Liziani Marcia de Souza
Disciplina Redes Sociais
Curso de Administração
TECNOLOGIA
OU INOVAÇÃO DISRUPTIVA
Oriundo de uma ruptura, o termo “tecnologia disruptiva”
transforma o mercado, cujo o “monopólio” era dominante por uma marca, produto
ou serviço e é desestabilizada por outra. Ou seja, provoca uma ruptura nos
padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidas no mercado. Sua origem se deu em
meados de 1990, por Clayton M. Christensen, professor de Harvard, que em
publicações de livros, começou a introduzir a evolução dos termos, que apresentou
um artigo chamado “Disruptive Technologies: Catching the Wave”, posteriormente
a expressão foi de “tecnologia disruptiva” a “inovação disruptiva”, tornando
mais abrangente sua aplicação. Este termo foi popularizado no Vale do Silício (onde
estão situadas várias empresas de alta tecnologia), por jovens empreendedores e
foi apropriado pelas estratégias de marketing e publicidade. Na atual
conjuntura é usado para promover produtos ou serviços considerados inovadores,
pois é uma evolução exponencial que consiste numa maneira diferente com maior velocidade,
tornando mais ágil o fazer algo que muitos precisam.
Existem dois tipos de inovação, que são as sustentadoras
e as disruptivas. A sustentadora resulta em produtos e serviços para mercados
estabelecidos e consumidores exigentes, ou seja, melhorias, maior custo, mais
tempo, baixo risco e retorno previsível. Já a disruptiva, atende a origem de
novos mercados e modelos de negócios; soluções mais eficientes; novo conceito
de qualidade; ruptura de antigo modelo de negócio e alteração das bases de
competição existentes, ou seja, criação, menor custo, simplicidade, novos
atributos valorizados, alto risco e retorno incerto.
Os princípios da inovação disruptiva são: os recursos das
empresas dependem dos clientes e investidores; os pequenos mercados não
resolvem as necessidades de crescimento das grandes empresas; os mercados que
não existem não podem ser analisados; o fornecimento da tecnologia não pode ser
igual a procura de mercado. Suas características são: tecnologia simples; fácil;
conveniente; transgressora; veloz; transversal, pois é uma tecnologia que ataca
o mercado obsoleto; e de alto risco, pois está relacionada com a mudança.
Seus tipos são: low-end, tecnologia de baixo custo com
foco nos consumidores de menor atratividade; e new-market, que busca por novos
consumidores e cria novos valores e atributos. As vantagens se caracterizam na
origem de novos mercados e modelos de negócio; soluções mais eficientes;
ruptura de antigo modelo de negócio e alteração das bases de competição
existentes.
Mas onde encontramos essa inovação tecnológica? Inseridos
num contexto de inovação, essas tecnologias são mais simples, baratas e
acessíveis do que as opções no mercado, estabelecendo uma nova forma de relação
entre o produto ou serviço inovador e o público consumidor. Assim podemos dizer
que, os primeiros automóveis foram os precursores dessa evolução, pois o
mercado de transportes era baseado em tração animal, em 1908, com a transformação
do mercado e a produção em massa, Henry Ford chega com Ford Model T, atualmente
temos outro exemplo da mesma empresa, como o Ford Fusion, que tem tecnologia no
carro; versus o Ford Fusion Hybrid, que tem o carro na tecnologia. Outros
exemplos: livro impresso, e-book; enciclopédia, wikipedia; vídeo locadora,
netflix; telefone fixo, celular.
Atualmente podemos dizer que os mais conhecidos são:
Uber, Apple, Netflix e Google, que transformaram a maneira de se locomover, de
ouvir música, de assistir filmes e de buscar informações e de se conectar com
as novidades tecnológicas e pessoas pela internet. Ao criar um novo mercado, pode
haver a desestabilização dos concorrentes que antes o dominavam. Um caso de
serviços são os táxis, que hoje tem forte concorrência do Uber, pois agora dominam
o mercado com sua praticidade, rapidez e evolução tecnológica, pois com um
celular conectado em mãos, através de alguns toques na tela, você tem um
serviço de qualidade, mais barato que o tradicional com tratamento
especializado com carro que carregam seu celular, com wi-fi gratuito, ar
condicionado, carros novos e limpos com oferecimento de alguma guloseima ou
bebidas, tornando a mobilidade mais atraente.
Outro exemplo mencionado é o da Netflix, que quebrou a
Blockbuster (a maior locadora de filmes e games no mundo). A Apple vem com sua
linha de produtos eletrônicos com sistema operacional próprio, que mudou a
forma de ouvir músicas e é concorrente forte para qualquer outras empresas multinacionais
de tecnologia. Hoje a Netflix oferece serviços iniciais gratuitos de filmes,
séries, documentário e ainda potencializa e adequa seus serviços para o tipo de
qualidade de imagem que você deseja.
Algum dia você já se imaginou sem enviar mensagens
eletrônicas, sem um navegador de pesquisa para internet, algum serviço de docs,
drive, agenda, fotos, telefones sem android? Esta é a Google, empresa ícone da
evolução tecnológica, assim como a Microsoft e a Apple. Entretanto, possui
apenas 20 anos, a mais nova das empresas que exploram nossas histórias em
vários setores, seja o acadêmico, profissional, educacional, social ou de
entretenimento.
