INTRODUÇÃO
Essa nova virada da sociedade, é um processo originário de três acontecimentos antecessores: a Primeira Revolução Industrial, a Segunda Revolução Industrial e a Terceira Revolução Industrial. Cada processo ocorrido e desenvolvido nessas Revoluções foram cruciais para surgimento e o progresso da Quarta Revolução Industrial.
Nas últimas décadas surgiram várias tecnologias revolucionárias, que mudaram drasticamente a forma de viver, interagir, relacionar-se, alteraram também escopos da sociedade como a política, economia, as organizações, os trabalhos e muitos outros segmentos. E essas mudanças só foram possíveis graças a uma inovação crucial a Internet.
A Interne revolucionou o planeta, estando presente na grande maioria dos processos sociais. Mas seu caráter revolucionário não se ateve somente ao passado e presente, ele se estende para o futuro. É a partir dela que o futuro nos reserva brilhantes tecnologias que mudaram completamente a sociedade e suas funções.
Toda forma de progresso é brilhante, ainda mais com o potencial que as novas tecnologias têm de alcançar grandes e brilhantes projetos. No entanto, é preciso analisar de que forma isso se impactará na sociedade e no meio ambiente.
Por mais que as pessoas possuam uma alta capacidade adaptativa, fica claro o objetivo de se substituir os processos realizados por seres humanos por máquinas, que por vezes os fazem de forma mais rápidas, baratas, padronizadas e com menos erros. Embora haverá o desenvolvimento de áreas ligadas a tecnologia, as vagas de trabalho não irão suprir o número de novos desempregados que irá acompanhar o ritmo de automatização da sociedade.
Junto com essa alta capacidade tecnológica e a automatização cada vez maior dos processos sociais vem os impactos ambientes, que já apresentam ser um grande problema global. A degradação ocorrida devido as outras Revoluções Industriais causaram um impacto na fauna e flora gigantesco, com o qual é necessário lidarmos desde os tempos atuais. As novas tecnologias advindas da Quarta Revolução Industrial nos proporcionarão métodos e técnicas capazes de fazermos a manutenção o gerenciamento de forma mais eficaz dos ecossistemas; também proporcionaram a criação de materiais que substituíram os recursos naturais que são utilizados atualmente na fabricação. Esses novos métodos apresentaram, muito provavelmente, soluções não só importantes como também mais econômicas, é a partir daí que surge outro problema o consumo excessivo e a geração de excesso de lixo.
A Quarta Revolução Industrial é um temo a ser abordado, não só para ser possível analisar as mudanças super revolucionárias que mudaram completamente a vida humana na terra, mas também, os impactos que esse progresso irá acarretar não somente na sociedade, mas no planeta como um todo, considerando não somente a existência humana, como também a vida animal e os ecossistemas terrestres.
AS TRÊS REVOLUÇÕES ANTECESSORAS
Para se chegar a constituição de sociedade que se tem hoje, a humanidade passou, nos últimos 250 anos, por diversas mudanças significativas em sua estrutura. Houve, por exemplo, mudanças nas formas de interação e relacionamento humana, nos meios de fabricação, consumo, de qualidade de vida e principalmente de ideologias, culturais, sociais, políticas, etc. Porém, as mudanças não ocorrem da noite para o dia e nem sem haver um motivo. A história mostra que as evoluções ocorridas na sociedade vieram subjacentes a 3 grandes eventos da humanidade: a Primeira Revolução Industrial, a Segunda Revolução Industrial e a Terceira Revolução Industrial.
A Primeira Revolução Industrial deu o ponta pé inicial para o sistema de modernização das formas de produção, ela teve início na Grã-Bretanha, por volta do século XVIII, ela foi a responsável pela introdução da mecanização da fiação e da tecelagem. Davis e Schwab (2019, cap.1, n.p) dizem o seguinte sobre esse período:
Nos 100 anos seguintes, ela transformou todas as industrias existentes e deu a luz muitas outras, desde as máquinas operatrizes (o torno mecânico, por exemplo) até a manufaturado aço, o motor a vapor e as estradas de ferro. As novas tecnologias trouxeram mudanças relacionadas a cooperação e competição que, por sua vez criaram sistemas inteiramente novos de produção, troca e distribuição e valor, subvertendo setores que vão da agricultura a manufatura das comunicações ao transporte
A Segunda Revolução Industrial remete ao período entre 1870 a 1960, e trouxe ainda mais avanços. Para Pires (2018, pg.12) as novas formas de produção de energias (eletricidade, combustível, energia nuclear, etc) aumentaram substancialmente as forças das maquinas, acarretando num crescimento da produtividade. Este aspecto das novas fabricas trouxeram a solidificação das grandes corporações.
