terça-feira, 6 de novembro de 2018

A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS NAS ELEIÇÕES 2018



As redes sociais são estruturas compostas por pessoas e organizações, que interagem entre si, compartilhando valores em comum, e conteúdos informativos entre a sua rede de seguidores. As redes sociais são consideradas os principais meios de comunicação da atualidade.
Em 2018, o Brasil passou por um processo eleitoral que ficou marcado pela presença das redes sociais no processo de propagandas e divulgações das propostas dos candidatos. Inclusive o presidente da República que foi eleito, utilizou maior parte do seu esforço de campanha nas redes sociais.
O Instagram, Facebook, YouTube, Twitter e Whatsapp são as redes sociais mais conhecidas e utilizadas. O fluxo de mensagens contendo informações sobre política, bombardearam as redes todos os dias, entre primeiro e segundo turno, fazendo com que até mesmo as pessoas que não se interessam pelo assunto, acabaram absorvendo alguma informação sobre. Um estudo comprova que 50% dos eleitores do país, utilizam whatsapp para se informar sobre política, e cerca de 40% destes, compartilham tais mensagens com outras pessoas.
Com o intuito de fornecer uma análise quantitativa, segue abaixo informações sobre o percentual de eleitores que utilizam cada rede social. Com o intuito de resumir a pesquisa, foram analisados números dos dois candidatos à presidência da República que disputaram o segundo turno:

Eleitores com contas em redes sociais:

  • Jair Bolsonaro: 81% dos eleitores dele
  • Fernando Haddad: 59% dos eleitores dele

Eleitores que compartilham notícias sobre política no Facebook:

  • Jair Bolsonaro: 31% dos eleitores dele
  • Fernando Haddad: 21% dos eleitores dele

Eleitores que compartilham notícias sobre política no Whatsapp:

  • Jair Bolsonaro: 40% dos eleitores dele
  • Fernando Haddad: 22% dos eleitores dele

Eleitores que compartilham notícias sobre política no Twitter:

  • Jair Bolsonaro: 5% dos eleitores dele
  • Fernando Haddad: 4% dos eleitores dele

Eleitores que compartilham notícias sobre política no Instagram:

  • Jair Bolsonaro: 12% dos eleitores dele
  • Fernando Haddad: 8% dos eleitores dele

Os candidatos à presidência, faziam postagens todos os dias incentivando seus seguidores à compartilharem as mensagens passadas, e assim foram adquirindo pessoas que seguiram suas páginas nas redes. O candidato à presidência eleito, tem cerca de 18 milhões de seguidores em suas páginas fazendo com que as mensagens compartilhadas atingirem no mínimo o dobro do número de seus seguidores (cerca de 36 milhões pessoas).
Como vantagens deste tipo de comunicação, pode-se citar o custo para quem desenvolve as campanhas. O custo de veiculação das postagens é zero! Apenas terá custo se o criador da campanha desejar impulsionar sua postagem, pagando um preço que varia de acordo com o alcance de pessoas. Em contrapartida, um horário na televisão aberta pode custar milhares de reais. Outra vantagem, é poder selecionar o conteúdo que consumir, onde o pesquisador/eleitor não necessita perder tempo  com propagandas que não o interessam!
Como ponto negativo deste meio de comunicação, pode-se citar a radicalização das informações, a propagação de mensagens falsas, polarização de opiniões, entre outros. Para adentrar no assunto, pode-se citar a repercussão das mensagens falsas (fake news) que tomaram uma proporção gigantesca, afetando negativamente a imagem dos diversos candidatos. No segundo turno, elas se propagaram ainda mais, porém estavam concentradas nos candidatos à presidência. Diversas mensagens tiveram que ser desmentidas e esclarecidas, por meio de grandes meios de comunicação (televisão, rádio), porém o impacto que estas causaram, é imensurável!
Devido à grande presença das redes sociais nesta eleição, e devido às polêmicas levantadas sobre ela; o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável pelo funcionamento e fiscalização das eleições, teve que se pronunciar e entrar em ação. Através de discursos e publicações, o TSE passou a se comunicar com os eleitores do país, e envolver os gerentes responsáveis pelas redes sociais, exigindo comprovação e prestação de contas sobre eventos ocorridos. Diversas acusações foram feitas e entregues ao TSE, envolvendo as redes sociais. Que teve o dever de analisar e tomar as medidas cabíveis.
Diante dos fatos apresentados acima, podemos chegar a conclusão de que as redes sociais tiveram um papel fundamental na escolha do novo presidente da República. O tempo de televisão do candidato eleito, no primeiro turno, era de apenas 8 segundos, e mesmo assim ele atingiu 46,03% dos votos válidos (cerca de 49 milhões de votos). Os resultados no segundo turno foram parecidos, e Jair Bolsonaro foi eleito o presidente da República. Foi a primeira eleição com a grande participação das redes sociais como veículo importante de comunicação, e pode-se afirmar que ela foi essencial para os resultados alcançados fossem dessa maneira.
A longo prazo as redes sociais atingirão um número maior de pessoas, e as próximas eleições terão um enfoque maior nesta área, visto o sucesso causado nestas eleições. As vantagens da utilização devem ser enaltecidas e as desvantagens devem ser melhoradas, assim o processo eleitoral e a escolha dos representantes da nação, podem se tornar cada vez mais fáceis e baratas para todos os envolvidos.

Os vídeos abaixo foram utilizados como forma de agregar conteúdo ao que foi escrito anteriormente. Eles estão disponíveis no Youtube, e fornecem um panorama geral do que foi abordado no artigo.




Referências:

QUANTOS ELEITORES DE CADA CANDIDATO USAM REDES SOCIAIS, LEEM E COMPARTILHAM NOTÍCIAS SOBRE POLÍTICA. São Paulo, 03 out. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/eleicao-em-numeros/noticia/2018/10/03/datafolha-quantos-eleitores-de-cada-candidato-usam-redes-sociais-leem-e-compartilham-noticias-sobre-politica.ghtml>. Acesso em: 03 out. 2018.
RESULTADOS DA APURAÇÃO PARA PRESIDENTE NO 1° TURNO. São Paulo, 29 out. 2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes/2018/apuracao/1turno/brasil/>. Acesso em: 29 out. 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário