terça-feira, 29 de outubro de 2019

A Controversa Tecnologia 5G


A Controversa Tecnologia 5
Autora: Maiara da Silva, Outubro de 2019.
Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Há algum tempo que existe uma certa polêmica sobre o ramo das empresas de Telecomunicação e a legislação brasileira de comunicação. Atualmente, os principais comentários sobre esse assunto estão relacionados a uma possível atualização na lei de Telecom e a propagação do 5G no Brasil.
São inúmeros os comentários feitos sobre a má qualidade da frequência do sinal de celular das mais diversas operadoras existentes no país e o anúncio de um possível 5G aumenta as expectativas para que esse cenário se altere. Porém, são inúmeros os fatos que inibem esse tipo de sinal no Brasil que vão desde uma lei desatualizada em relação a situação tecnológica até os possíveis problemas que uma rede 5G poderia trazer.
Antes de falar um pouco mais sobre essas dificuldades é importante esclarecer os pontos contidos no tópicos a seguir.
A Tecnologia G
Segundo Pozzebom (2014) a letra G, encontrada no sinal de internet móvel, vem da sigla GPRS (General Packet Radio Service ou Serviços Gerais de Pacote por Rádio) que começou a ser utilizada nos anos 2000 e oferece uma velocidade de até 171,2 kilobits por segundo.
O GPRS é “uma tecnologia de transmissão de dados por pacotes (comutação por pacotes) que tem a capacidade de amplificar as taxas de transferência das redes”. (Getrak, 2019). 
Cada número localizado em frente ao G representa uma geração de internet móvel, quanto maior é o número maior é a velocidade dos dados móveis. No Brasil, já iniciou-se com o 2G na década de 1990 com a chegada dos celulares no país. Para que essa frequência fosse aumentada pudesse chegar ao 3G as empresas de Telecom brasileiras precisaram fazer diversas inovações e investimentos. (TecMundo, 2008).
Atualmente, tem-se uma evolução maior ainda em relação a frequência e a velocidade de transmissão de dados por internet móvel que foi possível durante a quarta geração e que certamente provocou a necessidade de novos investimentos por parte das empresas.
Só para se ter uma ideia, enquanto na segunda geração de telefonia móvel (2G) o tempo para baixar uma música era de 18 minutos, na 3G é de cerca de 1 minuto. Com o 4G, então, fomos além: é possível fazer streaming de música direto do Spotify, Deezer ou Google Música. Isto é, ouvir pela rede o arquivo que está hospedado na nuvem, e não no seu celular. (NUNES, 2018).
E agora, 2019, o que mais se comenta é o surgimento do 5G, que tem gerado uma grande polêmica no mundo da telecomunicação brasileira.
O que é o 5G?



Segundo a BBC (2018), o 5G é a quinta geração de rede de internet móvel que promete revolucionar na velocidade, na cobertura e na quantidade de dispositivos que poderão se conectar por meio do 5G. Mas assim como há pontos positivos há os pontos negativos também e um deles seria o de que a frequência do 5G deixaria mais de 22 milhões de residências, que utilizam antena parabólica, sem sinal de TV aberta, essa informação é fruto de uma pesquisa feita pelas operadoras de telefone no Brasil junto a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O que por sua vez fez a Anatel adiar o leilão das faixas de frequência do 5G. (TecMundo, 2019).
Outro ponto negativo é que apesar de prometer uma conexão mais rápida e estável o 5G não irá resolver o problema da falta de cobertura em áreas rurais do país, isso porque ela terá maior frequência, mas que cobre uma área menor. (BBC, 2018).
Outro ponto não tão positivo assim é que provavelmente as pessoas terão que trocar seus smartphones para ter acesso ao 5G, já que os telefones atuais não foram criados para suportar essa tecnologia. (TecMundo, 2019).

