terça-feira, 29 de outubro de 2019

Educação tecnológica, precisamos falar sobre isso!

Educação tecnológica, precisamos falar sobre isso!



Atenção para as frases que virão a seguir. "Meu filho(a) fica muito tempo no computador, isso não faz bem para ele(a)", "Parece que já nasceu sabendo tudo! Com menos de 2 anos já mexia no iPad com muita facilidade" ou "Ele(a) descobriu a senha do meu celular sozinho(a)!". Pasmem caso você nunca tenha escutado uma frase dessas vinda de um pai ou uma mãe. 

Estamos cada vez mais conectados, interligados e globalizados e não há dúvidas que a internet corroborou para tal feito. A internet possibilitou que coisas impossíveis no nosso imaginário se tornassem possíveis, como por exemplo, quem um dia imaginaria que a maior rede de hotéis do mundo não iria possuir um edifício sequer. Essa mudança de perspectiva está alterando também nossos hábitos, rotinas, consumo e nossa própria vida. Conseguimos mensurar tudo ao nosso redor com os aplicativos que temos na palma de nossas mãos em nossos smartphones, quantas calorias gastamos, quantas horas dormimos, quanto tempo passamos roncando, quais alimentos ingerimos e até mesmo aplicativos que nos lembram de beber água. 

Com essa infinidade de aplicativos, hardwares, softwares, wearables, presentes em nossas rotinas, precisamos saber lidar com todas essas mudanças, as quais são muito rápidas e exponenciais. Entretanto, se os adultos (em sua maioria) sentem dificuldade em utilizar e principalmente impor limites ao uso desses apps, o que dirá de uma criança ou adolescente. A depressão, apontada já como a doença do século XXI (https://www.cartacapital.com.br/educacao/a-doenca-do%E2%80%A8-seculo-xxi/), ganhou uma força gigantesca com a busca incessante por curtidas, compartilhamentos, postagens, tweets, e likes. Apontado como um vício comportamental, essa doença ganha um impulso muito grande com as redes sociais, entretanto o questionamento é, "são as redes sociais o centro da questão ou os humanos que não sabem lidar com ela?"

Acredito que com tamanhas novidades e estímulos nunca antes vistos, estamos tendo uma geração com dificuldade em lidar com tudo isso. E quando falo da geração, são os adultos de hoje (2019), os quais estão sendo reféns das mudanças e não agentes tomadores de decisões e com consciência plena sobre essas mudanças e por consequência quem está sendo mais afetado com essas atitudes são os jovens de hoje, crianças entre 3 a 16 anos de idade. Primeiro, a ausência de figuras parentais nas formações desses jovens está prejudicando muito a vida de cada uma dessas crianças (http://www.guiaeducacaocriativa.com.br/ausencia-dos-pais-pode-comprometer-saude-emocional-dos-filhos/) conforme o link anterior aponta. Segundo, os pais são os primeiros grandes exemplos de todos os jovens e se seus maiores exemplos não desgrudam do celular ou computadores, seja por lazer ou por trabalho, não faz sentido esperar que as crianças tenham atitudes diferentes. A grande ironia que vejo corriqueiramente são pais workaholics que impõe limite de tempo de uso do celular ou computador para seus filhos. 


Olhando para tudo que foi apresentado, temos que pensar em como alterar esse quadro. Acredito que o primeiro ato que todos temos que fazer é tomar consciência dos temas apresentados e das atitudes que tomamos em nossas vidas diariamente. Segundo, acredito fortemente que precisamos ter uma conversa mais aprofundada sobre Educação Tecnológica o que é muito diferente de "aulas de informática" (https://idocode.com.br/blog/educacao/aula-informatica-ou-tecnologica/). 

Quando comento sobre tomar consciência dos atos e ações que temos com a tecnologia, não me refiro a largarmos ela e ignorarmos a sua existência, mas sim, tomar consciência do uso que estamos tendo sobre a mesma e como estamos deixando ela afetar nosso dia a dia. Gosto de comparar o uso da tecnologia com o uso de canudos de metal (que ficaram tão famosos no ano de 2019) - quando foi que realmente o ser humano precisou de uma canudo para beber sua água, refrigerante ou suco? Será que invés de fazer uma campanha tão grande para parar de consumir canudos de plástico e adquirir os de metais, não seria mais fácil tomarmos a consciência e nos questionar se realmente precisamos de um canudo para beber algo? O mesmo ocorre com alguns aplicativos que temos no celular. Será que realmente precisamos de todos os apps que temos em nossos smartphones hoje? E mesmo aqueles que temos, será realmente necessário que precisamos deixar a notificação ativada para recebermos avisos sobre mensagens, tempo, shares, likes, match's, e tantos outros pushs que foram programados para enviar até sua tela principal? Acredito que esse é um nível de consciência que todos nós podemos refletir por 5 minutos, ao menos, porém a grande questão é que nunca fomos questionados ou indagados a refletir sobre esse assunto. 


Creio que muito alinhado com o ponto do parágrafo anterior entre a educação tecnológica. E a educação tecnológica não consiste em apenas corroborar para dar mais consciência e autonomia aos usuários da tecnologia, mas sim, para que cada indivíduo possa criar soluções para seus problemas rotineiros. Um grande exemplo para tal, é o fato do controle de tarefas. Como você faria para organizar todas as tarefas e compromissos que você terá que realizar no seu dia? Se a sua resposta foi: "utilizando uma agenda", concordo com você, realmente uma agenda seria a melhor fora para tal "problema". Entretanto, com a tecnologia, temos a possibilidade de fazer uma agenda online, utilizando o Google Calendar, por exemplo. Não somente ela solucionará o mesmo problema, mas também nela você pode separar suas atividades por cores, prioridades, compartilhar sua agenda com seus amigos e familiares (para quando esses desejarem marcar um compromisso com você não precisar ficar perguntado para você), enviar convite por e-mail caso você for realizar alguma atividade com outra pessoa, entre outras funções. Outro grande trunfo, é a redução financeira que a cada ano você não irá precisar comprar uma agenda nova. E caso você não ligue muito para isso, que tal pensar na redução da produção de papel e consequentemente lixo que produz cada agenda impressa. Pode parecer pouco, mas se imaginarmos quantas pessoas utilizavam agendas a 15 anos atrás e quantas usam hoje em dia, certamente a produção de lixo por parte desse nicho de usuários de agendas online faz uma diferença significativa.

Com ambos os pontos apresentados, meu grande questionamento fica a cargo dessa nova geração (pessoas que nasceram após 2009), como esses indivíduos vão se relacionar com a tecnologia? E sou otimista para tal resposta. Acredito que irão se relacionar muito melhor que nós das gerações passadas nos relacionamos com ela. Creio nessa afirmação, principalmente por dois motivos, um pelo fato de essa geração já nascer imersa em um mundo mais tecnológico, então eles conseguem ter uma dimensão maior do uso das tecnologias. O segundo ponto, é que há diversas crianças interessadas em aprender sobre tecnologia e principalmente utilizar ela a seu favor, principalmente com programação e robótica (https://idocode.com.br/blog/educacao-digital/beneficios-do-ensino-de-tecnologia/). Dessa forma, as crianças da nova geração não somente estão tendo a possibilidade de ter uma consciência maior sobre o uso da tecnologia, mas também estão conseguindo utilizar a seu favor para solucionar seus problemas do dia a dia. 

André Rashid Deboni Yasin





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