Segundo o autor a Segunda revolução industrial foi de suma importância para o surgimento de alguns marcos do desenvolvimento capitalista e social, como o telefone, o avião, o automóvel, os eletrodomésticos, etc.; mas com isso, também veio, como expressado por Pires a industrialização da guerra, como ocorreu nas duas Grandes Guerras Mundiais do século XX.
Refere-se o período entre 1960 a meados de 2015 a Terceira Revolução Industrial. A mais recentes delas é marcada pelo avanço tecnológico, sobretudo o avanço da informática. Pires (2018, pg. 15) impõe ao aperfeiçoamento dos computadores o desenvolvimento de diversos setores da sociedade, como as finanças, industrias, o comercio e o setor de telecomunicação.
Davis e Shwab (2019, cap., n.p), apontam:
Assim como ocorreu nos períodos anteriores, a Terceira Revolução Industrial não ocorreu por causa da existência das tecnologias digitais, mas pelas mudanças que essas tecnologias promoveram no nosso sistema econômico e social. A capacidade de armazenar, processar e transmitir informações em formato digital deu nova forma a quase todas as indústrias e mudou drasticamente a vida profissional e social de bilhões de pessoas.
O impacto gerado por essas três revoluções gerou grandes desenvolvimentos na sociedade e a modificou de uma forma exponencial, sobretudo nos países cujas riquezas são maiores. Esses não só ampliaram seu capital e progrediram sua sociedade, mas continuaram financiando o seu desenvolvimento, o que culminou na Quarta Revolução Industrial.
A NOVA REVOLUÇÃO
A Quarta Revolução Industrial é um conjunto de modificações da sociedade, resultado das três Revoluções anteriores e que respalda na tecnologia um novo modo de ver e compreender a vida e a existência.
Davis e Schwab (2019, cap. 1, n.p) explicam que a Quarta Revolução Industrial vai muito além de mudanças nas bases tecnológicas, ela nos proporciona uma discussão pública de como essas novas tecnologias emergentes e convergentes influenciam o mundo. É preciso compreender como essas novas tecnologias se conectam umas com as outras e acabam moldando e influenciando a vida das pessoas, refletindo e amplificando os valores humanos.
Davis e Schwab (2019, cap.1, n.p), ainda explicam:
A oportunidade geral da Quarta Revolução Industrial consiste, portanto, em ver a tecnologia como algo que vai além da simples ferramenta ou de uma força inevitável, encontrando maneiras de oferecer ao maior número de pessoas a capacidade de impactar positivamente a sua família, organização e comunidade, influenciando e orientando os sistemas que nos rodeiam e moldam a nossa vida.
Ainda para os autores Davis e Schwap (2019, cap.2, np) a principal diferença para com as tecnologias da Quarta Revolução Industrial é que elas prometem moldar até mesmo os sistemas digitais atuais e criar fontes de valor inteiramente novas, transformando os avanços das tecnologias digitais em infraestruturas centrais e normalizadas para os futuros modelos de negócio.
Nos apontam (2019, n.p, cap.2) portanto o seguinte, quanto mais rápido é o crescimento de uma tecnologia, mais rapidamente as pessoas se adaptam a elas e as seus impactos. Portanto as tecnologias da Quarta Revolução Industrial se disseminaram mais exponencialmente, devido ao fato de poderem ser construídas e difundidas através das redes digitais.
Para Pires (2018, pq.18), o maior potencializador e o ponto crucial para esta nova etapa do desenvolvimento humano é a internet. Vemos sua importância, quando ela é fundamental para o funcionamento de diversos processos da sociedade moderna.
A internet está presente na maioria das funções exercidas atualmente, desde cunho pedagógico, político, econômico ou mesmo social, é a partir dela que se permeia e disseminas os afazeres para o funcionamento do mundo moderno. Sem esse avanço tecnológico vários processos fundamentais do cotidiano seriam impossíveis de serem feitos, e é graças a ela que o desenvolvimento da sociedade está se dando de forma tão acelerada.
