domingo, 29 de maio de 2022

A Tecnologia no convívio familiar

Thiago Cesar Góes
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A família proporciona condições para formar a identidade pessoal, os jeitos, os hábitos, a forma de agir, transmissões de valores éticos, religiosos e culturais. Na família é desenvolvido três tipos de relações: aliança(casal), filhos (pais/filhos) e consanguinidade (irmãos).

Com o passar do tempo a relação entre os membros da família passa por modificações devido ao avanço no ciclo da vida familiar, e devido as mudanças de papéis que o tempo proporciona. Quando decide ser pai e mãe, assume a responsabilidade de educar o filho. O diálogo entre pais e filhos é essencial para a comunicação da família, e acaba ampliando para as demais relações que irão existir. A falta de comunicação cria um distanciamento entre os relacionamentos atuais e os que irão existir.

Nos últimos anos as famílias ganharam, mesmo quede forma inconsciente, um novo integrante: a tecnologia. Esta entrou nas famílias devido ao “novo normal” de vida, seja através das redes sociais, dos tablets, smartphones, computadores e dos meios profissionais, como agendas eletrônicas e aplicativos para videochamadas.  A introdução da tecnologia no dia a dia das famílias pode aproximar pais e filhos, em alguns casos,  como também pode distanciar, como em outros casos apresentados nos estudos.

A era digital incluiu novas formas de relacionamento, novos conflitos familiares e consequentemente novos valores foram adicionados.  A era digital trouxe novas facilidades, trouxe inseguranças, dúvidas e dificuldades.

A utilização excessiva das redes sociais trouxe prejuízo para o contato dos pais com os filhos, pois muitos pais estão mais ausentes na vida dos filhos mesmo que dentro do mesmo ambiente. O distanciamento provocado pelo uso excessivo das redes sociais e das demais tecnologias muitas vezes transfere a responsabilidade de criação dos filhos, que seria dos pais para a escola, onde esta última deveria complementar a educação das crianças. A falta de acompanhamento dos pais na vida dos filhos pode trazer consequências na vida social e pessoal da criança e no desenvolvimento educacional.

De acordo com uma pesquisa realizada pela revista infantil Highlights, 62% das crianças entrevistadas reclamaram que seus pais estão muito distraídos para ouvi-los, e os principais responsáveis por essa distração são os celulares, tvs e tablets.

Os pais precisam delimitar a convivência com as tecnologias, pois conforme o neuropediatra Antônio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, a dosagem certa de acesso as tecnologias podem ajudar no desenvolvimento das crianças. Segundo Antônio Carlos, “As luzes, as cores, as animações são estimulantes para as crianças, despertam atenção delas, e a repetição dos joguinhos e dos aplicativos funcionam como um treinamento cognitivo e trabalha a memória operacional e visual da criança”.  Segundo Antônio Carlos o contato excessivo da tecnologia mina o principal fator para o desenvolvimento da criança, que seria o afeto dos pais. O contato com pais propicia o desenvolvimento da linguagem da criança, aprende a falar e emite sons.

Segundo estudo a SBP (2016) as crianças e adolescentes não devem ficar isolados nos quartos, os pais devem limitar o uso da internet explicando os benefícios e malefícios da sua utilização em excesso  e devem fazer um planejamento sobre como manter o contato com as crianças e adolescentes, preferencialmente longe dos dispositivos de internet.

Segundo a sociedade Brasileira de Pediatria (2016), em um estudo realizado pela TIC Kids Online-Brasil 20115, no universo de 29,7 milhões de crianças de 9 a 17 anos, 80% são usuárias de internet, 21% dos adolescentes deixaram de comer ou dormir por causa do celular, em 11% das famílias os pais não sabiam o que os filhos faziam na internet e 41% sabiam mais ou menos o que os filhos faziam.

Imagem 1 - Família utilizando os celulares.

Familia utilizando o celular

Fonte: Revista Crescer

Segundo a pesquisa, 57,14% dos pais informaram que os filhos preferem ficar conectados a tecnologia do que ficar com a família e em contrapartida 50% dos filhos informaram que os pais preferem ficar conectados com a tecnologia do que ficar com a família.  Além do afastamento físico é percebido o afastamento afetivo, onde as crianças e adolescentes encontram dificuldades em dialogar, de como se expressar, o que acaba modificando as formas de convívio e de comunicação dentro da família e acaba gerando conflitos familiares.

 Em contrapartida a tecnologia pôde proporcionar mais proximidade entre os membros das famílias, onde os mais novos puderam ensinar os mais velhos sobre a utilização das tecnologias.  A facilidade e a agilidade na comunicação foi um ponto positivo no relacionamento dos pais e dos filhos, fazendo com que os pais pudessem ter mais contato com os filhos através da vídeo chamadas, além do aumento da sensação de segurança para saber onde os filhos se encontram e o que eles acessam na internet.


Fonte textos:

http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20171030115836.pdf . Acesso em 29 de maio de 2022

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2019000200007 . Acesso em 29 de maio de 2022.

https://revistacrescer.globo.com/Familia/Rotina/noticia/2014/12/tecnologia-esta-afetando-relacoes-familiares-dentro-da-sua-casa.html . Acesso em 29 de maio de 2022.

Fonte imagem:

 https://revistacrescer.globo.com/Familia/Rotina/noticia/2014/12/tecnologia-esta-afetando-relacoes-familiares-dentro-da-sua-casa.html . Acesso em 09 de julho de 2022.

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