sábado, 28 de novembro de 2015

STARTUPS E A POSSIBILIDADE DE NOVOS NEGÓCIOS

STARTUP: UM PANORAMA GERAL

Muito embora o termo startup seja conhecido e empregado há muitas décadas nos Estados Unidos, seu conceito só se tornou plenamente popular durante a época da Bolha da Internet, entre os anos de 1996 e 2001. Até então, designava um grupo de indivíduos desenvolvendo uma ideia inovadora que poderia retornar níveis almejáveis de lucro, bem como a possibilidade de dar início a uma nova empresa e colocá-la em total funcionamento.
O conceito de startup possui diferentes qualificações: alguns acreditam que as startups representam quaisquer pequenas empresas em fase inicial. Outros, que elas nada mais são do que empresas com custos de manutenção muito baixos e que são passíveis de crescerem rapidamente e gerarem lucros gradativamente mais elevados. No entanto, o que investidores e especialistas de fato chamam de startup caracteriza um conjunto de pessoas com um objetivo em comum: a procura de um modelo de negócios que seja repetível e escalável, trabalho esse realizado em meio a um ambiente de condições de extrema incerteza.
Essa sucinta definição envolve quatro elementos fundamentais: um cenário de incerteza, já que não é possível afirmar que a ideia em desenvolvimento e o projeto dos criadores da startup realmente se mostrarão viáveis e se concretizarão; um modelo de negócios gerador de valor, pois a totalidade do trabalho empenhado se transformará futuramente em dinheiro por meio do retorno dos lucros (como por exemplo, o modelo de negócios utilizado pelas franquias: deve-se pagar royalties pelo uso de determinadas marcas, entretanto, tem-se acesso direto a uma receita de sucesso através do suporte do franqueador, o que aumenta consideravelmente as chances do franqueado obter lucros exorbitantes); o terceiro elemento diz respeito à capacidade da ideia ser repetível, ou seja, ser capaz de oferecer o mesmo produto a diversos clientes em escala ilimitada e sem muitas adaptações a cada vez (o que é possível por meio da venda repetida da mesma unidade do produto ou pela sua disponibilidade independente da demanda); por fim, o quarto e último componente concerne à necessidade da startup ser escalável, isto é, crescer progressivamente sem influenciar o modelo de negócios, de modo que as receitas aumentem mais rapidamente do que os custos, fazendo com que a margem de lucros seja cada vez mais elevada.
Devido justamente ao ambiente incerto é que se fala tanto em investimento para startups, pois sem capital de risco é extremamente complicado persistir na busca pelo modelo de negócios ideal enquanto não existe receita. No entanto, mesmo após a comprovação da existência do padrão de operações e do aumento paulatino das receitas, não se pode afirmar ainda que a nova firma já existe de forma integral: muitíssimo provavelmente serão necessários novos aportes de investimento para que a startup em questão se configure como uma empresa concreta e autossustentável.
É de extrema importância mencionar que startups não são apenas empresas de internet. Elas somente são mais frequentes nesse meio, porque o ciberespaço possibilita que sua expansão seja consideravelmente mais rápida, fácil e barata, além de permitir que a venda do produto em questão seja repetível. Neste sentido, pesquisadores que tenham desenvolvido uma nova patente, por exemplo, podem ter em mãos uma startup, desde que ela se revele um negócio repetível e escalável.


STARTUPS NO BRASIL

No Brasil, atualmente, tem-se o Star-Up Brasil – Programa Nacional de Aceleração de Startups, uma iniciativa do governo federal patrocinada pelo BNDES e criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que conta com a parceria de aceleradoras para apoiar as empresas nascentes de base tecnológica.
Pelo fato das startups serem responsáveis pela revitalização do mercado, elas necessitam de um ambiente propício para se desenvolverem plenamente e alcançarem o sucesso e a autossuficiência. Neste sentido, as aceleradoras, agentes de origem privada, orientadas ao mercado e com capacidade elevada de investimento financeiro cumprem com a função de direcionar e potencializar o desenvolvimento das startups.
O Star-Up Brasil integra o TI Maior – Programa Estratégico de Software e Serviços de TI – que é uma das ações da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), que seleciona as TICs como sendo um dos programas prioritários para fomentar o desenvolvimento da economia brasileira.
O programa do governo federal funciona por edições anuais. Em cada edição são feitas duas chamadas públicas: uma para qualificar e habilitar as aceleradoras, e outra para selecionar as startups com rodadas semestrais. É dividido em três fases distintas.

Fonte: Start-Up Brasil

Na primeira fase ocorre a habilitação de aceleradoras. Nesta etapa, as organizadoras responsáveis pelo suporte, direcionamento e desenvolvimento das startups são qualificadas por meio de um edital específico. A segunda fase, por sua vez, é caracterizada pela seleção de startups. Após a habilitação das aceleradoras, as startups nacionais e internacionais (até 25% dos projetos aprovados) que receberão o apoio do programa brasileiro são selecionadas, o que ocorre uma vez a cada semestre. Na terceira e última etapa do projeto do governo, tem início o processo de aceleração propriamente dito. Neste sentido, num período de até doze meses as startups têm acesso a um valor de até R$200 mil em bolsas de P&D (pesquisa e desenvolvimento) para os profissionais, bem como recebem investimentos financeiros das aceleradoras e têm a possibilidade de ter contato com serviços de infraestrutura, mentorias e capacitação em troca de um percentual (a ser negociado) de participação acionária.


Fontes:

Acesso em: 27 nov. 2015.

START-UP BRASIL. Disponível em: < http://startupbrasil.org.br/>.
Acesso em: 27 nov. 2015.

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