É relativo que o comportamento do consumidor influencia alguns fatores no processo decisório no momento da compra, de acordo com Rodrigues (2004) o indivíduo está sempre se ajustando aos novos ambientes sociais. Esse tipo de comportamento é altamente explorado pela mídias sociais, aplicado sobre os usuários e objetivando lucro as empresas proprietárias de determinadas redes sociais.
Com níveis de produtividade cada vez mais crescente é preciso criar uma demanda para escoar a produção e dar continuidade ao consumo. Segundo Rodrigues (2004) a felicidade é confundida com a posse de bens materiais, enquanto o ato de comprar é que garante a realização do indivíduo. Essa relação de sentimento e consumo cria necessidades supérfluas de consumir e alimenta o endividamento devido a grande quantidade de informação que o usuário recebe de produtos de seu interesse durante o uso das redes sociais.
Sobre o e-commerce
As últimas duas décadas no Brasil foram marcadas por inúmeras transformações ocasionadas por novas tecnologias advindas do uso geral da internet. Para Nakamura (2011), e-commerce envolve todos os processos compostos na cadeia de valor que ocorrem dentro do ambiente eletrônico. São utilizadas ferramentas que gerenciam as informações geradas, com o objetivo de auxiliar a empresa em seu processo de venda e o consumidor no processo de compra. O e-commerce é uma modalidade comercial cujas transações são realizadas por meio de plataformas online, com o apoio de computadores, tablets, smartphones, dentre outros equipamentos eletrônicos. Turban (2004) cita que, por comércio eletrônico entende-se “o processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e informações por redes de computadores ou pela Internet”. Turban (2004) ainda diz que na perspectiva do consumidor, o comércio eletrônico facilita a compra de produtos, informação e serviços, informações de entrega das mercadorias, comparação de produtos e serviços na rede, interação social, pagamento online, entre outros.
Segundo o Governo do Brasil (2021) em março de 2021, o Brasil possuía 234 milhões de celulares ativos, o que representa um crescimento de 14,3 milhões de novas linhas se comparado com o mesmo período de 2020, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em março de 2021. Acredita-se que este salto tem tudo a ver com a pandemia da Covid-19, que também fez as compras online explodirem. E como os celulares são porta de entrada para o mundo virtual, é natural que as compras por meio destes dispositivos também cresçam. Segundo o CNDL Brasil (2021) o celular smartphone é o dispositivo mais utilizado nas compras pela internet (87%) em 2021, um avanço de 20 pontos percentuais em relação ao mesmo estudo realizado em 2019. Comércio eletrônico é quase um sinônimo de propaganda virtual, visto que hoje em dia cada vez mais propagandas aparecem por mais tempo e cada vez mais direcionadas.
Propaganda na internet
O objetivo da propaganda, seja tradicional ou seja pela internet, é realizar uma tarefa específica de comunicação a ser concretizada para um público-alvo específico durante um determinado período de tempo. Nas últimas décadas a comunicação de uma organização ganhou um novo aliado: a internet, que rapidamente se tornou o principal canal de comunicação organizacional do mundo. Por meio dela é possível manter um contato direto e próximo com consumidores, oferecendo uma agradável experiência e aumentando a penetração da marca de forma ágil, barata e efetiva. (GABRIEL, 2010).
Comportamento do consumidor na internet
Com a explosão de novas mídias, os consumidores estão mudando drasticamente seus padrões de uso da internet e como eles utilizam diferentes canais para obter as informações que procuram, isso influencia quando, onde e como escolhem as marcas e produtos que pretendem adquirir (BATRA; KELLER, 2016). As mídias sociais permitem que os atores das redes sociais participem, contribuam, promovam, propaguem, opinem e discutam conteúdo e informação de maneira bilateral (TERRA, 2010), isso inclui também interagir com as marcas que agora estão presentes no ambiente virtual, por meio das mídias sociais. São elas, as mídias sociais, que facilitam o trabalho da disseminação de informações. Esse processo, na estrutura de redes sociais, gera engajamento, repercussão do conteúdo e atração de outros usuários (TERRA, 2010).