Pires (2018, pg.18) alega em seu exto, que diferentemente das três Revoluções anteriores, que cresciam em progressão linear, a Quarta Revolução Industrial está crescendo em um ritmo exponencial. Este ritmo de crescimento acelerado se deve ao fato do alto nível de interconexão de nossa sociedade e do fato de novas tecnologias impulsionarem o surgimento de inovações cada vez mais modernas. O autor ainda fala:
A onipresença da internet e o aumento da capacidade de processamento dos dispositivos o a criação de novas combinações inovadoras, expressas na criação de produtos e serviços, no desenvolvimento da pesquisa científica, na interação entre as pessoas, na gestão do Estado e, não menos importante, na própria maneira como os países lidam com as questões de defesa e segurança. Sem Internet não haveria os smartphones e a estruturação de uma enorme rede de criação de aplicativos, como o Uber, Whatsapp ou Waze.
Segundo Davis e Schwab (2019, cp.2, n.p) as tecnologias da Quarta Revolução Industrial vão além de se tornarem apenas objetos usais do cotidiano, elas farão parte do próprio ser humano, assim como os smartphones estão a cada dia se tornando uma extensão das pessoas.
Segundo Pires (2018, pg 19) essas tecnologias da Quarta Revolução Industrial se dividiram em três principais vetores tecnológicos: as tecnologias físicas, as tecnologias digitais e as biotecnologias.
As tecnologias físicas para o autor dizem respeito a áreas como robótica avançada, veículos autônomos, manufatura aditiva ou impressão em 3D e o desenvolvimento de novos materiais. Abaixo segue demonstrativo de cada área segundo Pires (2018, pg 20).
- Robótica avançada: linhas de montagem operadas por robôs que possuem leitura espacial por escaneamento e que podem ser programados sem o auxílio de um especialista, mas por um operário do próprio chão de fábrica. Outro aspecto importante da robótica avançada é a possibilidade de se controlar cada robô ou equipamento automatizado por meio da Internet.
- Veículos autônomos: o desenvolvimento e aperfeiçoamento de softwares que permitem o deslocamento autônomo de automóveis. Esta tecnologia pode impactar outros setores, como o produtivo, logístico e militar. Veículos autônomos visam melhorar a produtividade do trabalho em grandes indústrias ao permitir o abastecimento de linhas de montagem de forma automática.
- Manufatura aditiva: também conhecida por impressão 3D, ela possibilita a produção de peças de grande complexidade, com mais eficiência, qualidade e precisão que um ferramenteiro.
- Desenvolvimento de novos materiais: Pesquisas desenvolvidas em diversos centros universitários têm estudado a criação de materiais que possam ser aplicados com maior eficiência do que aqueles utilizados hoje em dia. Esses materiais procuram o aumento de performance, durabilidade e por muitas vezes ser uma opção mais sustentável.
Ainda segundo o artigo de Pires (2018, pq 21-24) as tecnologias digitais vão além das tecnologias embutidas nos smartphones, computadores, tablets, etc. Essas se referem à Inteligência Artificial, à Internet das Coisas, à análise de Big Data, às moedas virtuais e à economia sob demanda. Baseando-as segundo o autor, temos:
- Inteligência Artificial: Os sistemas de IA são capazes de armazenar e manipular dados, e também de adquirir, representar e manipular de conhecimento. Nesse sentido, possuem a capacidade de deduzir ou inferir novos padrões a partir do conhecimento preexistente e utilizar métodos de representação e manipulação capazes de resolver problemas complexos de caráter qualitativos, ou seja, que não são passíveis de regras ou leis previamente ensinadas ao computador. Pires (2018, pg.22)
- Internet das Coisas: se refere à capacidade proporcionada pela Internet e por outros sistemas de conexão (bluetooth, intranet, conexão em nuvem) para integrar os mais variados dispositivos eletrônicos como máquinas e equipamentos industriais, equipamentos urbanos (como os de iluminação pública e semáforos), computadores pessoais, telefones celulares, tablets, automóveis, e uma variedade de eletrodomésticos com vistas a melhorar o monitoramento, a sua eficiência e segurança.
- Análise de Big Data: se vale da grande capacidade de processamento dos supercomputadores e sistemas de Inteligência Artificial para procurar padrões na massa de dados e construir informações significativas para diversos campos de atividade, como reconhecer padrões consumo de indivíduos e grupos sociais, formação de perfis de pessoas supostamente implicadas em crimes ou militância política virtual, impacto de políticas públicas sobre a opinião pública, estratégias de marketing e de mobilização social por meio de redes sociais, etc. Pires (2018, pg. 22)
- Economia sobre demanda: a economia sob demanda ou on demand-economy, é a nova forma de interação em volta da troca de bens e serviços impulsionada sobretudo pelas redes sociais e aplicativos de Internet, tirando os consumidores das empresas.
