Autor: Thomaz Henrique Santos Rodrigues (18204126)
Há pouco, ser um influenciador digital virou a ocupação dos sonhos: milhares de pessoas os seguem nas redes sociais querendo acompanhar aquilo que elas próprias fornecem: o estilo de vida deles.
Antes do surgimento da internet, o marketing por influência era bem mais simplificado. Enquanto estruturavam uma campanha, as empresas definiam (com base no seu público alvo, claro) qual celebridade contratariam para endossar aquela campanha e, de certa forma, aquela marca. Com o advento da Internet e o avanço das redes sociais, esse processo se tornou um pouco mais complicado.
Como tudo começou?
Em 2003, percebendo as diversas possibilidades de comunicação da internet, Tim O’Reilly criou o termo Web 2.0. Para O’Reilly, agora a internet funcionava como um espaço de aproveitamento da inteligência coletiva. Sendo assim, se você entende as regras desse meio, você consegue sucesso na plataforma. Foi nesse período que, por mais que tímida, começou a transformação do marketing tradicional.
Philip Kotler, conhecido como pai do marketing moderno e autor do livro Marketing 4.0, atribui a inclusão e horizontalização do marketing ao contexto digital. Kotler pontua que a inclusão digital fez com que as barreiras entre os consumidores fossem encurtadas: hoje, a comunicação entre o mensageiro e o receptor é feita de forma ainda mais direta. Esse encurtamento de barreiras possibilitou tanto o surgimento dos digital influencers quanto a necessidade das marcas de manterem um diálogo mais aberto com seu público.
Atualmente, quando pensamos em marketing de influência, logo pensamos nos influenciadores digitais. Líderes de um mercado que só cresce, os digital influencers acumulam milhões de seguidores. Como o número impressiona, diversas marcas buscam esses influenciadores para a promoção de seus produtos, o que faz com que eles ganhem dinheiro através da publicidade. Suas redes sociais, então, passam a funcionar quase como um canal publicitário.
Mas, será que essa é mesmo a maneira ideal das marcas promoverem seus produtos através das redes?
Antes de tudo: o que são influenciadores digitais?
Segundo o blog Neil Patel, “influenciadores digitais são pessoas que se destacam por meio de um ou mais canal na internet. Por meio de sua posição de prestígio, afetam o comportamento e as decisões de compra de seus seguidores”.
Os influenciadores digitais, portanto, estão presentes nas mais variadas redes sociais: Instagram, YouTube, Facebook, Twitter, TikTok, blogs e muitas outras. Para encontrá-los não é difícil. Difícil, na verdade, é não encontrá-los.
As grandes marcas sabem que você certamente tem alguma dessas redes sociais instalada no seu celular. As grandes marcas também sabem que o brasileiro passa 10 horas por dia na internet. As grandes marcas então concluem que, mesmo que despretensiosamente, você já esbarrou como algum influencer enquanto deslizava o dedo pela tela do celular. É inevitável e o mercado sabe disso.
Por esse motivo, influenciadores digitais são tão visados pelas marcas. Seja qual for a sua rede social de preferência, você vai acabar tendo contato com algum deles mesmo que não siga nenhum.
Mas, por que então as marcas começaram a questionar o poder dos influenciadores digitais?
Na época, Arianna Renee tinha 2,6 milhões de seguidores no Instagram e mais de 350.000 no Twitter. O número impressiona e faz com que ela tenha o suficiente para ser cobiçada para promover diversas marcas. Diante da boa relação que tinha com seus milhões de seguidores, Ariana, ou Arii, como é chamada nas redes sociais, decide fechar uma parceria e lançar sua própria linha de roupas.
Para dar andamento no projeto, a empresa que se dispôs a fabricar as peças de roupa exigia que Arii vendesse ao menos 36 camisetas. Eis que o inesperado acontece: Arii não conseguiu. A campanha e a produção das peças foi então encerrada.
Segundo Rafaela Almeida, que é autora do livro “influencers: a nova tendência do marketing online”, “a bolha dos influencers estourou há mais de um ano, ficou desgastado o modelo de acreditar que qualquer instagrammer com seguidores pode incentivar a compra de um produto ou o uso de um serviço”.
O caso de Arianna Renee serviu como um alarme. Não é qualquer pessoa com milhões de seguidores que é capaz de transformar uma campanha em sucesso. O influenciador precisa ser escolhido com cautela, visando o nicho que ele atende e, não necessariamente, acompanhado de mais de um milhão de pessoas em suas redes. Isso torna a escolha de um influenciador digital ainda mais complexa.
Então, o que fazer?
Apesar das controvérsias, o mercado continua a crescer. A previsão era de que, até o final de 2021, o marketing de influenciadores chegasse a US $13,8 bilhões.
Todavia, estudos recentes trouxeram pro marketing de influência uma nova perspectiva: os nano influenciadores, que são aqueles que possuem menos de 5 mil seguidores, são o que geram a maior taxa de engajamento. Em seguida vem os micro influenciadores, aqueles que possuem de 5 a 20 mil seguidores. Surpreendentemente, os influenciadores que possuem mais de 1 milhão de seguidores são aqueles que menos geram taxa de engajamento.
Por esse motivo, 77% dos profissionais da área preferem trabalhar com os nano e micro influenciadores.
Dentre as vantagens de escolher um nano influenciador, os profissionais citam:
A contratação dos serviços é mais barata;
Maior autonomia para escolher o influenciador ideal;
A organização do marketing é feito de forma menos agressiva e mais persuasiva.
Justamente por isso, a contratação de nano influenciadores foi listada pela Forbes como uma das maiores tendências da tecnologia para o ano de 2022.
REFERÊNCIAS
KOELLE, Isis. Influenciadores Digitais: O que são, Importância e Como Ser. 2019. Disponível em: <https://fia.com.br/blog/influenciadores-digitais/#:~:text=p%C3%BAblico%20%C3%A9%20pr%C3%B3ximo-,Como%20surgiram%20os%20influenciadores%20digitais%3F,a%20intelig%C3%AAncia%20coletiva%20para%20evoluir>. Acesso em: 14 fev. 2022.
NEIL PATEL (org.). Influenciadores Digitais: O que São e Passo a Passo Para Se Tornar Um. Disponível em: <https://neilpatel.com/br/blog/influenciadores-digitais/.> Acesso em: 14 fev. 2022.
LIMA, Letícia. Brasil é o 2º país que mais passa tempo na Internet e também o 3º que mais usa redes sociais. 2021. Disponível em: <https://www.tudocelular.com/seguranca/noticias/n179995/brasil-pais-que-mais-usa-redes-sociais.html#:~:text=O%20Brasil%20se%20encontra%20na,e%2017%20minutos%20via%20smartphone..> Acesso em: 14 fev. 2022.
BLANCO, Patricia R. O fiasco dos ‘influencers’ com hordas de seguidores. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/14/internacional/1560521995_585998.html.> Acesso em: 14 fev. 2022.
FINNERAN, Katy. Confira as principais tendências de tecnologia e inovação para 2022. 2021. Disponível em: <https://forbes.com.br/forbes-tech/2021/12/confira-as-principais-tendencias-de-tecnologia-e-inovacao-para-2022/.> Acesso em: 14 fev. 2022.
SANTANA, Leia. Nano influenciadores: O futuro do marketing de influência. Disponível em: <https://www.conteudoinboundmarketing.com.br/nano-influenciadores/.> Acesso em: 14 fev. 2022.
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