O desemprego é um
problema que assola toda sociedade, em maior e menor grau, a depender de cada
país. A situação, claro, se agrava desde a pandemia com o desemprego em
território nacional tendo chegado ao patamar de 14,7% da população.
No Brasil, o índice vem
sendo atrelado não apenas à crise sanitária, ou à falta de vagas pelas
condições de mercado, mas também à falta de qualificação profissional dos candidatos,
especialmente em determinadas áreas do mercado.
A necessidade de
qualificação, mesmo impactada pela COVID-19, que levou ao fechamento de
estabelecimentos de ensino por tempo indeterminado, vem sendo buscada por meios
virtuais sendo que a procura por cursos de pós-graduação, por exemplo, vem aumentando neste período.
Segundo a Revista Ensino
Superior, o
receio do desemprego e a busca por recolocação, aliados ao novo formato de
aulas online remotas, com aulas ao vivo e alta interação com professores e
colegas, contribuem sobremaneira para a procura por este modo de ensino.
O Instituto Samesp
ressaltou em pesquisa realizada em 2019 que o crescimento do setor vem
ocorrendo desde antes do momento de crise pandêmica. O estudo aponta que entre
2016 e 2019 o número de matrículas em cursos de pós-graduação lato sensu (especializações) cresceu
74%, sendo que na modalidade presencial, esse crescimento foi de 44%,
enquanto na modalidade EAD alcançou um crescimento de 124%.
Outro estudo, realizado
pela consultoria Expertise Educação, usando como base dados do Google Trends e Adwork, mostra
que somente nos 10 primeiros dias de maio de 2020 – ou seja, após o momento
inicial das restrições sociais em virtude da pandemia – a busca de
pós-graduações a distância cresceu 483% em comparação aos cinco anos
anteriores.
A diferença na
preferência pelo ensino à distância também tem se mostrado uma tendência nas
graduações, que vêm crescendo na modalidade EAD em
comparação ao ensino presencial. Em 2019, os ingressantes que optaram pelo
ensino à distância já eram 43,8% do total de ingressantes no ensino superior.
Além da necessidade de
capacitação, aliada à impossibilidade de se ministrar aulas presenciais por boa
parte da rede educacional, muitos profissionais veem a oportunidade de se
recolocar no mercado de trabalho, após demissões ou afastamentos em função da
paralisação de diversos setores, aliada ao que costuma ser um melhor custo-benefício
em relação ao ensino presencial, bem como a maior flexibilidade de horários
para estudos.
O ensino EAD apresenta
uma procura particular por um perfil diferente do ensino a distância.
Normalmente os alunos trabalham mais horas por dia ou semana, sendo que a
flexibilidade do ensino à distância facilita a possibilidade de um novo
aprendizado.
Ademais, há um surto de
crescimento na disponibilidade de vagas em regime home office, que pela própria dinâmica permite ao trabalhador
encontrar empregos até mesmo em outras cidades. Porém, os dados divulgados pelo
IBGE vêm apontando que este regime de trabalho também vem beneficiando
trabalhadores mais qualificados, em detrimento do não qualificado. Logo, a
busca por melhor qualificação torna-se praticamente obrigatória.
É importante frisar que a
tendência por esta seletividade acaba se tornando natural no regime home office, afinal, o teletrabalho
exige certa condição prévia para aquisição e manutenção de equipamentos e
tecnologia suficiente para o desenvolvimento do trabalho, bem como um acesso à
internet de boa qualidade, entre outros aspectos.
Neste aspecto, não apenas
a qualificação superior é necessária. O exercício de cargos de qualificação
técnica também é essencial, pelo que os cursos deste segmento também têm tido
um aumento nas procuras, especialmente na modalidade à distância. As matrículas
no SENAC EAD, por exemplo, tiveram aumento
de 70%.
O ensino à distância,
portanto, apesar de já vir apresentando uma crescente há alguns anos se consolida
na pandemia. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras do
Ensino Superior apontava, em 2019, que até 2023 os números de matrículas na
modalidade EAD seriam maiores que os da modalidade presencial. A aceleração
oriunda da pandemia, entretanto, adianta esta previsão em pelo menos um ano.
O diretor executivo da
associação aduz: “O aluno perdeu a resistência do ensino online e tem gostado deste novo
modelo virtual, porque pode fazer uma aula teórica do conforto de sua casa, sem
gastar com combustível, condução. Para quem trabalha e estuda, há mais
comodidade, menos estresse com perda de tempo nos deslocamentos. As aulas
virtuais contribuem para amenizar esta correria e contam com interação do professor
e também do aluno. É um presencial-virtual”.
REFERÊNCIAS
ABMES. Ensino à distância se consolida na
pandemia, c2021. Notícias. Disponível em: <https://abmes.org.br/noticias/detalhe/4317/ensino-a-distancia-se-consolida-na-pandemia>.
Acesso em 15 de ago. de 2021.
ELIAS, Juliana. Desemprego recorde e sobra de
vaga para poucos: os desafios de Onyx no Trabalho. CNN BRASIL. São
Paulo, 30 de jul. de 2021. Disponível em <https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/07/30/desemprego-recorde-e-sobra-de-vaga-para-poucos-os-desafios-de-onyx-no-trabalho>.
Acesso em: 15 de ago. de 2021.
ENSINO SUPERIOR. Pós-graduação é o setor que mais
cresce, [s.d.]. Formação. Disponível em: < https://revistaensinosuperior.com.br/pos-graduacao-semesp-pes/>.
Acesso em: 15 de ago. de 2021.
ENSINO SUPERIOR. Procura por pós-graduação latu
sensu mantém crescimento mesmo na pandemia, [s.d.]. Formação. Disponível em:
< https://revistaensinosuperior.com.br/pos-graduacao-lato-sensu/>. Acesso
em: 15 de ago. de 2021.
GARCIA, Diego. PAMPLONA, Nicola. Mais home office
para bem formados traz destruição do emprego de baixa qualificação. FOLHA
DE SÃO PAULO. São Paulo, 06 de ago. de 2020. Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/08/mais-home-office-para-bem-formados-traz-destruicao-do-emprego-de-baixa-qualificacao.shtml>.
Acesso em 15 de ago. de 2021.
SANTANA, Wesley. Apesar do desemprego em alta,
sobram vagas em tecnologia no Brasil. OLHAR DIGITAL. 27 de out. de
2020. Disponível em < https://olhardigital.com.br/2020/10/27/pro/apesar-do-desemprego-em-alta-sobram-vagas-em-tecnologia/
>. Acesso em: 15 de ago. de 2021.
SENAC EAD. Cursos técnicos EAD registram 70% de
crescimento em matrículas, c2021. Notícias. Disponível em: < https://www.ead.senac.br/detalhe-noticia/2021/3/cursos-tecnicos-ead-registram-70-de-crescimento-em-matriculas/>.
Acesso em: 15 de ago. de 2021.
Matrícula: 19250323
Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Professor: Márcio Vieira de Souza
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