Dificuldades da nova realidade do ensino à distância
Como muitos sabem o EAD (ensino à distância) já era presente nas vida de estudantes, principalmente universitários, como uma opção de ensino para aquelas pessoas que não tinham a possibilidade de estar presencialmente numa universidade ou pela praticidade de poder estudar em casa. Porém com a pandemia do Covid-19 o EAD virou algo comum na realidade dos estudos, desde escolas primárias até o ensino superior. Com isso, o EAD deixou de ser um opção de estudo e virou uma salvação para a continuação dos estudos, mas com essa nova realidade vieram as dificuldades, seja por professores, alunos, universidades ou dificuldades de recursos e isso deixou claro que estamos de fato num período muito difícil para nossa educação.
A primeira das dificuldades surgiu logo no começo, não tinha nada definido sobre quanto tempo demoraria para tudo voltar ao normal e isso dificultou as Universidades planejarem e decidirem como seria seu semestre, logo o Ministério da Educação (MEC) outorgou em 18 de março a substituição de disciplinas presenciais por aulas lecionadas pelo modo a distância. muitas universidades federais foram contra no começo mas acabaram tendo que aceitam o ensino à distância. Outra dificuldade relacionada às Universidades foi na formação do ensino à distância, apesar de muitas já terem o EAD como modalidade de ensino, isso gerou muita dificuldade de adaptação de professores e alunos, e de ajuste de toda a plataforma por parte da Universidade.
Tambem houve a necessidade de garantir que todos os alunos tivessem acesso ao ensino com qualidade, para isso muitas Universidades, como a UFSC, disponibilizaram acesso a internet e notebook para estudantes que tinham dificuldades para ter acesso ao EAD.
Outra parte que sofreu bastante nessa nova realidade e teve que se adaptar foram os estudantes, antes acostumados com o presencial tiveram que se adaptar com o EAD, se acostumar a ver e focar em aulas virtuais e vídeo aulas, com a falta de contato com o professor e colegas e principalmente com a faculdade se misturando com momentos de trabalho ou lazer. No ensino presencial os horários eram bem definidos e isso fazia o estudante a estar realmente presente, com o EAD é muito comum os alunos fazerem outras atividades durante a aula como trabalhar, fazer atividades de outras matérias e até dormir, o que atrapalha muito a continuidade do aprendizado.
Esse problema se apresenta em uma pesquisa feita pela Pravaler, maior financiamento estudantil privado do Brasil, apontou que 53,37% dos estudantes de ensino superior sentiram queda no aprendizado com modelo remoto. Isso mostra como houve uma queda de aprendizado e interesse dos estudantes com a faculdade.
A parte que mais sofreu com as dificuldades dessa nova realidade foram os professores, apesar de alguns já terem conhecimento das ferramentas por dar aula também na modalidade EAD, muitos outros tiveram que se adaptar totalmente, pois não tinham naturalidade com as plataformas do ensino on-line. Treinamentos foram dados para auxiliar os professores nessa nova realidade, porém mesmo assim muitos continuaram com dificuldades.
Os professores também relatam que foi um problema se acostumar em dar aula de maneira virtual, professor com mais de 30 anos de experiência em salas de aula tiveram que começar a dar aula olhando para uma câmera, além disso, tiveram que preparar e modificar boa parte de seu plano de ensino para se adequar à nova realidade e tentar melhorar a experiência do aluno.
Porém a maior dificuldade contada pelos professores e até reclamada durante aulas, foi a falta de uma maior interação dos alunos com o professor, principalmente durante aula síncronas. Poucos alunos ligavam as câmeras ou até mesmo falavam durante as aulas, o que fazia o professor se sentir sozinho e não saber se de fato a maior parte das pessoas estavam absorvendo a matéria e não tinham dúvidas.
Algumas dessas dificuldades são contadas numa reflexão trazida pelo Professor Mario Sergio Cortella no vídeo a seguir:
Apesar de todas as dificuldades o EAD vem mantendo o ensino nas instituições, talvez não tendo a mesma qualidade do presencial, mas mesmo assim podemos tirar coisas boas de tudo isso, a capacidade de adaptação das instituições de ensino ao se moldar a nova realidade, o conhecimento de outras tecnologias e plataformas de ensino pelos professores e o mais importante a valorização do ensino, espera-se que pós quarentena o ensino nas instituições possam ser muito mais valorizados.
Temos que reconhecer que há muitas dificuldades em diversas partes no EAD, e que é de suma importância que todos aqueles envolvidos se esforcem para facilitar e melhorar a qualidade do ensino nesse momento. Alunos sendo mais participativos em aulas, professores adequando da melhor maneira seu modo de ensino e universidade dando apoio para ambas as partes, escutando feedbacks e melhorando a todo momento.
Bruno Lopes Carvalho (19202209)
Referências:
https://falauniversidades.com.br/ead-os-relatos-e-as-dificuldades-dos-universitarios-no-ensino/
https://jeduca.org.br/texto/os-desafios-do-uso-da-ead-no-contexto-do-avanco-do-coronavirus
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