Universidade Federal de Santa
Catarina
Charlles de Souza Schmitt Graduando
em Administração
Redes Sociais e Virtuais – EGC5020
FAKE NEWS
O termo Fake News, ao contrário do que se pensa, não é atual. Já no
final do Século XIX registros acerca dessa palavra podiam ser encontrados em
dicionários da Editora Merriam-Webster, localizada em Massachusetts, Estados
Unidos da América. Apesar de o termo ser originário da língua inglesa, o termo
se tornou mundialmente conhecido e famoso, quando se tratam de notícias falsas
publicadas em redes.
O termo Fake News ganhou notória publicidade durante as eleições
Estadunidenses, disputada entre Democratas, com a candidata Hillary Clinton e
Republicanos, com o candidato, e futuramente presidenciável eleito, Donald
Trump.
Durante a corrida Presidencial, Donald Trump foi acusado de disseminar
notícias falsas em sites, explorando conteúdos sobre sua concorrente a
Presidência, e até mesmo a imprensa, supostamente auxiliado pelo Governo Russo.
Existem diversos motivos para se fabricar uma Fake News, dentre elas,
apenas a existência no interesse da atração de acessos a um site através de uma
manchete polêmica, ou distorcida; ou ainda, difamação, seja através de
inverdades, ou da realidade distorcida; e ainda, interesse econômico.
A Trend Micro, empresa de segurança cibernética, sediada no Japão,
desenvolveu uma pesquisa acerca da indústria das Fake News, chamada “The Fake
News Machine”, ou, A máquina das notícias falsas, traduzindo para o português.
Para o desenvolvimento do estudo, foram destrinchados 30 sites da
internet, sendo, 10 sites chineses, 10 sites russos, 5 sites americanos, 2
sites indianos, 2 sites árabes, e por fim, 1 site peruano.
Os dados do estudo assustam, pois através destes sites se faz possível
manipular inclusive o rankeamento da reputação de um site qualquer, critério
esse utilizado para mostrar a ordem dos sites nos resultados de uma pesquisa no
Google, por exemplo. Segundo o estudo, isso e demais funcionalidades custam
entre 2,6 mil a 400 mil dólares.
O “The Fake News Machine” teve como enfoque conhecer como funciona o
processo de falsificação de notícias em três áreas, sendo o primeiro, o mercado
dos Influenciadores Digitais, o segundo, a manipulação da opinião pública, e,
por conseguinte, estudou a manipulação de alguma ação através de sites e
campanhas falsas.
Dando partida pelos Influenciadores Digitais, o estudo afirma que com
cerca de 2,6 mil dólares, se faz possível criar uma nova personalidade na
internet, com aproximadamente 300 mil seguidores, sendo estes robôs e perfis
falsos, dando popularidade e falsa credibilidade a esta “nova personalidade”.
Ainda, segundo a Trend Micro, através de seu estudo, a manipulação da
opinião pública custa em torno de 200 mil dólares. A manipulação busca atingir
a população através de campanhas, e disseminação de Fake News em redes sociais,
como Instagram, Facebook, e WhatsApp. Mesmo que poucas pessoas levem em
consideração tais campanhas falsas, o impacto seria profundo, uma vez que o
número de receptores da mensagem chegaria facilmente à casa de milhões.
O último tópico levantado pelo estudo é o mais complexo, e articuloso.
Para conseguir se manipular uma ação já em curso, através de campanhas e sites,
se fazem necessárias às criações de sites por inteiro, pessoas precisam ser
contratadas para disseminar as notícias, além da criação de material físico,
como panfletos e folders, fazendo com que os custos subam para algo em torno de
400 mil dólares.
Segundo Benjamim Rosenthal, da Fundação Getúlio Vargas, a polarização da
política tem fertilizado o campo das Fake News, pois, as pessoas tendem a
favorecer mensagens que vão de encontro as suas ideias e ideais, excluindo
assim as mensagens contrárias ao seu ponto de vista. Desta forma, o conteúdo
falso pode ser impulsionado, pois uma vez recebida uma mensagem, mesmo que
falsa, estimulará o receptor a encaminhar a mesma para a sua rede de amigos,
que muito provavelmente, possuem os mesmos interesses e ideologias. Desta
forma, as Fake News podem ganhar um círculo infinito de usuários com acesso a
elas.
Grandes empresas como o Google, Apple e Facebook, vêm desenvolvendo
sistemas de algoritmos que tentam barras as fabricações de notícias falsas.
Contudo, conforme elucida André Alves, consultor da Trend Micro, tais atitudes
podem ser comparadas a um “jogo” de gato e rato, pois barreiras tecnológicas
são superadas, principalmente quando se tem grande interesse econômico, como
nesses casos.
Algumas vezes, Fake News podem induzir as pessoas a um erro grave. Foi o
que ocorreu no ano de 2014, no Guarujá, em São Paulo, onde, a morte de uma
moradora ganhou notoriedade nacional. A morte, causada por linchamento, se deu
pelo fato de terem confundido a Senhora com uma suspeita de sequestrar crianças
para rituais de magia negra.
Até mesmo na Saúde Pública, Fake News podem surgir. O sarampo, o qual o
Brasil foi considerado imune durante anos e anos, voltou a surgir entre a
população, pois, uma notícia falsa trazia em seu conteúdo, que milhares de
crianças haviam morrido, por culpa de vacinas.
Estamos em ano eleitoral, (2018), as vésperas de um Segundo Turno. Esta
época pode ser considerada a certo ponto como um “fermento de notícias falsas”.
Comumente nestas épocas, eleitores e candidatos se utilizam de notícias falsas
a fim de desbancarem seus concorrentes, ou simplesmente, buscando o próprio emulsionamento
de sua campanha.
Segundo o MIT, Massachusetts Institute of Tecnology, nos Estados Unidos
da América, uma Fake News possui cerca de 70% de mais chances de ser passada a
frente.
O combate às notícias falsas é dever da população como um todo. Porém, identificar
e punir esses crimes não são uma tarefa fácil, pois, no Brasil, por exemplo, a
legislação não prevê punição as pessoas que propagam mentiras via internet, e
sim apenas, em rádio e televisão.
O profissionalismo das Fake News chega a tal ponto, que portais de
notícias conhecidos são plagiados, induzindo quem o acessa a acreditar que esta
na página correta, e não em uma página falsa.
O Facebook vem combatendo de forma mais intensa as Fake News, alegando
ter removido cerca de 230 perfis, 208 páginas, e mais de 70 grupos regidos por inteligência
artificial.
Ainda, existem portais de notícias que verificam as notícias veiculadas,
caracterizando-as como “verdadeiras ou falsas”, e “fato ou fake”.
De fato, o grande combatente a este tipo de notícias, são os usuários da
internet que estão ligados de uma forma ou outra a uma rede. A checagem dos
conteúdos se faz importante, para que conteúdos falsos não se impulsionem
através da ingenuidade do usuário.
Referências
https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/25/fake-news-pelo-whatsapp-e-fenomeno-sem-precedentes-no-mundo-diz-oea.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm
https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,uso-de-fake-news-nas-eleicoes-do-brasil-e-sem-precedentes-diz-chefe-de-missao-da-oea,70002563620
https://documents.trendmicro.com/assets/white_papers/wp-fake-news-machine-how-propagandists-abuse-the-internet.pdf
Referências
https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/25/fake-news-pelo-whatsapp-e-fenomeno-sem-precedentes-no-mundo-diz-oea.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm
https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,uso-de-fake-news-nas-eleicoes-do-brasil-e-sem-precedentes-diz-chefe-de-missao-da-oea,70002563620
https://documents.trendmicro.com/assets/white_papers/wp-fake-news-machine-how-propagandists-abuse-the-internet.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário