Pode-se observar que cada vez mais as pessoas gastam seu
tempo nas redes sociais, seja mostrando a sua vida, ou parte dela, ou
observando a vida de outras pessoas. Essa realidade há tempos vem sendo cenário
de críticas, pois não se sabe se as redes sociais trazem uma contribuição para
a vida do indivíduo ou se comporta-se como uma droga que a torna dependente da
aprovação social para se sentir feliz consigo mesma.
Para o teórico Bruno Lopes (2013) a felicidade nos dias de
hoje se torna uma obrigação. O mundo contemporâneo “vende” para as pessoas o
prazer, que sem dúvida é a essência básica da felicidade. Muitas vezes as
pessoas que experimentam o prazer, através de algum objeto no qual investiram,
nem sempre são felizes, podem sentir um bem-estar momentâneo, o fazem somente
para estarem inscritos socialmente.
Para Freud a felicidade é vendida no sentido de
cobrir uma falta, uma falta que é constante e que, portanto, nunca será
alcançada em sua plenitude. As pessoas buscam satisfazer o tempo todo um vazio E
o próprio sistema capitalista contribui para isso. Faz com que nós busquemos a
felicidade em compras, viagens, emprego de sucesso, ter um currículo invejável.
Um
estudo divulgado em 2017 pela Universidade de Michigan apontou uma ligação
entre o uso excessivo das redes sociais e a infelicidade. Dados coletados
assinalam que as emoções ligadas à infelicidade aumentaram proporcionalmente ao
tempo de exposição às postagens de gente aparentemente feliz.Para desenvolver o
material, os pesquisadores enviavam cinco mensagens diárias, durante duas
semanas a cada voluntário de um grupo de 82 pessoas dentre jovens e adultos. Os
links mostravam a quantidade de vezes que cada um dos usuários visitava a rede
social e quais eram seus níveis de preocupação, solidão e satisfação geral com
a vida.
Isso
pode ser decorrente da falsa realidade mostrada na internet, geralmente os
usuários mostram somente as partes boas da sua vida, aquele que vê
instantaneamente compara com a sua realidade atual e se sente infeliz.
Segundo alguns psicólogos as
redes sociais atuam como mecanismos de defesa para muitas de nossas carências,
de nossas necessidades, essas das quais, muitas vezes, não temos consciência e
que nós projetamos nesses espaços que vão muito além de uma simples interação
social.
“Temos a tendência de nos
reconhecermos por meio do reconhecimento do outro e é por isso que as redes
sociais fazem tanto sucesso. Quantos mais likes, seguidores e comentários eu
tenho, mais importante, poderoso e único eu me sinto. Além disso, o mundo
virtual nos dá a possibilidade de construir a nossa imagem, seja ela real ou
não. Então, se a minha autoestima não é tão boa e eu não gosto do que vejo
quando olho para mim mesmo, então eu posso construir, nas redes sociais, uma
vida só de experiências boas para me convencer do contrário”
explica
a psicóloga Milena Lhano, que atende pelo Zenklub.
Um estudo
realizado pela Royal Society for Public Health (Sociedade
Real para a Saúde Pública, do Reino Unido), chamado “#StatusofMind”, revelou o
quão grande e tóxico pode ser o impacto do conteúdo de redes como o Instagram,
Facebook, Snapchat e Twitter no bem-estar e no dia-a-dia das pessoas. A
pesquisa foi realizada com 1.500 pessoas entre 16 e 24 anos. Foram feitas
perguntas sobre assuntos como ansiedade, depressão, perda de identidade pessoal
e problemas com a imagem do próprio corpo. O resultado foi que 5% dos
entrevistados sofrem do que pode ser chamado de “dependência de mídias
digitais”.
Algumas outras descobertas: 1 em em cada 6 jovens sofrerá de algum
transtorno de ansiedade em algum momento de suas vidas. A imagem corporal
também sofre um impacto tóxico para as pessoas que usam as redes,
principalmente mulheres jovens. Isso porque as imagens e vídeos publicados 24
horas por dia levam a comparações – e desejos – de uma certa aparência padrão.
O vídeo abaixo mostra esse cenário:
Referências:
A FELICIDADE se
torna uma obrigação nas redes sociais. Disponível em:
<https://amenteemaravilhosa.com.br/felicidade-obrigacao-redes-sociais/>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
MAGALHÃES,
Dominique. Redes Sociais e a
felicidade. Disponível em:
<https://canaltech.com.br/comportamento/Redes-Sociais-e-a-felicidade/>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
ESTAVAM tão felizes
que não postavam nas redes sociais. Disponível em:
<https://www.contioutra.com/estavam-tao-felizes-que-nao-postavam-nas-redes-sociais/>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
REDES sociais: Todo
mundo é feliz o tempo inteiro?. Disponível em:
<https://www.asomadetodosafetos.com/2018/02/redes-sociais-todo-mundo-e-feliz-o-tempo-inteiro.html>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
FELICIDADE
nas redes sociais. Disponível em:
<http://www.euescolhiesperar.com/artigos/felicidade-nas-redes-sociais>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
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