sábado, 17 de abril de 2021

O autismo e os ambientes virtuais de aprendizagem


Com a chegada da pandemia, o mundo teve que se readequar a esta nova realidade. O toque e contato visual teve que se reduzir e o virtual se tornou o novo real. Para a educação isso não foi diferente, os professores fizeram da casa sua sala de aula e os alunos passaram a compreender o que é ensino à distância.


Por um lado, não ter aulas na escola foi bom para alunos autistas. Mas como assim?


Espera, vou explicar melhor, mas antes é importante esclarecer outra pergunta: o que é autismo?


Autismo e o aluno autista



Conhecido como autismo, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma patologia que dá ideia de amplitude e variedade, pois conforme Gaiato (2018, p. 15) “assim como um espectro de cor é a decomposição da cor branca, o de autismo também passa por uma variedade de sintomas nas áreas de comunicação social e de interesses restritivos”.


O TEA é caracterizado por uma dificuldade que abrange a interação social, a alteração na comunicação, padrões limitados, estereotipias (repetições inconscientes) e alterações sensoriais, afetando as atividades cotidianas das pessoas com autismo (LEOPOLDINO, 2015).


Para conhecer um pouco sobre o TEA, acesse o blog do Instituto Singular, e conheça os sinais e tratamento para o autismo.

Quando as crianças com autismo são expostas a situações que tem muitas pessoas, a toques e ao barulho, acabam ficando desreguladas, chegando a ter crises de automutilação e de heteroagressão.


Então, não ir à escola e não ter todos os estímulos sensoriais  foi um ganho para o aluno autista. Porém, por outro lado vem uma nova realidade, em que sua casa é a sala de aula e sua mãe será sua professora e grandes mudanças também desregulam uma crianças com autismo.


Beleza, agora que foi compreendido o motivo de ser bom ter aulas online para os alunos autistas existe uma outra questão importante, para o professor isso também foi bom?


Desafios dos profissionais da educação especial no modelo online



Ser professor já é um desafio, ser professor da educação especial, o desafio é ainda maior, pois a maneira de ensinar não é igual para crianças típicas e crianças atípicas, tendo que o professor alterar todo o seu planejamento de aula para que possa auxiliar o aluno especial no processo de aprendizagem.


Mas com relação às aulas online e os alunos autistas se tornou um desafio docente, ter a capacidade de levar em consideração essa nova realidade do campo educacional e a adequar a criança com autismo no seu processo de escolarização. Pois este aluno é um ser em desenvolvimento com características e especificidades próprias e diferentes um dos outros (NOVÔA, 2018).


No entanto, os alunos especiais têm por direito um professor extra e exclusivo para auxiliar na escolarização, mas dependendo do grau de autismo se for muito leve a criança não tem este professor e o professor regular é o responsável por ter que adequar as atividade para a criança especial.


Importante que nesse momento de pandemia, onde se começou o ensino online e estamos migrando para o ensino híbrido, não se deixe de lado o ensino inclusivo. Os Ambiente Virtuais de Aprendizagem (AVA) são ótimas ferramentas para os alunos e que vem trazendo grandes avanços para o desenvolvimento das crianças típicas, e isso não pode ser deixado de lado quando se trata de alunos especiais. Para que a inclusão dos alunos especiais ocorra no AVA é necessário um esforço conjunto dos professores e familiares da criança.


Mas para ajudar nessa inclusão o blog Planeta educação trouxe algumas dicas para adaptar as crianças com autismo para os ambientes virtuais  de aprendizagem.


Além disso, ainda existem os aplicativos de Tablets e Smartphone que vem auxiliando as crianças autistas na aprendizagem. Vamos conhecer alguns deles?


Aplicativos de apoio a aprendizagem da crianças com autismo



Assim como AVA é a inserção da crianças autista com a tecnologia, existem muitos aplicativos que vem ajudando os familiares no ensino e aprendizagem da criança, sendo um reforço para as atividades escolares.


O Instituto UniTEA vem trazendo os 10 aplicativos que auxiliam na comunicação e aprendizagem da criança. Porém aqui iremos elencar apenas os aplicativos que ainda estão ativos, mas confira a lista completa no blog UniTEA.


É importante resaltar que a maneira de aprendizado de uma criança autista é muita diferente de uma criança típica, por isso todas as atividades diárias são maneiras da criança autista aprender. Alguns dos aplicativos listados não são necessariamente atividades, mas são aplicativos que auxiliam na rotina e possibilite que as crianças atipica consigam aprender.


1. ABC Autismo


O aplicativo é destinado exatamente para as crianças com jogos para auxiliar na aprendizagem de autistas, com uma metodologia utilizada nos jogos, o aplicativo possui 4 níveis de dificuldades.


2. Aprendendo com Biel e seus amigos


O aplicativo possui jogos para o atraso no desenvolvimento, destinado a crianças com a capacidade cognitiva de 2 a 8 anos. Este aplicativo tem a função de auxiliar na escolarização.


3. Livox


Este aplicativo é destinado para todas as pessoas com deficiência e é uma comunicação alternativa, não tem uma versão gratuita sendo apenas por assinatura, com inteligência artificial que permite "adivinhar" o que a pessoa quer dizer, e corrigindo toques imperfeitos.


4. Matraquinha


A Matraquinha é uma aplicativo focado em comunicação alternativa, com cards que auxiliam os pais para que a criança possa atraves dos cards iniciar uma comunicação não verbal, mostrando através das figuras o que se deseja


5. PictoTEA


O aplicativo busca através de imagens auxiliar as crianças com autismo na comunicação diárias, podendo que os pais personalizem o aplicativo em seis graus diferentes do desenvolvimento da criança.


6. Autismo Projeto Integrar


Este aplicativo busca auxiliar a comunicação, uma das dificuldades do autista, como desenhos com rotinas, para que a partir disso as crianças possam se comunicar.


7. Rotina divertida


O aplicativo tem por objetivo ajudar os pais com filhos que possuem problemas com a compreensão das atividades diárias, onde no aplicativo possa se organizar as tarefas diárias, marcando as que estão concluídas e as que não estão. A ideia do aplicativo é estimular a comunicação, que como já vimos é uma das dificuldades das crianças autistas.


Referências


GAIATO, Mayra. S.O.S. autismo: guia completo para entender o Transtorno do Espectro Autista. São Paulo: nVersos, 2018.


LEOPOLDINO, Claudio Bezerra. Inclusão de autistas no mercado de trabalho: uma nova questão de pesquisa. Revista Gestão e Sociedade, v. 9, n. 2, jan-abr, 2015. Disponível em: <https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/2033>. Acesso em: 15 abr 2021.


NOVÔA, Jessica. O ambiente virtual de aprendizagem na educação especial: um estudo sobre formação continuada docente na área do Transtorno do Espectro Autista. 259p. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2018. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/56563>. Acesso em: 14 abr 2021. 

Um comentário:

  1. Excelente artigo.
    Muito bem escrito, objetivo e explicativo, despertando o interesse do leitor.
    Parabéns.

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