Endividamento
O endividamento pode ser compreendido como um total maior de passivos do que ativos, seja em uma empresa ou pessoa, é não conseguir pagar tudo que se deve e gastar mais do que pode. Não realizar uma poupança, não investir, pegar empréstimos juntamente não honrando a dívida, e cada vez ter mais contas a pagar são ações que levam a consequência do endividamento que atinge pessoas do mundo todo. Para Piccini e Pinzeta (2014) o endividamento surge do consumismo excessivo, na qual o ser humano adquire dívidas, envolve expressivamente sua renda mensal e não honra seus compromissos financeiros.
Sobre o tema
Diante de um cenário preocupante tanto no Brasil quanto no mundo inteiro, no qual as famílias estão apresentando elevados níveis de endividamento, a alfabetização financeira vem se tornando a resposta chave na busca por melhores resultados. Isso se deve ao fato de que estudos já constataram a ligação entre níveis elevados de alfabetização financeira e maiores chances de planejamento, melhor uso do cartão de crédito, menores níveis de dívida, etc. Um fator que pode agravar o nível de endividamento são as consequências e a facilidade de acesso que as lojas online podem trazer para o consumidor, isso fica ainda mais evidente quando o e-commerce invade as mídias sociais por meio de propagandas de fácil visualização para seus usuários. Cabe saber que o critério para efetuar ou não uma compra passa pela avaliação do indivíduo em ter conhecimento de seu orçamento, e saber se aquele produto em específico pode prejudicar e se tornar, talvez, uma futura dívida. A análise da relação entre educação financeira e endividamento aponta que os piores níveis de dívidas estão associados a baixo conhecimento de educação financeira. Segundo Braunstein e Welch (2002), a ineficiência na gestão do dinheiro deixa os consumidores vulneráveis a crises financeiras mais graves.
É possível observar um cenário de endividamento crescente dentro da sociedade brasileira com uma população endividada, sem conhecimento sobre educação financeira e sem planejamento financeiro, ocasionando um descontrole com relação a suas finanças. O endividamento é causado por diferentes fatores, como comportamento de consumo em buscar e satisfazer as suas necessidades, facilidade ao acesso ao crédito, ausência de planejamento financeiro pessoal, entre outros fatores.
O pressuposto que norteou esse artigo é de que as mídias sociais, através de propagandas de produtos de interesse do indivíduo, influenciam diretamente a decisão de compra dos consumidores. Essa hipótese é atrelada ao consumo excessivo, tendo uma forte correlação com o endividamento dos indivíduos, sendo entendido que as mídias sociais possuem ferramentas de pesquisa e informações de potenciais clientes, atraindo para uma futura compra através de patrocínios ancorados em diversas redes sociais, a fim de expandir sua marca e captando novos compradores.
Discente: Vinicius Pinheiro
Matrícula: 17100961
Disciplina: EGC5019-09304/10301 (20212) - Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Professor: Márcio Vieira de Souza
Referências
BATRA, Rajeev; KELLER, Kevin Lane. Integrating marketing communications: new findings, new lessons, and new ideas. Washington: American Marketing Association, 2016.
BRAUNSTEIN, S.; WELCH, C. Financial literacy: an overview of practice, research, and policy. Federal Reserve Bulletin, Nov. 2002.
CNDL BRASIL (ed.). Pesquisas: Consumo online. 2021. Disponível em: https://site.cndl.org.br/91-dos-internautas-realizaram-compras-pela-internet-nos-ultim os-12-meses-aponta-pesquisa-cndlspc-brasil/. Acesso em: 12 fev. 2022.
GABRIEL, Martha. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2010.
NAKAMURA, A. M. Comércio eletrônico riscos nas compras pela internet. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, 2011.
PICCINI, R. A. B.; PINZETTA, G. Planejamento financeiro pessoal e familiar. Unoesc & Ciência - ACSA, Joaçaba, v. 5, n. 1, p. 95-102, jan./jun. 2014.
RODRIGUES, D. D. O. O uso de cartões de crédito por estudantes de graduação da Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2004. Monografia, Universidade Federal de Viçosa, 2004.
TERRA, Carolina Frazon. Usuário-mídia: a relação entre a comunicação organizacional e o conteúdo gerado pelo internauta nas mídias sociais. 2010. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação)– Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: Acesso em: 12 fev. 2022.
TURBAN, E. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
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