sábado, 17 de abril de 2021

O boom do Ensino a Distância e Remoto com a pandemia

O boom do Ensino a Distância e Remoto com a pandemia

 

 

Autor: WILSON SOARES JUNIOR – Aluno do Curso de Administração da Universidade Federal de Santa Catarina.

 

 

 

            O final do ano de 2019 ficou marcado com o surgimento de um novo coronavírus, o SARSCoV-2, na província de Wuhan, na China.

            A doença provocada por esse novo coronavírus foi classificada como COVID-19.

         Em pouco tempo a doença se espalhou por todo o mundo, tornando-se uma pandemia mundial, deixando os países, inicialmente, face ao ineditismo do problema, de certa forma anestesiados.

            Em fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde brasileiro confirmou o primeiro caso da COVID-19 no país. Desde então, a doença se espalhou provocando diversas transformações na sociedade, com mudanças de hábitos, de comportamentos e da rotina.

No início, assustados, sem ver uma luz clara de esperança no final do túnel e, ainda, bombardeados com notícias nada promissoras pela mídia apocalíptica, a sociedade se aquietou.

O isolamento físico, popularmente e erroneamente chamado de social, foi amplamente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de reduzir o alastramento da doença e o número de óbitos. Foi utilizado pelas autoridades constituídas, algumas vezes de forma mais rígida, outras menos, mas, na maioria das vezes, mantendo as aulas suspensas na maior parte desse período.

O Ministério da Educação e Cultura, face a essas medidas de isolamento físico e as suspensões das aulas presenciais, autorizou, por meio da Portaria nº 343 publicada em 2020, até o retorno à normalidade, o funcionamento dos cursos presenciais na educação a distância. Sabe-se lá, hoje, quando retornaremos a essa normalidade e como será essa nova normalidade.

O ensino superior, em especial, as instituições particulares, foram mais céleres e, cerca de dois meses depois do impacto da pandemia, por meio de suas plataformas digitais, já navegavam na educação a distância e no ensino remoto.

A educação a distância e o ensino remoto são termos muito parecidos e com muitas semelhanças. O ensino a distância ocorre quando a emissão e a recepção do conteúdo pedagógico ocorrem por meio de tecnologias educacionais, de forma síncrona e assíncrona, e sem a presença física de alunos e professores. Já, o remoto ocorre com as aulas ao vivo, num horário definido e com a presença do professor e do aluno naquele ambiente virtual.

As instituições de ensino superior públicas, umas mais, outras menos, se mantiveram numa espécie de dispositivo de expectativa, aguardando a definição de um cenário mais claro, para decidir, com oportunidade, o que fazer. Como isso não aconteceu, não tiveram outra opção, se não a de se lançar, também, no ensino a distância e no ensino remoto, por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem.

A educação básica, inicialmente, apresentou alguma resistência a educação a distância, por entender que prejudicava as práticas pedagógicas. Já, a educação infantil, alicerçada em atividades presenciais, foi, sem sombra de dúvida, a mais afetada. Os professores que não perderam seus empregos tiveram que produzir videoaulas “mágicas”, buscando captar a atenção dos alunos.

Muitas instituições, até como forma de sobreviver, tiveram que tempestivamente se adequar ao ensino a distância.

O Instituto Península, por meio de pesquisa realizada com cerca de 7.734 professores em todo país, no período de 13 de abril a 14 de maio de 2020, identificaram que cerca de 83% dos professores se sentiam despreparados para dar aulas online.

            Vale destacar que a educação a distância não surgiu com a pandemia. Já existe no Brasil há mais de 80 anos e vem crescendo ano a ano. No ano de 2018 superou o número de matrículas na modalidade presencial. Em 2019, atingiu-se 1,4 milhão de alunos matriculados no ensino a distância, número que corresponde a 52% do total de matriculados.

A pandemia alavancou o  ensino a distância, já em crescimento no país nos últimos dez anos, e impulsionou a busca por plataformas educacionais, reforçando o conceito de escola digital.

As escolas que não tinham ou que ainda tinham alguma resistência a essas plataformas digitais, se viram obrigadas a se alinhar aos ambientes virtuais de aprendizagem, sob pena de deixarem de existir.

            Vale destacar, neste cenário ainda incerto, o esforço abnegado dos professores na busca da educação de seus alunos, no entanto, face ao desequilíbrio socioeconômico deste nosso país de dimensões continentais, várias adolescentes e adultos, ainda sem condições de acesso à internet, ficaram a margem do processo educacional.

            O início da vacinação no começo deste ano de 2021, embora ainda numa velocidade e quantidade incipiente, trouxe esperança de vida e de um futuro melhor. No entanto, vale destacar que, embora estejamos no século XXI, a vacina – sinal de esperança e de vida, não chega nos países periféricos com a mesma quantidade, nem de acordo com a proporcionalidade populacional de cada país, mostrando a diferença de tratamento entre países ricos e pobres.

Passados 370 anos, a frase do filósofo inglês Thomas Hobbes publicada na sua obra intitulada Leviatã: “O homem é o lobo do homem”, parece ser, ainda, muito atual, com vários exemplos de desrespeito e de individualismos de pessoas num momento em que deveria prevalecer a união e a sinergia de forças e esforços em prol do coletivo e do bem comum.

Com certeza, no final dessa pandemia, talvez ainda não tenhamos um mundo ideal e justo, mas, com certeza diferente, com novos hábitos, novas percepções, novos valores, novos sentimentos e com mudanças na educação, particularmente, com o crescimento e o fortalecimento da educação a distância e da remota.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6023: Informação e documentação: referências-elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

 

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________. Instituto Península. Disponível em: <https://www.institutopeninsula.org.br/>.Acesso em: 13 ABR 2021.

 

________. Ministério da Saúde. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br>. Acesso em: 13 ABR 2021.

 

________. Organização Mundial da Saúde. Disponível em: <https://www.who.int/pt>. Acesso em: 13 ABR 2021.

 

 

________. Portaria 343. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-248564376>. Acesso em: 13 ABR 2021.

 

 

________. Profissionais sentem falta de qualificação voltada para a educação a distância. Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/ pesquisa-revela-que-83-dos-professores-se-sentem-despreparados-para-dar-aulas-online>.Acesso em: 13 ABR 2021.

 

 

________. Thomas Hobbes. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes>. Acesso em: 14 ABR 2021.

 

 

________. Wuhan. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Wuhan>. Acesso em: 13 ABR 2021.

 


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