Nesse cenário inovador, também podemos falar sobre o
setor imobiliário ou a rede hoteleira que oferecem serviços de hospedagem e que
no decorrer dos anos, vem perdendo espaço para o AIRBNB, que oferece hospedagem
em uma propriedade que não pertence à pessoa e conecta pessoas que tem casas,
apartamentos com pessoas que tem essa demanda com preços atraentes, ambientes
mais confortáveis para curtas ou longas hospedagens e opções maiores de
localidades.
Outras tecnologias já são realidades e vem com a promessa
de haver grande salto tecnológico a ponto de quem não se atualizar, correrá o
risco de ficar para trás num futuro próximo. Não é por acaso que Google, Apple,
Microsoft, Amazon e Facebook são as companhias mais valiosas do mundo e são da
área tecnológica. Nesse novo boom de fervor tecnológico, buscando um cenário
mundial, podemos citar 7 tendências que já são realidades como: inteligência
artificial, internet das coisas, analytics, segurança cibernética, realidade virtual
e realidade aumentada, blockchain e drones.
Conectar
objetos como geladeiras, tv, máquina de lava dentro do ambiente que se vive, e
usar o comando de voz para operar esses objetos, são resultados desenvolvidos por
softwares e robôs virtuais que podem ser equipados com uma inteligência
artificial para desempenhar funções sem apertar botões. Nas empresas já podemos
conversar com os chatbots, robôs virtuais, que orientam o consumidor em suas
dúvidas.
A tecnologia que conecta todas as coisas à internet como
carros, geladeiras, tvs, roupas pode ter uma aplicação em larga escala, rumo ao
surgimento de cidades inteligentes. Uma iniciativa da Amazon Go, foi inaugurar
uma loja sem funcionários e sem filas, cujas câmeras, sensores e códigos QR
entende o que os clientes retiram ou colocam nas prateleiras, e realiza a cobrança automaticamente direto no cartão de
crédito.
Com excesso de informação, a análise de dados fornece as
empresas a oportunidade de cortar custos, melhorar a confiabilidade de seus
sistemas e reforçar a qualidade de produtos e serviços. A Analytics foi
utilizadas em alguns países, por exemplo, coletando e cruzando dados históricos
em diferentes em bancos de dados para prever crimes e indicar as localidades,
com esse apoio tecnológico, ajudou a reduzir o índice de criminalidade.
Numa análise de pequenas a grandes empresas, geralmente
ela possuem alguma vulnerabilidade on line, neste caso a segurança cibernética
está em destaque, sendo usada como recurso de proteção contra hackers.
O diferencial entre realidade aumentada e a virtual é que
essa última oferece uma experiência imersiva, recriando o cenário como se o
usuário estivesse inserido no ambiente, normalmente com óculos especiais.
Nos últimos anos, quem teve destaque foram os bitcoin, a
moeda digital que é a tecnologia blockchain, que trata-se de um grande banco de
dados compartilhado e que utiliza criptografia para se tornar um sistema
seguro.
E os drones quebraram o monopólio dos aviões e
helicópteros dos céus, com promessas de entregar mercadorias em 30 minutos ou
menos.
A demanda social e mercadológica cria possibilidades na
educação, para pessoas interessadas em adquiri competências que possam se
reunir presencial ou virtualmente. No setor educacional também possui a
disruptura em seis pontos, que são o poder, o invisível, tempo e espaço,
informação, conhecimento e perguntas. Analisando a sequência dos itens o poder
passa do sistema autoritário para o democrático; o invisível, busca formas
automáticas invisíveis, presentes fora da escola; o tempo e espaço podem mudar
a disposição espacial em tempo-espaço flexível como as artes no cotidiano
escolar proporcionam; a informação deve ser aberta, cultivar uma sala de aula
com cultura visual e entretenimento; o conhecimento deve evoluir para um
sistema de produção e de metodologia de projetos no intuito de ampliar o
sistema de reflexão; e as perguntas
estimulam os alunos a indagarem, discutirem, debaterem no sistema do
processo educativo.
Estas formas podem ser aplicadas em Ensino a Distância,
cursos técnicos on line, aulas virtuais. Muito modelos de negócios diversos veem
surgindo e no caso da educação, o ambiente educativo favorece a introdução de
novos paradigmas no sistema educacional, estimulando a ampliação das novas
tecnologias e metodologias inovadoras. Nesse momento de transição com uma
ruptura com o modelo tradicional, as instituições terão que aprender a se
adaptarem e compartilhar os conteúdos e integrar no uso das tecnologias de
informação e comunicação (TICs). Os profissionais serão os facilitadores e
coaches de aprendizado e os estudantes, de forma colaborativa vão passar a “aprender
a aprender” para desenvolver pensamento crítico e desenvolver competências
essenciais para os novos desafios.
O empoderamento da sociedade com as novas tecnologias
digitais e seus aplicativos móveis estão cada vez mais em evidência. A internet
das coisas nos mostra a evolução do automóvel sem motorista, smart, entre
outros. Entretanto, o foco principal é preparar dirigentes, docentes,
discentes, consumidores para uma mudança de paradigma no processo de ensino e
aprendizagem, além de agregar valor na construção de conhecimento de
empreendedores. Em suma, o ritmo do progresso tecnológico cria reais
necessidades do mercado e as empresas, tem que estar atentas às tendências e
antecipação de novos cenários; tem que ter capacidade para impulsionar uma
mudança disruptiva e observar o ponto de saturação do mercado e obter soluções
inovadoras.
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Acesso em: 09 nov. 2018
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