quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Fake News


Universidade Federal de Santa Catarina

Charlles de Souza Schmitt Graduando em Administração
Redes Sociais e Virtuais – EGC5020








FAKE NEWS



O termo Fake News, ao contrário do que se pensa, não é atual. Já no final do Século XIX registros acerca dessa palavra podiam ser encontrados em dicionários da Editora Merriam-Webster, localizada em Massachusetts, Estados Unidos da América. Apesar de o termo ser originário da língua inglesa, o termo se tornou mundialmente conhecido e famoso, quando se tratam de notícias falsas publicadas em redes.
O termo Fake News ganhou notória publicidade durante as eleições Estadunidenses, disputada entre Democratas, com a candidata Hillary Clinton e Republicanos, com o candidato, e futuramente presidenciável eleito, Donald Trump. 
Durante a corrida Presidencial, Donald Trump foi acusado de disseminar notícias falsas em sites, explorando conteúdos sobre sua concorrente a Presidência, e até mesmo a imprensa, supostamente auxiliado pelo Governo Russo.
Existem diversos motivos para se fabricar uma Fake News, dentre elas, apenas a existência no interesse da atração de acessos a um site através de uma manchete polêmica, ou distorcida; ou ainda, difamação, seja através de inverdades, ou da realidade distorcida; e ainda, interesse econômico.
A Trend Micro, empresa de segurança cibernética, sediada no Japão, desenvolveu uma pesquisa acerca da indústria das Fake News, chamada “The Fake News Machine”, ou, A máquina das notícias falsas, traduzindo para o português.
Para o desenvolvimento do estudo, foram destrinchados 30 sites da internet, sendo, 10 sites chineses, 10 sites russos, 5 sites americanos, 2 sites indianos, 2 sites árabes, e por fim, 1 site peruano.
Os dados do estudo assustam, pois através destes sites se faz possível manipular inclusive o rankeamento da reputação de um site qualquer, critério esse utilizado para mostrar a ordem dos sites nos resultados de uma pesquisa no Google, por exemplo. Segundo o estudo, isso e demais funcionalidades custam entre 2,6 mil a 400 mil dólares.
O “The Fake News Machine” teve como enfoque conhecer como funciona o processo de falsificação de notícias em três áreas, sendo o primeiro, o mercado dos Influenciadores Digitais, o segundo, a manipulação da opinião pública, e, por conseguinte, estudou a manipulação de alguma ação através de sites e campanhas falsas.
Dando partida pelos Influenciadores Digitais, o estudo afirma que com cerca de 2,6 mil dólares, se faz possível criar uma nova personalidade na internet, com aproximadamente 300 mil seguidores, sendo estes robôs e perfis falsos, dando popularidade e falsa credibilidade a esta “nova personalidade”.
Ainda, segundo a Trend Micro, através de seu estudo, a manipulação da opinião pública custa em torno de 200 mil dólares. A manipulação busca atingir a população através de campanhas, e disseminação de Fake News em redes sociais, como Instagram, Facebook, e WhatsApp. Mesmo que poucas pessoas levem em consideração tais campanhas falsas, o impacto seria profundo, uma vez que o número de receptores da mensagem chegaria facilmente à casa de milhões. 
O último tópico levantado pelo estudo é o mais complexo, e articuloso. Para conseguir se manipular uma ação já em curso, através de campanhas e sites, se fazem necessárias às criações de sites por inteiro, pessoas precisam ser contratadas para disseminar as notícias, além da criação de material físico, como panfletos e folders, fazendo com que os custos subam para algo em torno de 400 mil dólares.
Segundo Benjamim Rosenthal, da Fundação Getúlio Vargas, a polarização da política tem fertilizado o campo das Fake News, pois, as pessoas tendem a favorecer mensagens que vão de encontro as suas ideias e ideais, excluindo assim as mensagens contrárias ao seu ponto de vista. Desta forma, o conteúdo falso pode ser impulsionado, pois uma vez recebida uma mensagem, mesmo que falsa, estimulará o receptor a encaminhar a mesma para a sua rede de amigos, que muito provavelmente, possuem os mesmos interesses e ideologias. Desta forma, as Fake News podem ganhar um círculo infinito de usuários com acesso a elas.
Grandes empresas como o Google, Apple e Facebook, vêm desenvolvendo sistemas de algoritmos que tentam barras as fabricações de notícias falsas. Contudo, conforme elucida André Alves, consultor da Trend Micro, tais atitudes podem ser comparadas a um “jogo” de gato e rato, pois barreiras tecnológicas são superadas, principalmente quando se tem grande interesse econômico, como nesses casos.
Algumas vezes, Fake News podem induzir as pessoas a um erro grave. Foi o que ocorreu no ano de 2014, no Guarujá, em São Paulo, onde, a morte de uma moradora ganhou notoriedade nacional. A morte, causada por linchamento, se deu pelo fato de terem confundido a Senhora com uma suspeita de sequestrar crianças para rituais de magia negra.
Até mesmo na Saúde Pública, Fake News podem surgir. O sarampo, o qual o Brasil foi considerado imune durante anos e anos, voltou a surgir entre a população, pois, uma notícia falsa trazia em seu conteúdo, que milhares de crianças haviam morrido, por culpa de vacinas.
Estamos em ano eleitoral, (2018), as vésperas de um Segundo Turno. Esta época pode ser considerada a certo ponto como um “fermento de notícias falsas”. Comumente nestas épocas, eleitores e candidatos se utilizam de notícias falsas a fim de desbancarem seus concorrentes, ou simplesmente, buscando o próprio emulsionamento de sua campanha.
Segundo o MIT, Massachusetts Institute of Tecnology, nos Estados Unidos da América, uma Fake News possui cerca de 70% de mais chances de ser passada a frente.
O combate às notícias falsas é dever da população como um todo. Porém, identificar e punir esses crimes não são uma tarefa fácil, pois, no Brasil, por exemplo, a legislação não prevê punição as pessoas que propagam mentiras via internet, e sim apenas, em rádio e televisão. 
O profissionalismo das Fake News chega a tal ponto, que portais de notícias conhecidos são plagiados, induzindo quem o acessa a acreditar que esta na página correta, e não em uma página falsa.
O Facebook vem combatendo de forma mais intensa as Fake News, alegando ter removido cerca de 230 perfis, 208 páginas, e mais de 70 grupos regidos por inteligência artificial. 
Ainda, existem portais de notícias que verificam as notícias veiculadas, caracterizando-as como “verdadeiras ou falsas”, e “fato ou fake”.
De fato, o grande combatente a este tipo de notícias, são os usuários da internet que estão ligados de uma forma ou outra a uma rede. A checagem dos conteúdos se faz importante, para que conteúdos falsos não se impulsionem através da ingenuidade do usuário. 





Referências

https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/25/fake-news-pelo-whatsapp-e-fenomeno-sem-precedentes-no-mundo-diz-oea.htm

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm

https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,uso-de-fake-news-nas-eleicoes-do-brasil-e-sem-precedentes-diz-chefe-de-missao-da-oea,70002563620

https://documents.trendmicro.com/assets/white_papers/wp-fake-news-machine-how-propagandists-abuse-the-internet.pdf

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