As biotecnologias são o terceiro e último vetor da Quarta Revolução Industrial, segundo Pires (2018, pg 24-25), elas trazem novas perspectivas na forma de cuidar da saúde, produção de alimentos, criação de próteses, na interação entre ondas cerebrais e objetos externos ao corpo humano e no desenvolvimento de materiais poupadores de energia ou de estruturas inspiradas nos seres vivos que podem revolucionar a forma de se produzir, de edificar e de se projetar. É através das seguintes que tecnologias que serão listadas a seguir que ela se baseia: sequenciamento genético, Biologia sintética por meio de manipulação do DNA, a combinação de edição de genes e impressoras 3D, as Ciências do Cérebro e o papel do Biomimetismo.
Sequenciamento Genético: apesar de hoje já ser possível realizar um sequenciamento genético, espera-se que num futuro próximo, o sequenciamento genético possa identificar doenças que ainda não se manifestaram e indicar tratamentos os específicos, além de possibilitar o desenvolvimento de medicamentos “customizados”.
Biologia sintética: tem seu desenvolvimento a partir da manipulação do DNA, e abre um grande leque de oportunidades para o aperfeiçoamento e a criação de seres vivos, e até mesmo criar novas vidas.
- - Biomimetismo: é o desenvolvimento de novos materiais que produzam os mecanismos pelos quais os seres vivos mantêm seus ecossistemas, visando contribuir para uma melhor utilização dos recursos naturais.
Pires (2018, pg. 19) afirma que a Quarta Revolução industrial ainda está no eu início, mas ainda assim pode-se perceber sua grande influência na sociedade atual. Esta nova combinação de novas tecnologias está levando a mudanças de paradigmas sem precedentes na economia, negócios, sociedade, e no próprio indivíduo e sua relação com o mundo exterior. Seu impacto é sistêmico, pois envolve a transformação de sistemas inteiros, através e dentro de países, empresas, indústrias e da sociedade como um todo. Coloca em xeque o poder de diferentes Instituições, como o poder de um Estado nacional de controlar suas fronteiras, já que por meio da Internet podem ser realizadas operações comerciais, operações políticas, transações comerciais, etc.
IMPACTOS NEGATIVOS – SOCIAIS E ECONÔMICOS
As grandes mudanças da Quarta Revolução Industrial já começam a ser sentidas, a dinâmica das relações entre pessoas, as relações de trabalho, os sistemas políticos, sistemas econômicos, as formas de produzir, distribuir, consumir, de conviver, estão a cada dia mais dependentes e moldadas em torno da tecnologia.
Pires (2018, pg. 25) alega que no mesmo momento em que as relações e interações estão se expandindo com o aperfeiçoamento tecnológico, as interações físicas entre as pessoas estão desaparecendo. E as noções de espaço privativo e público estão perdendo seu significado, onde muitas pessoas tem sua privacidade exposta indesejadamente.
No setor empresarial Pires (2018, pg 26) afirma que a Quarta Revolução Industrial está levando a concentração do capital aos setores de Tecnologia de Informação, e está levando a falência ou reestruturação outras empresas que atuam no setor industrial e de serviço. Por outro lado, houve a quebra de barreiras entre os mercados, ou seja, mercados que antes eram limitados a suas regiões, hoje exercem a livre concorrência com empresas estrangerias, sendo capazes de negociar e exportar suas mercadorias ou serviços para o mundo.
O autor (2018. pg 27) ainda afirma que os setores de gestão e marketing também irão sofrer expressivas modificações causadas pela informatização e digitalização de rotinas e procedimentos dentro da organização, pela mudança na forma de consumir e pelo fácil acesso as informações da empresa. Ele ainda afirma (2018. pg.27):
Para além das modificações relacionadas às inovações inseridas nos processos produtivos, a parte de gestão também está sendo muito impactada pela QRI. Por um lado, a mencionada pesquisa do WEF (2015), trabalha com a expectativa de que, até 2025, as diretorias e os conselhos de administração das grandes empresas contarão com o auxílio de um robô com inteligência artificial para referendar as decisões de seus membros. As gestões tributária, contábil e de recursos financeiros já podem ser realizadas por um número reduzido de pessoas por conta de plataformas disponibilizadas pelo poder público, por consultorias ou pelos bancos e administradores de ativos. Assim, a tendência neste setor é a de um forte enxugamento na força de trabalho empregada.
Pires (2018. Pg27) posiciona-se sobre a gestão de mareketing, por esta estar sendo afetada pelo acesso massivo as informações que estão a disposição do público e dos administradores. Ele afirma que (2018. Pg27):
De um lado, a análise de Big Data proporciona a geração de informações gerenciais com uma velocidade muito maior do que as tradicionais pesquisas de mercado que dependiam da presença de um entrevistador junto aos pontos de venda ou aos clientes. Ademais, a integração de bancos de dados permite a verificação on line do volume de vendas, assim como o monitoramento de redes sociais que pode identificar tantos as críticas, os elogios e as potenciais necessidades junto a determinado público-alvo.
O autor expressa que esse rápido avanço tecnológicos estão provocando uma grande pressão competitiva sobre as organizações, o que levará à forte redução das taxas de lucro, deflação de preços e, por consequência, a falência de muitas delas.
Em termos de geração de emprego tem-se que o avanço tecnológico embora produza uma gama de novos cargos de trabalho (sobretudo em áreas como TI, robótica e desenvolvimento de softwares), tem como objetivo automatizar os processos que antes eram feitos por mãos humanas, para torná-los mais rápidos, baratos e padronizados. A consequência disso já se reflete hoje, na crescente taxa de desemprego, onde as maquinas estão a cada dia substituindo os cargos operados por pessoas.
Davis e Schwab (2019, n.p cap.4), falam que para gerenciar os riscos incorridos com essa nova Revolução Industrial é necessária uma nova abordagem, mais inclusiva e deliberada. Será preciso o conjunto de participações de diversas áreas especializadas em desenvolvimento, criação de tecnologia, empresas globais, governos, sociedade civil, organizações internacionais e populações afetadas. É necessário esse trabalho multilateral para que não haja fortalecimento e beneficiamento maior para nenhuma das partes. O compromisso deve ser global, pois o verdadeiro sucesso envolve a liderança ágil e responsável de atores regionais e internacionais.
IMPACTOS NEGATIVOS AMBIENTAIS
Os impactos ambientais gerados pelas três Revoluções Industriais anteriores são sentidos até hoje em dia, o desenvolvimento delas se deu de forma a não se levar tanto em consideração a fauna e a flora. Diariamente são noticiados os consequentes impactos ambientais, que são os custos desse progresso, notícias como espécies entrando em extinção, aquecimento global, desmatamentos, poluição, entre diversas outras, fazem parte do cotidiano do Jornalismo Global.
Para Magalhães e Vendramini (2018, pg 41) as novas tecnologias novas tecnologias da Quarta Revolução Industrial podem contribuir para tornar a produção industrial mais eficiente, com redução de uso de recursos naturais, de geração de resíduos e de consumo de energia.
Segundo as autoras há tecnologias modernas trabalhando para a manutenção do meio-ambiente. Tecnologias como Inteligência artificial, robótica e blockchain vêm também sendo utilizados para monitorar fauna e flora, poluição, certificação de origem e controle de cadeias de fornecimento. A conectividade também pode promover uma gestão mais eficiente de uso de materiais e criar ciclos circulares por meio da reciclagem.
Elas (2018, pg41) ainda afirmam que, as novas tecnologias ao promover a redução de preços de produção e distribuição, podem causar o aumento do consumo, gerando impactos ambientais negativos.
Davis e Schwab (2019, n.p, cap 4) afirmam que:
Na Quarta Revolução Industrial, uma série de desafios terá de ser abordada, alguns deles relacionados ao impacto ambiental da tecnologia digital em si, incluindo a expansão da montanha de lixo eletrônico, que liberam produtos químicos tóxicos no ambiente. Além disso, as emissões de carbono estão aumentando devido ao crescente número de centros de dados com altas taxas de consumo de energia, necessárias para uma infraestrutura digital bem distribuída. Outros desafios se aos princípios orientadores do desenvolvimento tecnológico e sua implementação. Nossas ações nos próximos anos e décadas para superar esses desafios determinaram não só a subsistência das gerações futuras, mas também o ecossistema do planeta nos próximos milhares de anos.
As novas tecnologias da Quarta Revolução Industrial nos dão a oportunidade de gerenciar os impactos ambientes causados pelas outras revoluções antecessoras e criar métodos de desenvolvimento menos danosos ao ecossistema. É fundamental que para o bem do planeta e para boa qualidade e longevidade das gerações futuras, as tecnologias passem a ser incrementadas, desenvolvidas e consumidas de forma sustentável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Quarta Revolução Industrial é um processo renovador, advindos das outras três Revoluções Industriais, que por meio da tecnologia oferece oportunidade para ascensão progressiva e acelerada ao desenvolvimento humano, enquanto trazem melhorias para a vida das pessoas.
