cada NFT, pela tecnologia Blockchain, isso possibilita que artistas ou qualquer outro profissional, possam cobrar os royalties de seus produtos quando são transacionados, sejam eles o projeto de uma casa, um livro digital, uma música, etc. Mas vamos deixar isto mais palpável. Sabe aquela fila chata para autenticar uma simples assinatura no cartório? Por quê centralizar esta veracidade a um agente ultrapassado, se podemos, em rede, garantir a veracidade e segurança de qualquer firma? Você prefere ter um papel em contrato, dizendo que um imóvel é seu, e guardar a via original a sete chaves? Ou ter um documento digital (NFT), linkado ao seu CPF, que garantirá com o mesmo valor a posse deste?

    Estes são apenas alguns exemplos dos diversos que já existem, e dos infinitos que ainda não existem, mas que espero que possamos começar a vislumbrar a partir de agora.

Conclusão

    Esta é uma novidade para todos, até para os que estão desde sua criação, pois isso não passa de alguns poucos anos. As aplicações estão sendo descobertas a cada dia que passa, e a transformação já começou, e seus pilares não são a novidade, ou o fato apenas de serem exclusivos, mas sim a segurança, e a capacidade de confiabilidade em um sistema descentralizado, que não dependa de um órgão regulador, pois o mercado e seus agentes (nós) que somos os autenticadores da informação.

    Não acredito que as imagens novas que estão sendo lançadas irão valer tanto quanto as pioneiras, mas elas são importantes para disseminar esta nova tecnologia, a que todos nós estaremos inseridos, querendo ou não, em poucos anos.


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Referências

 https://www.meupositivo.com.br/doseujeito/tecnologia/nft-o-que-e-como-funciona/

https://www.wirelink.com.br/o-que-e-nft-como-funciona-quais-os-riscos-sao-interessantes/

https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/02/13/para-que-serve-um-nft.htm



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