A cada ano, o marketing de influência ganha mais espaço na estratégia e no orçamento das empresas. A afirmação, que pode parecer fruto do senso comum, é comprovada por dados. Se engana, no entanto, quem acredita que o potencial do marketing de influência de gerar dinheiro e movimentar negócios se resume apenas ao aumento dos investimentos dos anunciantes na estratégia. Essa é, sim, uma alavanca de crescimento. Mas a influência já conta com um ecossistema próprio de empresas e ferramentas dedicadas a alimentar a relação entre marcas, criadores e público. De acordo com o estudo Inside Martech Report, do Distrito, no Brasil, de 740 martechs, 25 trabalham exclusivamente com marketing de influência. Quando analisadas de forma macro, as informações mostram que o marketing de influência não está apenas crescendo, mas impulsionando todo um ecossistema de empresas.
DNA tecnológico
Apesar de serem fruto de diferentes histórias e momentos, há um denominador comum no surgimento dessas empresas que orbitam a influência – o senso de oportunidade e a necessidade de conectar marcas e influenciadores. As marcas já queriam trabalhar com os influenciadores, mas não sabiam como. Havia dificuldades em acessar, orçar, implementar e mensurar o então novo modelo de estratégia. Com esse contexto, as empresas nasceram para a fazer a ponte entre marcas e influenciadores e diminuir as fricções nesse contato. Para isso, a tecnologia foi uma aliada e permitiu que o trabalho no marketing de influência ganhasse escala.
Estágio de amadurecimento
Assim, estratégia e empresas evoluíram juntas. O trabalho com dados e tecnologia permitiu que o acesso a influenciadores ganhasse camadas de automação. Ao mesmo tempo, o avanço da mensuração mostrou aos anunciantes que o marketing de influência era uma alternativa rentável. Em paralelo, as empresas que trabalharam nesse processo, conectando as partes, evoluíram seu modelo de negócio.
Desafios da profissionalização
Apesar do avanço, a profissionalização ainda é um desafio do setor. Com cada vez mais tecnologia embarcada e dados sobre os criadores de conteúdo, a inteligência para essa base de informações é a busca de agências e martechs. A partir de dados da Hootsuite e WeAreSocial, estima-se que mais de 4,2 bilhões de pessoas utilizem redes sociais no mundo. A ideia seria entender quantos destes podem ser caracterizados como influenciadores, quais as características de seu conteúdo, público e métricas.
Assim como o avanço em big data, outro tópico que está sob os olhos atentos do mercado de marketing de influência são as PMEs. Ainda que grandes corporações já tenham a estratégia como algo certo dentro do seu investimento em marketing e procurem parceiras do setor, a influência ainda pode ser inacessível para pequenos e médios negócios. Nesse sentido, à medida que companhias conseguem promover esse acesso, avançam sentido a uma nova fatia da economia e ampliam seu mercado consumidor.
Match humano
Ainda que a automação seja, sem dúvidas, uma aliada poderosa nesse processo, os executivos alertam que há limites. A criatividade segue essencial para gerar resultados relevantes. “É importante lembrar que no marketing de influência é necessário um equilíbrio entre humano e algorítmico, a fim de evitar perdas ou eventuais métricas de vaidade que não entregam resultado final nem para o cliente e nem para o criador”, explica Bia Granja. A atenção a esse equilíbrio se faz ainda mais necessária em um ambiente político-social polarizado. Raphael Pinho defende que é preciso entender que os criadores são pessoas com visões, causas e propósitos. “Entender que ele é um ser vivo como uma narrativa de vida. Ter essa visão publicitária de match”.
Como as redes sociais influenciam a economia ainda é uma pauta a ser analisada, estudada, pois o futuro é tecnológico.
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