Universidade Federal de Santa Catarina
Autor: Gabriel
de Souza
Artigo elaborado para a disciplina de Redes Sociais e Virtuais
A evolução da humanidade fez transcender o
conceito de redes sociais e antes o que era ou poderia ser apenas uma ligação
ou contato entre pessoas que conviviam em mesmo espaço geográfico, evolui para algo
onde a barreira física não é impeditiva e aumenta os pontos de contato e
absorção das informações.
Todos os setores evoluíram durante o processo
de inserção da internet no cotidiano da vida, entretanto, é importante darmos
foco ao mercado acionário brasileiro que apresenta crescimento elevado de novos
CPF’s cadastrados, mês após mês e durante a pandemia do Covid-19, mesmo ao
apresentar quedas marcantes em seu índice, bateu recorde de novos cadastros de
usuários na bolsa.
Até que ponto as redes sociais apresentam
influência nesse acesso de novos CPF’s no mercado financeiro? Qual o papel das
mídias sociais e da rede de informações que giram em torno desse setor?
É através das redes sociais que hoje temos um
debate, que por inúmeras vezes inclusive evolui para discussões acaloradas
entre as partes. A comunicação evoluiu e o formato da informação chegar ao seu
devido ponto ou, neste caso, leitor final, tem sido muito mais rápido através
dos ambientes digitais, onde os internautas têm criado além da sua própria
linguagem, formatos variados para expressar suas opiniões, desenvolver ideias,
dividir conhecimentos e, perpetuar sátiras através de memes.
O mercado financeiro, de todos os setores, com
certeza pode ser assimilado à um dinossauro, famoso “old school” que está na
medida do possível, trocando sua roupagem de “tiozão” para se tornar algo mais “cool”
ou no mínimo acessível a todos. É nesse jeito mais leve e inclusivo, remetendo
ao então século 21 e todas as suas primaveras de libertações e lutas morais que
este setor tem se aproximado dos novos usuários, cujo mais de 60% destes está
entre a faixa de 26 e 45 anos, a famigerada geração millennials.
Pode se dizer que os filhos dos millenials já
nascem com um celular nas mãos, mas se isso acontece, é por conta que toda essa
geração trabalhou (efetiva ou não) para que isso se tornasse realidade. A
absorção de novas tecnologias, o uso e interdependência destas no dia a dia
fizeram com que a informação fosse como netinhos da vovó, quanto mais, melhor!
Só que às vezes, até a vovó fica cansada e essa quantidade de informação
disponível e sendo cada vez mais consumida também precisa de um filtro, a fim
de melhor ser aproveitada ou mesmo, poder ser tomada como verídica.
As redes sociais têm sido um dos maiores meios
de comunicação onde 66,9% dos usuários acompanham as páginas e perfis de
empresas, produtos e serviços. São através destes canais que muitos desses
usuários buscam informação e é deste meio que surge o #FinTwit, uma junção de “Financial
Twitter” que nada mais é do que a forma informal que designa-se a comunidade do
mercado financeiro presente na rede social. Nesta linha, se lançam os “gurus da
finança”, gestores, analistas ou famosos “entendedores/influenciadores digitais”
cujo além de falar de investimentos, comentam sobre cenários econômicos,
produtos, dão dicas e até vendem suas marcas através dos canais.
Com a evolução das mídias, o conceito de rede
une mais e mais capitais humanos e conhecimentos com intuito de pluralizar o
entendimento das finanças e poder alcançar mais pessoas. Foi nesse contexto que
durante a pandemia de Covid-19, a bolsa de valores teve mais de 900 mil nova
contas abertas apenas na contagem de março a julho de 2020, mostrando a força
da difusão da informação e o desejo por melhores retornos financeiros frente à
uma queda até então inimaginável na taxa básica de juros ao patamar histórico
de 2% ao ano.
A pandemia do corona vírus trouxe os lockdowns,
que por sua vez gerou à uma poupança forçada por conta de todos os indivíduos
conscientes estarem em seus lares sem poder gastar com coisas que não eram
necessidades. Nesse sentido, a sobra salarial começou a ser direcionada para reservas
que até então não existiam e, buscando um algo à mais, para uma tomada de risco
mais elevada na procura por melhores retornos no mercado de ações, culpa essa
da renda fixa, que já não se mostra mais à mesma e não deve tornar à dígitos
elevados ou duplos de retorno no curto/médio prazo.
Outro caso importante é que em mercados como o
do Brasil, as redes sociais possuem expressiva participação na compra/venda de
ativos, sendo estes analisados e proporcionais a quantidade de menções realizadas
nas redes.
Em meio à uma enxurrada de conteúdos e
marketings milagrosos, faz-se necessário estar adaptado ao momento e ao novo
formato que essas informações são disponibilizadas. O mercado financeiro tem se
adaptado para se tornar não só mais global e diversificado entre seus ativos,
mas também inserir de forma mais abrangente a todos os tipos de investidores. Este
meio que antes era dominado por poucos, passa a ser procurado por aqueles que começam
a entender a lógica do juro composto e utilizam da afinidade com a internet e
as redes sociais para estar ainda mais antenados ao meio.
Assim como já era de se esperar, é importante aproveitar-se desse
momento para progredir em relação aos conhecimentos financeiros e quem sabe até
ganhas alguns bons rendimentos, mas como sempre, toda a informação deve ser
verificada e filtrada para que não se caia no conto do vigário.
Referências
5 Infomoney, São Paulo, 17 de agosto de 2020 disponível em (https://www.infomoney.com.br/mercados/enquanto-estrangeiro-recua-bolsa-ganha-900-mil-pessoas-fisicas-na-pandemia/), acessado em 17 de abril de 2021
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