Disciplina: Redes Sociais e Virtuais - EGC5020-09318/10316
(20242)
Autor: Lucas Elizeu de Souza
Matrícula: 22250138
A Terceira Idade e os Obstáculos da Era Digital
Em 2022, o número de brasileiros com mais de 65 anos chegou a 10,9% da
população, um crescimento de 57,4% desde 2010. Mas, segundo o Pew Research
Center, dos 29 milhões de idosos no Brasil, apenas 5 milhões estão conectados à
internet. Com o avanço da tecnologia trazendo tantas facilidades para o nosso
cotidiano, essa exclusão digital dos idosos acaba os deixando à margem, sem
acesso a ferramentas que poderiam facilitar muito suas vidas.
Preconceitos e a Inclusão dos Idosos
Sommerhalder e Nogueira (2000) observam que, na nossa
sociedade, ainda existe uma visão preconceituosa de que os idosos são frágeis e
improdutivos, incapazes de acompanhar as demandas da vida moderna. Esse
estereótipo acaba reforçando a ideia de que envelhecer é sinônimo de perda, o
que é um erro. Para combater essa visão, é fundamental promover a inclusão
social e digital dos idosos. Políticas públicas, incentivos e campanhas de
conscientização são fundamentais para mostrar que eles podem, sim, se atualizar
e fazer parte desse mundo digital. O uso da tecnologia pode tornar a vida mais
leve, conectar as pessoas e abrir portas para novas possibilidades. Bez,
Pasqualotti e Passerino (2006) destacam, por exemplo, as iniciativas de algumas
universidades públicas que oferecem cursos gratuitos para a terceira idade, uma
iniciativa que merece ser ampliada e fortalecida.
A Vontade e a Necessidade de Aprender
Muitos idosos podem encontrar no uso da tecnologia uma
forma de facilitar atividades cotidianas, como fazer compras, pagar contas, ler
notícias e manter contato com amigos e familiares. Essas situações práticas
servem de motivação para que eles participem de cursos e experimentem esse
mundo digital. No entanto, esses cursos precisam ser pensados especialmente
para eles, com uma metodologia acolhedora e voltada para o ritmo de cada um,
além de resultados reais que os façam sentir-se capazes. Também é importante
que o design e a interface das ferramentas sejam simples e acessíveis, evitando
letras pequenas, ícones complicados e funcionalidades escondidas que acabam
atrapalhando.
Aprender algo novo é um exercício que vai além do
conhecimento técnico, é algo que dá um sentido de vitalidade, de pertencimento.
Roldão (2009) aponta que a aprendizagem contínua está diretamente ligada à
qualidade de vida dos idosos. Ela ajuda a se manterem atualizados, a verem suas
próprias capacidades de forma positiva e a cuidarem da saúde mental. Participar
de atividades em grupo também é uma forma de socialização que fortalece a
resiliência diante dos desafios naturais da vida.
Referências
PASQUALOTTI, Adriano. Desenvolvimento dos aspectos sociais
na velhice: experimentação de ambientes informatizados. In: BOTH, Agostinho;
BARBOSA, Márcia Helena S. Envelhecimento humano: múltiplos olhares.
Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, [ano de publicação].
PASSERINO, Liliana Maria; BEZ, Maria Rosangela;
PASQUALOTTI, Paulo Roberto. “Atelier Digital”, uma proposta inovadora: relato
de experiência com a terceira idade. Revista Renote: Novas Tecnologias na
Educação, v. 4, n. 1, 2006.
ROLDÃO, Flávia Diniz. Aprendizagem contínua de adultos
idosos e qualidade de vida: refletindo sobre possibilidades em atividades de
extensão nas universidades. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento
Humano, Passo Fundo, v. 6, n. 1, p. 61-73, 2009.
SOMMERHALDER, C.; NOGUEIRA, E. J. As relações entre
gerações. In: NERI, A. L.; FREIRE, S. A. (Orgs.). E por falar em boa
velhice. Campinas: Papirus, 2000. p. 101-112.
BRASIL. Número de idosos na população do país cresceu 57,4%
em 12 anos, segundo Censo 2022. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2023/10/censo-2022-numero-de-idosos-na-populacao-do-pais-cresceu-57-4-em-12-anos.
PEW RESEARCH CENTER. Brazil. 2023. Disponível em: https://www.pewresearch.org/collection/brazil/.
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