sexta-feira, 14 de junho de 2019

Educação 4.0: Realidade, Desafios e o papel das Redes Sociais

Autor: Marcos Alves Corrêa

Introduzindo o conceito de Educação 4.0

O termo "Educação 4.0" é um tema recorrente nas discussões contemporâneas sobre educação e está diretamente relacionado á revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial, Internet das coisas (IoT) e contempla o learning by doing, projetos, vivências e atividades experimentais.

Devemos entender que não existe um modelo ideal que aplica-se de uma maneira geral, é preciso que quebrem-se os velhos paradigmas de anos impostos em uma educação descontextualizada, pautada em transmissão de conhecimento e ambientes pouco propícios ao processo de aprendizagem. Para muitos educadores ligados ao tema, o modelo pautado na cultura maker – do faça você mesmo – é um dos caminhos.

O assunto que recentemente é debatido em escala global foi tema de um relatório de The New Work Order, divulgado pela Foundation for Young Australians (FYA), e confirma que, em um futuro próximo, teremos a substituição do trabalho humano por robôs e pela AI (inteligência artificial) – o que já pode ser constatado em vários setores da indústria.

Este estudo revelou que mais da metade dos estudantes da Austrália, estão focando suas carreiras em profissões que se tornarão obsoletas pelos avanços tecnológicos e automação e em apenas 20 anos, a Inteligência Artificial pode ocupar a maioria dos postos de trabalho que conhecemos atualmente.




Portanto, é fundamental que se preparem os alunos da atual geração para essas mudanças, o relatório The New Work Order recomenda que se dê mais ênfase nas habilidades digitais e ao empreendedorismo na escola. Alem disso, devem ser levados em conta outros elementos que devem ser estimulados desde os primeiros anos escolares, como: Saber lidar com pessoas de forma colaborativa; Desenvolvimento de competências socio-emocionais criativas; Participação em projetos interdisciplinares, que utilizam conhecimentos de diversas disciplinas para um objetivo comum; Uso da empatia com inteligência.


destaca também a importância do desenvolvimento das habilidades relacionadas ao STEM* termo em inglês que relaciona as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

Vantagens e Barreiras

Como toda novidade, a Educação 4.0 precisa de um tempo para se criar uma aceitação geral. A percepção das suas inúmeras vantagens de sua utilização será importante para romper a barreira inicial imposta a essa revolução por conta das dificuldades de implantação da alta tecnologia e da formação do corpo docente, e do conservadorismo da estrutura arcaica de ensino da qual estamos habituados.

Os benefícios são variados: Desde o aprimoramento da gestão escolar até o preparo das aulas e a aplicação do conteúdo . Na gestão, com processos automatizados, otimiza-se tempo e qualidade. O gestor terá todos os dados de que precisa ao alcance da mão, desde a matrícula, que já pode ser online.

Os professores podem preparar aulas práticas que captem a atenção dos estudantes, recebendo em troca uma maior participação e integração. Os alunos, por sua vez, aprendem com atividades lúdicas e games eletrônicos, acessando as ferramentas com as quais já estão habituados a lidar em casa.


Por sua vez, temos a aprendizagem por competências, que é direcionada mais às habilidades práticas do que teóricas. Dessa forma, o conhecimento é diretamente aplicado e os seus resultados são facilmente mensuráveis. Acredita-se que com tudo isso o interesse da criança e, principalmente, do jovem pela escola, seja estimulado.

O vídeo a seguir traz um debate enriquecedor acerca do tema no Canal Futura. Com a participação da professora de neurobiologia da aprendizagem Marta relvas, além do doutor em educação Eugênio Cunha.



Desafios para os gestores e educadores

A discussão sobre o novo paradigma educacional está apenas começando, embora tenha que ocorrer a passos largos, pois a inovação não espera. Por isso, o maior desafio para os gestores e educadores será aprender fazendo (learning by doing), assim como os alunos são estimulados a agir e aprender nesta nova dinâmica.

Será necessária uma rápida adequação dos docentes, quem ainda não está preparado, terá que fazê-lo o quanto antes. Os educadores precisam entender, com urgência, que o ensino se dará no ciberespaço e no tempo de cada estudante. A presença física em si não é mais importante, pois o aprendizado pode se dar a todo instante, fora do ambiente escolar.

As formas de avaliações mudarão completamente e é necessário que os gestores e professores se desvencilhem dos conceitos preconcebidos para avaliar as competências dos alunos. O que será avaliado é o desenvolvimento de cada um dentro dos seus interesses pessoais e objetivos futuros, de maneira mais direcionada.


A maior dificuldade será adotar todas essas mudanças sem um modelo geral preestabelecido, testado e aprovado empiricamente. Cada escola, portanto, deverá seguir um caminho dentro das orientações da Base Nacional Curricular Comum e dos exemplos vanguardistas bem sucedidos nesta abordagem.

O papel das Redes Sociais e Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Dentro deste contexto, observa-se a grande importância destes recursos como ponto de partida para implantação deste novo modelo de metodologias educacionais. A possibilidade e a vasta versatilidade destas ferramentas serão os percursores deste novo paradigma que vem sendo implementado. Porém, observamos os grandes desafios que estão impostos ao docentes e também aos discentes na aceitação e disruptura com o modelo ultrapassado que estamos acostumados. 

https://novaescola.org.br/conteudo/9717/educacao-40-o-que-devemos-esperar
https://www.positivoteceduc.com.br/educacao-4-0/a-educacao-40-ja-e-realidade/
https://www.escolaweb.com.br/blog/artigos/o-que-e-educacao-4-0-e-como-ela-vai-mudar-o-modo-como-se-aprende/
https://www.youtube.com/watch?v=wd4-jnOzcrQ

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