Matrícula: 18105487
Disciplina: Redes Sociais e Virtuais EGC5020
A
Inteligência Artificial (IA) é uma força transformadora do século XXI,
redefinindo o mercado de trabalho global. Sua capacidade de automatizar tarefas
complexas, da escrita à programação, o que leva a questão: substituirá empregos
ou irá redefinir funções? Especialistas apontam para uma grande remodelação,
não para a substituição total.
Bill
Gates, em fevereiro de 2024, previu que a IA e o Big Data diminuirão
significativamente o papel humano em áreas como Medicina e Educação em menos de
uma década. Segundo ele, o conhecimento de grandes profissionais se tornará
"gratuito" e "comum" via IA, numa transformação rápida e
inevitável. Neil Thomson (MIT) corrobora, indicando automação significativa em
cerca de uma década, seguindo ciclos históricos de tecnologias disruptivas.
O
Fundo Monetário Internacional (FMI) através de um estudo em janeiro de 2024 que
cerca de 40% dos empregos globais serão afetados pela IA. Metade pode se
beneficiar com aumento de produtividade, enquanto a outra metade enfrenta
desafios como redução de demanda ou salários, e até o desaparecimento de
funções. Thomson, porém, argumenta que a substituição total é menos provável,
já que poucas tarefas tecnicamente compatíveis são economicamente viáveis para
automação.
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Fonte: Freepik |
IA Generativa e as Mudanças Ocupacionais
Um
estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com o NASK, em maio de
2025, indicou que 25% dos empregos globais estão expostos à IA generativa (que
cria conteúdo novo). Apenas 3,3% dos empregos globais têm altíssimo risco de
automação. O relatório da OIT destaca a transformação dos postos de
trabalho, não a substituição total, pois a maioria das ocupações ainda
exige envolvimento humano.
O
relatório "Futuro do Trabalho" (WEF e FDC) projeta que 92 milhões de
empregos serão substituídos por tecnologias como IA até 2030 (8% da força de
trabalho global). Contudo, o mesmo estudo prevê a criação de 170 milhões de
empregos (14% da mão de obra), resultando em um saldo positivo de 78 milhões de
vagas.
Vulnerabilidades
e o Valor Humano
Profissões
com tarefas repetitivas, baseadas em padrões ou que processam grandes volumes
de dados são as mais suscetíveis à IA. A OIT destaca empregos de escritório e
administrativos, além de áreas já intensivas em tecnologia como mídia,
programação e finanças. O WEF e FDC listam funções em declínio, como serviços
postais, caixas, operadores de dados, assistentes administrativos, contadores e
profissionais de impressão.
Por
outro lado, a essência humana permanece insubstituível. Agma Machado Traina
(USP São Carlos) destaca que perspicácia, criatividade, flexibilidade e
julgamento ético não são replicáveis pela tecnologia. O ChatGPT reconhece que
certas profissões, por suas características emocionais ou éticas, têm baixa
probabilidade de substituição. Entre elas:
- Profissionais
de saúde mental:
dependem de empatia e conexão humana profunda.
- Professores
e educadores:
exigem habilidades interpessoais e emocionais.
- Artistas
e criadores:
a criatividade autêntica é um domínio humano.
- Trabalhadores
manuais especializados:
atuam em ambientes variáveis com complexidade física.
- Cuidadores
e profissionais de atendimento:
demandam paciência e acolhimento emocional.
- Líderes e tomadores de decisões éticas: exigem compreensão moral.
Novas
Demandas e Requalificação Essencial
A ascensão da IA impulsiona novas funções e valoriza habilidades. O WEF e FDC identificam crescimento em Big Data, Fintech, Desenvolvimento de Software, Segurança de Dados. Setores como TI, energias renováveis, mercado financeiro e agricultura também expandem no Brasil. Relatórios também mostram que 65% dos trabalhadores reconhecem a necessidade de requalificação em IA, Big Data e cybersegurança. 78% buscam treinamento nas empresas, e 70% dedicam tempo fora do expediente.
A adaptação e requalificação profissional são imperativas. Solange Oliveira Rezende (USP São Carlos) afirma que o profissional não perderá o emprego para a IA, mas para quem souber lidar com ela. A tecnologia aprimora o desempenho, e a falta de abertura para o aprendizado pode custar o emprego.
Habilidades
valorizadas incluem pensamento analítico (69%), resiliência e flexibilidade
(67%), liderança (61%), pensamento criativo (57%), motivação (52%) e
alfabetização tecnológica (51%). No Brasil, IA e Big Data são prioridades de
requalificação para 53% dos empregadores nos próximos cinco anos.
Implicações
Sociais e a Jornada de Trabalho Futura
Bilionários
do Vale do Silício enxergam algumas implicações. Vinod Khosla (Sun
Microsystems) estima que a IA pode realizar 80% ou mais dos empregos, tornando
funções mais eficientes e baratas. Para evitar desemprego em massa, ele sugere
a Renda Básica Universal (RBU). Gates e Khosla preveem uma semana de trabalho
mais curta (três dias), com a IA produzindo abundância e liberando humanos para
hobbies. Elon Musk sugere que o trabalho se tornará um "hobby".
Contudo, previsões históricas de redução drástica de carga horária (como 15
horas semanais por Keynes em 1930) ainda não se concretizaram.
Como
conclusão, a IA não é um substituto universal, mas um “acelerador” para uma
reestruturação do mercado. A automação libera humanos para funções que exigem
criatividade, empatia e julgamento ético. A colaboração humano-IA, junto à
requalificação e adaptação digital, formará uma força de trabalho ágil. Apesar
dos desafios, a produtividade, novas oportunidades e jornadas flexíveis
delineiam um otimismo cauteloso para o futuro do trabalho.
Referências
FONTES, Matheus Martins. A inteligência artificial vai substituir todos os empregos? Disponível em: https://mba.iabigdata.icmc.usp.br/a-inteligencia-artificial-vai-substituir-todos-os-empregos / Acesso em: 10 jun. 2025.
ROYLE, Orianna Rosa. IA substituirá 80% das vagas em 80% das ocupações, diz bilionário do Vale do Silício Disponível em: https://www.infomoney.com.br/business/global/ia-substituira-80-das-vagas-em-80-das-ocupacoes-diz-bilionario-do-vale-do-silicio / Acesso em: 10 jun. 2025.
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