A perfeita combinação da tecnologia com as instituições, normas, condutas e padrões humanos trarão a humanidade uma série de benefícios como mais saúde, lazer, liberdade, escolaridade, entre outras coisas que visam aumentar a qualidade de vida.
No entanto nada é perfeito, a sociedade que posteriormente emergirá perante a Quarta Revolução Industrial terá vários desafios, que exigiram diversas adaptações. As problemáticas como desempregos e desigualdades sociais serão um ponto a ser cuidado, além das questões ambientais.
A questão do desemprego é profunda, pois, como as previsões indicam que ele será cada vez mais elevado, será necessário criar outras maneiras de ser garantir a qualidade de vida da população. Pires (2018, pg 33) sugere que, será essencial o papel que o Estado deverá assumir para regular o fluxo da renda, seja pela criação de empregos em infraestrutura e serviços sociais em larga escala, seja pela instituição de uma renda mínima para cada família, seja ainda pela criação de espaços produtivos comunitários.
Outro problema que a Quarta Revolução Industrial apresenta, é a questão ambiental. A história do capitalismo mostra que a forma de consumo e produção de bens que levaram ao atual desenvolvimento social, cujo qual se é desfrutado hoje, são extremamente danosas ao meio ambiente.
O consumo de bens tende a aumentar de acordo com o desenvolvimento e o barateamento das novas tecnologias, com isso causando mais problemas ambientais. Esse problema já é amplamente discutido e vemos que existem trabalhos e estudos e tecnologias voltados para sua contenção. Nesse sentido ao ponto que a Quarta Revolução Industrial poderá ser o estopim para o ecossistema, podendo fazê-lo chegar ao seu limite, ela pode ser também a salvação. Os novos estudos e desenvolvimentos de tecnologias para a manutenção, acompanhamento, renovação, e criação de materiais sintéticos que serão os substitutos dos materiais naturais são cruciais para que as novas gerações possam ser longínquas e que elas tenham uma boa qualidade de vida.
Os desafios serão inúmeros, e não haverá uma escolha a ser tida como certa. O domínio da natureza e seus recursos, as mudanças estruturais em nossa sociedade, a sede do ser humano por inovação foi o que fez da sociedade o que ela é hoje. A tecnologia não pode fazer do homem seu escravo, nem impulsionar o consumismo desenfreado ou visar o lucro exacerbado, ela deverá progredir como um instrumento para melhorar a vida e as capacidades do planeta e tudo que nele habita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PIRES, Marcos Cordeiro. Revista de Economia Política e História Econômica. 40 ed. São Paulo: Rephe, 2018. Disponível em <https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/57107597/REPHE40.pdf?1533050595=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DArtigo_publicado_na_REPHE_40.pdf&Expires=1604708091&Signature=LJYfDq6gVRujRqoyn7lPPpHdEA3V6DlnLRLkJrNKdYQtYTg1vB-mNjP6YplkxXvOfgPc0Ds471IZwJ30wRbrbz3lRGMay0hPE022MuyYnqlc-nzV9yQDrVJq3niTOAkzpF1LNHWdOZdGsFVj5KX~nChmX9zfI7fZUq~TJYA4kJt6vRHYZB9skginFPG8TtnhVpdjyh6RlSeg9o7UlsWy6F-tQpqERxoxkgJvw6aG~iI3mtM8ZLEWvRGYD1AikxbnZyPSdQNq26BFskTVlifUIf8BeqT~3SHvB1dCaR96p2sGlYE09vCY4zb60cnL5fytVcVHCoukPtcKshLmtUknKg__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA#page=5> Acesso em: 07 de outubro de 2020
MAGALHÃES, Regina; Vendramini, Annelise. Os Impactos da Quarta Revolução Industrial. 17 ed. GV Executivo. Fevereiro de 2018. Disponível em <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/26904/74093-153852-1-PB.pdf>. Acesso em: 07 de outubro de 2020
SCHWAB, Claus; Davis, Nicolas. Aplicando a Quarta Revolução Industrial. 1 ed. São Paulo: Edipro, 2019. Disponível em<https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=W5SWDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT7&dq=quarta+revolu%C3%A7%C3%A3o+industrial&ots=d02Z0CCBa7&sig=hrxMlimWIvMuWoBKOydIa3Jp0tM#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 07/11/2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário