STARTUP: UM PANORAMA GERAL
Muito
embora o termo startup seja conhecido
e empregado há muitas décadas nos Estados Unidos, seu conceito só se tornou plenamente
popular durante a época da Bolha da
Internet, entre os anos de 1996 e 2001. Até então, designava um grupo de
indivíduos desenvolvendo uma ideia inovadora que poderia retornar níveis almejáveis
de lucro, bem como a possibilidade de dar início a uma nova empresa e colocá-la
em total funcionamento.
O
conceito de startup possui diferentes
qualificações: alguns acreditam que as startups
representam quaisquer pequenas empresas em fase inicial. Outros, que elas nada
mais são do que empresas com custos de manutenção muito baixos e que são
passíveis de crescerem rapidamente e gerarem lucros gradativamente mais
elevados. No entanto, o que investidores e especialistas de fato chamam de startup caracteriza um conjunto de
pessoas com um objetivo em comum: a procura de um modelo de negócios que seja
repetível e escalável, trabalho esse realizado em meio a um ambiente de condições
de extrema incerteza.
Essa sucinta
definição envolve quatro elementos fundamentais: um cenário de incerteza, já que não é possível afirmar que a ideia em
desenvolvimento e o projeto dos criadores da startup realmente se mostrarão viáveis e se concretizarão; um modelo de negócios gerador de valor, pois a totalidade do trabalho empenhado se transformará futuramente em dinheiro por meio do retorno dos lucros (como por exemplo, o modelo de negócios
utilizado pelas franquias: deve-se pagar royalties
pelo uso de determinadas marcas, entretanto, tem-se acesso direto a uma receita
de sucesso através do suporte do franqueador, o que aumenta consideravelmente
as chances do franqueado obter lucros exorbitantes); o terceiro elemento diz
respeito à capacidade da ideia ser repetível,
ou seja, ser capaz de oferecer o mesmo produto a diversos clientes em escala
ilimitada e sem muitas adaptações a cada vez (o que é possível por meio da
venda repetida da mesma unidade do produto ou pela sua disponibilidade
independente da demanda); por fim, o quarto e último componente concerne à
necessidade da startup ser escalável, isto é, crescer
progressivamente sem influenciar o modelo de negócios, de modo que as receitas
aumentem mais rapidamente do que os custos, fazendo com que a margem de lucros
seja cada vez mais elevada.
Devido
justamente ao ambiente incerto é que se fala tanto em investimento para startups, pois sem capital de risco é
extremamente complicado persistir na busca pelo modelo de negócios ideal
enquanto não existe receita. No entanto, mesmo após a comprovação da existência
do padrão de operações e do aumento paulatino das receitas, não se pode afirmar
ainda que a nova firma já existe de forma integral: muitíssimo provavelmente
serão necessários novos aportes de investimento para que a startup em questão se configure como uma empresa concreta e autossustentável.
É de
extrema importância mencionar que startups
não são apenas empresas de internet. Elas somente são mais frequentes nesse
meio, porque o ciberespaço possibilita que sua expansão seja consideravelmente
mais rápida, fácil e barata, além de permitir que a venda do produto em questão
seja repetível. Neste sentido, pesquisadores que tenham desenvolvido uma nova patente,
por exemplo, podem ter em mãos uma startup,
desde que ela se revele um negócio repetível e escalável.
STARTUPS NO BRASIL
No
Brasil, atualmente, tem-se o Star-Up Brasil – Programa Nacional de
Aceleração de Startups, uma iniciativa do governo federal patrocinada
pelo BNDES e criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
que conta com a parceria de aceleradoras para apoiar as empresas nascentes de
base tecnológica.
Pelo
fato das startups serem responsáveis pela
revitalização do mercado, elas necessitam de um ambiente propício para se
desenvolverem plenamente e alcançarem o sucesso e a autossuficiência. Neste
sentido, as aceleradoras, agentes de origem privada, orientadas ao mercado e com
capacidade elevada de investimento financeiro cumprem com a função de
direcionar e potencializar o desenvolvimento das startups.
O Star-Up
Brasil integra o TI Maior – Programa Estratégico
de Software e Serviços de TI – que é uma das ações da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), que
seleciona as TICs como sendo um dos programas prioritários para fomentar o
desenvolvimento da economia brasileira.
O
programa do governo federal funciona por edições anuais. Em cada edição são
feitas duas chamadas públicas: uma para qualificar e habilitar as aceleradoras,
e outra para selecionar as startups
com rodadas semestrais. É dividido em três fases distintas.
Fonte: Start-Up Brasil
Na primeira
fase ocorre a habilitação de
aceleradoras. Nesta etapa, as organizadoras responsáveis pelo suporte, direcionamento
e desenvolvimento das startups são
qualificadas por meio de um edital específico. A segunda fase, por sua vez, é
caracterizada pela seleção de startups.
Após a habilitação das aceleradoras, as startups
nacionais e internacionais (até 25% dos projetos aprovados) que receberão o
apoio do programa brasileiro são selecionadas, o que ocorre uma vez a cada
semestre. Na terceira e última etapa do projeto do governo, tem início o processo de aceleração propriamente
dito. Neste sentido, num período de até doze meses as startups têm acesso a um valor de até R$200 mil em bolsas de
P&D (pesquisa e desenvolvimento) para os profissionais, bem como recebem
investimentos financeiros das aceleradoras e têm a possibilidade de ter contato
com serviços de infraestrutura, mentorias e capacitação em troca de um
percentual (a ser negociado) de participação acionária.
Fontes:
REVISTA EXAME. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-uma-startup>.
Acesso em: 27 nov. 2015.
START-UP BRASIL. Disponível em: < http://startupbrasil.org.br/>.
Acesso em: 27 nov. 2015.
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