segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A corrida das empresas por digitalização e a escassez de profissionais de TI - Uma relação desequilibrada 🤓🏃

Disciplina: Redes Sociais e Virtuais - EGC5020-09318/10316 (20212)

Autor: Amanda Perez de Paula

Matrícula: 17200916

Data: 14/02/2022




    Atualmente a rotina da maioria das pessoas está imersa no universo digital, várias horas por dia são despendidas em aplicativos, sites e sistemas com os mais diversos propósitos. Para chegar onde estamos hoje e para que a tecnologia continue evoluindo, um componente se faz necessário: a mão de obra especializada em TI. 

Não é segredo pra ninguém que os profissionais de TI são os perfis mais buscados pelas organizações nos dias atuais. A procura por esses profissionais nunca foi uma tarefa fácil, dada a especificidade da área. Porém, há alguns anos, essa função tem se tornado ainda mais complexa devido à escassez de pessoas qualificadas disponíveis no mercado


Esse cenário de escassez já era pronunciado desde antes da pandemia do Covid-19, em 2018 a IDC Brasil divulgou uma pesquisa que apontou um número de 150 a 200 mil vagas para profissionais de TI não preenchidas. Com o avanço da doença e a adoção do isolamento social, o universo digital deu um boom - empresas de tecnologia nasceram,  organizações de outros mercados perceberam a importância de estarem cada vez mais presentes no meio virtual e com o modelo de trabalho remoto ganhando espaço, instituições de outros países começaram a enxergar no Brasil um potencial de contratação. Com isso, o cenário que já não era positivo, se intensificou; um levantamento feito pela Brasscom apontou que em 2024 teremos um déficit de 420 mil profissionais de TI no Brasil



Principais dificuldades enfrentadas no recrutamento


Criador: tolgart Crédito: Getty Images/iStockphot


As dificuldades enfrentadas por recrutadores ao trabalhar vagas de tecnologia são inúmeras e podem envolver diversos aspectos:


  • O levantamento feito pela Brasscom, já citado anteriormente, apontou que 70 mil profissionais de TI serão demandados POR ANO até 2024, porém o Brasil forma 46 mil pessoas com o perfil tecnológico. Ou seja, as instituições de ensino brasileiras não são capazes de suprir a demanda atual do mercado.

  • Profissionais assediados: o hunting é uma prática comumente utilizada por recrutadores da área tech, esse processo consiste basicamente na abordagem de profissionais, por meio das redes sociais, com novas ofertas de emprego. Como a escassez é mais pronunciada para profissionais de níveis pleno e sênior, recrutadores entram em contato todos os dias com pessoas que já estão empregadas.

  • Outros países também sofrem com a ausência de mão de obra em tecnologia. Nesse sentido, a consultoria IDC apontou que o déficit para 2020 seria de 570 mil profissionais ao redor do globo. Esse fato, em conjunto com a ampliação da adoção do trabalho remoto, resultou na abertura de vagas em empresas do exterior para profissionais brasileiros, com salários em dólar.

  • A disputa por talentos é tão acirrada que pessoas que acabaram de entrar na faculdade ou ainda estão no meio de um curso técnico já podem dar as cartas na mesa de uma negociação. “Com a dificuldade em caçar por bons quadros, frequentemente quem dita as condições de emprego é o contratado”, afirma Tomás Ferrari, fundador da plataforma GeekHunter.

  • Requisitos das vagas: além de todas as dificuldades citadas até aqui, alguns recrutadores ainda podem enfrentar desafios relacionados aos requisitos da vaga, como a exigência de inglês em níveis avançados ou até mesmo a obrigatoriedade de um conhecimento técnico específico, que possui um baixo número de profissionais qualificados (ex: blockchain).


Tendências e possíveis soluções para o déficit 


Para ter sucesso no recrutamento e conseguir preencher as vagas de tecnologia, os profissionais de RH precisam pensar “fora da caixa”; divulgar vagas em vários portais generalistas não é mais o suficiente, isso não traz o resultado esperado e pode acabar resultando em muito mais trabalho na triagem de currículos. 


Por esse motivo, as empresas têm investido atualmente em novas soluções, seja por meio da estruturação de um time de talent acquisition voltado para recrutamento tech; pela utilização de serviços de consultorias e headhunters especializados; pela terceirização de parte da mão de obra (por meio de empresas que ofereçam alocação profissional ou até mesmo equipes inteiras atendendo ao cliente); e ainda pela utilização de plataformas específicas, como os marketplaces. Outras estratégias que valem a citação: hunting nas mais diversas redes sociais e grupos de programadores; além das divulgações de vagas de um jeito divertido.



Fonte: Rógia Farias (https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6813137118039158784/)


Além da diferença na forma de recrutar, algumas tendências têm se enunciado no mercado de tecnologia: 


Trabalho remoto: Uma pesquisa realizada pela GeekHunter com mais de 718 trabalhadores do setor demonstrou que 78% desses querem continuar trabalhando no modelo home office. Alguns motivos que justificam essa preferência dos profissionais: menos distração, possibilidade de ter controle sobre o seu ambiente de trabalho e a economia de tempo e dinheiro. 


Salários aumentando: com a maior escassez, vem a maior valorização. Uma pesquisa realizada pela empresa Revelo constatou um aumento de cerca de 20% nos salários oferecidos para profissionais de tecnologia em 2022.


                                                                           Fonte: Revelo.


    Empresas investindo no desenvolvimento de novos talentos: frente a dificuldade em encontrar profissionais de TI, cada vez mais empresas têm lançado programas próprios para capacitação. Um exemplo é o Potência Tech, programa recentemente lançado pelo Ifood que visa desenvolver pessoas de perfil sub-representado e/ou de baixa renda para atuarem na área tech: “um projeto que apoia a formação de profissionais de tecnologia por meio de cursos gratuitos, programas de bolsas de estudos, apoio à carreira e à entrada no mercado de trabalho.”



Referências

TOZZI, Elisa. Atração de talentos: 78% dos profissionais de TI querem trabalho remoto. Você RH. Disponível em: <https://vocerh.abril.com.br/mercado-vagas/atracao-de-talentos-78-dos-profissionais-de-ti-querem-trabalho-remoto/>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

‌HANNA, Nathalie. A alta demanda no mercado por ases da tecnologia da informação. VEJA. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tecnologia/a-alta-procura-no-mercado-por-ases-da-tecnologia-da-informacao/>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

‌DE, Abertura. Abertura de vagas em tecnologia para pessoas com pouca experiência cresce 173% no 1o semestre. Valor Investe. Disponível em: <https://valorinveste.globo.com/objetivo/empreenda-se/noticia/2021/09/05/abertura-de-vagas-em-tecnologia-para-pessoas-com-pouca-experiencia-cresce-173percent-no-1o-semestre.ghtml>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

TI precisa de 420 mil novos profissionais até 2024 - Brasscom. Brasscom. Disponível em: <https://brasscom.org.br/ti-precisa-de-420-mil-novos-profissionais-ate-2024/>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

‌SENA, Victor. 260.000 vagas sem dono: um raio-x das vagas mais quentes agora (e no futuro). Exame. Disponível em: <https://exame.com/carreira/260-000-vagas-de-trabalho-sem-dono-conheca-o-setor-que-ganhou-forca-com-a-pandemia/>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

CILO, Nelson. Tecnologia: O setor que ainda tem dificuldades para contratar. Acervo. Disponível em:<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2019/05/24/internas_economia,757036/tecnologia-o-setor-que-ainda-tem-dificuldades-para-contratar.shtml>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

‌ANA CAROLINA DINIZ. Mercado de tecnologia tem déficit de 24 mil profissionais por ano. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/emprego/mercado-de-tecnologia-tem-deficit-de-24-mil-profissionais-por-ano-24170633>. Acesso em: 14 Feb. 2022.

Nenhum comentário:

Postar um comentário