segunda-feira, 10 de junho de 2019

YOUTUBE EDU: PLATAFORMA DE EDUCAÇÃO NO YOUTUBE

Universidade Federal de Santa Catarina  
Disciplina: EGC5019 - Redes Sociais e Virtuais  
Aluno: Leonardo Pansera (15101234) 


O YouTube, inicialmente, era utilizado somente como uma plataforma que armazena vídeos para entretenimento dos usuários. Já há algum tempo, o youtube vem se transformando em uma plataforma concorrente de redes de televisão, fato que causa dor de cabeça para emissoras, e preocupadas com isso, algumas começaram a contar com youtubers em suas grades, na tentativa de alcançar uma maior visibilidade e consequentemente alavancar sua audiência. Hoje em dia, suas possibilidades vão muito além do entretenimento, pessoas de diferentes áreas- educação, política, tecnologia, meio ambiente, artistas e outros - se juntam  em uma mídia a fim de compartilhar conhecimento, opinião, discussões ou mesmo críticas a assuntos que lhe são pertinentes.
Está cada vez mais difícil prender a atenção dos estudantes na sala de aula, a facilidade do mundo moderno em ter acesso em instantes sobre diversos assuntos, seja com smartphones, tablets, computadores, está dificultando cada dia mais o modo como professores passam seu conteúdo em salas de aula. Com isso, os educadores têm uma tarefa nada fácil de transmitir conhecimento para quem facilmente perde o foco num curto período de tempo. Levando isso em conta, o cenário se apresenta propício para introduzir cada vez mais a tecnologia no processo de aprendizagem, e torná-la aliada em sala de aula.
A professora de Informática Educativa da EMEF Cleómenes Campos, em São Paulo, Marly Navas Soriano afirma que: "O uso de recursos tecnológicos que estão presentes no dia a dia dos alunos pode ajudar a aproximá-los dos temas tratados em sala, além de servir como estímulo para o estudo".
Em contrapartida com o ponto de vista da professora, Burgess e Green abordam em seu livro “YouTube e a Revolução Digital”, que o momento de esplendor do YouTube se deu no ano de 2006, quando a empresa Google pagou 1,65 bilhão de dólares pelo site, agregando-o ao seu leque de serviços ciberculturais. Segundo os mesmos, em 2008, o site era um dos mais visitados do mundo, através de seu dinamismo para o entretenimento, o que hospedava em torno de 86 milhões de vídeos que consolidou o YouTube como um portal colaborativo e multiparticipativo fascinando inúmeros usuários de diversos locais no mundo.
O YouTube construiu uma nova forma de criar e absorver conteúdo. A produção do conhecimento ou mesmo o compartilhamento do mesmo por meio desta rede, faz do professor um usuário pertencente às redes sociais, tornando mais comum a sua presença e suas ferramentas didáticas no meio virtual, interagindo com os alunos e criando um elo de ligação extraclasse.
Em 2013, o Google anunciou a criação do Youtube EDU, uma plataforma que seleciona e agrega vídeos de educação feitos por professores brasileiros. A iniciativa, criada em parceira com a Fundação Lemann, do empresário Jorge Paulo Lemann, é a primeira fora dos Estados Unidos a reunir canais criados por educadores sob o mesmo endereço, o www.youtube.com/edu. O lançamento é chamado pelo Google de "plataforma de excelência" para estudantes, professores e escolas do país. Excelência porque os vídeos publicados no Youtube EDU passam pela curadoria de uma comissão de professores, que avaliam a veracidade das informações e a qualidade das aulas.


Segundo Dênis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, "Essa foi uma das partes mais difíceis do trabalho, porque não dá para definir exatamente o que é uma aula boa ou não. Cada um tem uma forma de ensinar e um jeito de aprender. O grande diferencial da plataforma é justamente possibilitar que as pessoas escolham o professor que melhor se adapta ao seu perfil". A solução encontrada foi de avaliar se o conteúdo dos vídeos estava correto e deixar a tarefa de escolher o método de ensino para o próprio aluno.
Mas mesmo aceitando a diversidade das aulas, a seleção foi criteriosa. "Cada vídeo assistido, seja de 10 ou de 30 minutos, leva mais de duas horas para ser avaliado", disse Marcelo Knobel, professor de física da Unicamp e um dos curadores do processo. O resultado foi esse: 26 canais e um total de 8 mil vídeos - pelo menos até agora - de mais de 18 mil registrados no Youtube com a tag "educação".
Um vídeo explicativo do projeto mostra educadores exibindo as aulas online a seus alunos na própria sala de aula:


Vale ressaltar que usufruir desta ferramenta de aulas no YouTube não tem como objetivo substituir os professores, afinal, aulas presenciais, permitem uma troca de conhecimento e experiências mais orgânicas e fundamentais para o desenvolvimento do aluno. O YouTube EDU, por exemplo, vem como uma forma de complementar o processo de aprendizagem, mas uma etapa não elimina a outra, elas são complementares. Uma das falas mais repetidas no evento de lançamento da plataforma foi que: o lançamento da plataforma não substitui o ensino tradicional. "A ideia é que ela ajude professores e alunos", disse Mizne, da Fundação Lemann.
Alguns vídeos para complementar a explicação do que é e como funciona o YouTube EDU:




Com o avanço da tecnologia da informação, era de se presumir que assim como em outras vertentes, a educação ultrapasse as barreiras da internet, alcançando um patamar jamais visto, tendo a acessibilidade na palma da mão. Hoje podemos escolher o que assistir, quando assistir, o que nos interessa, o que queremos filtrar, e o mais importante, sem mesmo sair de casa. Plataformas como Youtube, ao criar ferramentas como o EDU, além de ajudar a expandir a plataforma, facilitam o acesso às pessoas que querem aprender, dando a elas o ‘’poder’’ do tempo, a escolha de quando assistir, minimizando os efeitos da perda de foco de uma sala de aula por exemplo, e permitindo que o aluno pratique certas aulas quando achar pertinente, ou quando outros fatores não lhe tirem por completo a atenção.




REFERÊNCIAS:

BURGESS, Jean. GREEN, Joshua. YouTube e a Revolução Digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. Tradução de Ricardo Giassetti. São Paulo: Aleph, 2009.

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