A Educação na perspectiva 5G


As áreas da saúde, da educação e da segurança podem ser beneficiadas caso o 5G seja, de fato, instaurado no Brasil.
Em relação à educação o principal benefício está ligado com a rapidez na transmissão de dados que o 5G oferece, dessa forma a comunicação seria potencializada. De acordo com Steidle (2019), não só o ensino a distância como o presencial serão favorecidos pelo quinta  geração da comunicação móvel, pois vai permitir maior interação com objetos e realidades que uma comunicação 3G ou 4G não permite.
Com as ferramentas adequadas e a boa conectividade da rede 5G, será possível se estudar um atlas de anatomia, mapas em alto relevo, moléculas complexas, interagindo e cocriando com outras pessoas independentemente de elas estarem próximas.
O conceito que vem sendo utilizado por especialistas em telecomunicação, denominado de “internet tátil”, resume bem estes potenciais. Com a “internet tátil”, conteúdos e informações terão uma resposta tão rápida ao comando de nossos dedos e comandos, que sentimos um feedback como o tato de nossas mãos em um objeto físico.(Steidle, 2019)
Em entrevista a Mobile Time (2019) Leonardo Capdeville (Chief Technology Information Officer da TIM) comenta que o 5G é uma questão de Estado. Isso porque ele acredita que a implantação desse tipo de comunicação mudaria a competitividade do Brasil e traria solução para os problemas vividos pela população brasileira atualmente em relação a comunicação móvel.
Nessa mesma entrevista Capdeville afirma a educação como uma das áreas que ganharia com a normalização do 5G.“A única forma de tirar o gap educativo do Brasil não será construindo mais escolas ou treinando milhares de profissionais, mas usando a tecnologia para que o conteúdo chegue na ponta” (Leonardo Capdeville em entrevista a Mobile Time, 2019).

O Brasil está preparado para o 5G?
Depois disso tudo a grande questão que permanece é se o Brasil está realmente preparado para receber a quinta geração de rede de internet móvel.
E ao que parece a resposta para essa questão é que não está tão preparado assim. Em um reportagem feita pela revista Exame no mês de agosto de 2019 constava uma pesquisa realizada OpenSignal em maio de 2019 que indicava o Brasil como quinquagésimo país colocado em um ranking que mede a qualidade da internet móvel da quarta geração. (Exame, 2019).
Com esses dados fica difícil acreditar que o 5G se estabelecerá tão facilmente no Brasil. Como isso será possível se nem o 4G, um geração anterior, possui a qualidade e o alcance esperado.

Referências
Exame, 2019. Na espera pelo 5G, Brasil sofre com problemas no 4G. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/tecnologia/na-espera-pelo-5g-brasil-ainda-sofre-com-problemas-no-4g/>
TecMundo, 2019. 5G no Brasil pode deixar 22 milhões de lares sem TV aberta. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/mercado/145458-5g-brasil-deixar-22-milhoes-lares-tv-aberta.htm>.
NUNES, Emily Canto, 2018. O que significa 3G, 4G e 5G. Disponível em: <https://ada.vc/2018/04/16/o-que-significa-3g-4g-5g/>.
BBC News Brasil, 2018. O que é o 5G e como ele pode mudar nossas vidas. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-44936142>.
TecMundo, 2008. O que é 3G?. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/celular/226-o-que-e-3g-.htm>
GETRAK,2019. Saiba quais são as diferenças entre rastreador satélite e gprs. Disponível em: <https://montesuacentral.com.br/saiba-quais-sao-as-diferencas-entre-rastreador-satelital-e-gprs/>.
Leonardo Cadpdeville em entrevista a Mobile Time. Disponível em: <https://www.mobiletime.com.br/noticias/05/09/2019/5g-e-questao-de-estado-afirma-tim/>.
STEIDLE, Manuel, 2019. As Oportunidades de Uso da Tecnologia celular em Educação. Disponível em: <http://porvir.org/as-oportunidades-de-uso-da-tecnologia-celular-5g-em-educacao/>
POZZEBOM, Rafaela. O que significa as letras E, G, H, H+, 3G, 4G e 5G na conexão com internet móvel.
Disponível em: <https://olhardigital.com.br/noticia/conheca-as-diferencas-entre-1g,-2g,-3g-e-4g/34225>.

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