sábado, 7 de novembro de 2020

Evangelização Católica nas Redes e Mídias Sociais

Universidade Federal de Santa Catarina

Autor: João Pedro Ramos, estudante de matrícula 16101239.

Artigo elaborado para a disciplina de Ambientes Virtuais de Aprendizado - Nov. de 2020.


Nos tempos da Igreja Primitiva os discípulos de Jesus Cristo caminharam longas distâncias à pé e à cavalo, munidos de pouca ou nenhuma comida, para anunciar às pessoas dos lugares mais longínquos a palavra de Cristo. Assim fizeram São Pedro, São Paulo e São Tiago, por exemplo. Ao longo da história da Igreja não foi muito diferente. Os santos doutores, feito São Tomás de Aquino, além destas, tinham outros tipos de restrições. Foram períodos de parcos recursos, mas é consenso de que desde a morte de Jesus até o fim da Idade Média, o cristianismo não fez senão crescer em influência e número de adeptos, apesar de suas rupturas, tais como o protestantismo.

Hoje em dia, contudo, apesar de a Igreja Católica ter perdido um número grande de fiéis para os credos protestantes, para outras religiões e para o ateísmo, pelo menos um aspecto lhe parece ser vantajoso: a comunicação em rede. Vantajoso, é bom que se diga, em praticidade, e não por despontar perante a propagação de outros credos. O rádio e a televisão já foram meios que representavam avanço quando se pensava em comunicar notícias, instruções, normativas, mas estes não tinham em si um depósito de dados que poderiam ser acessados a qualquer hora. O computador e a internet, neste sentido, foram verdadeiramente disruptivos. Hoje se pode acessar, sem recorrer a uma biblioteca especializada (geralmente diocesana), toda uma vastidão de bulas papais, encíclicas, livros escritos pelos santos, livros apologéticos e espirituais, livros de história da Igreja, dentre outros. Para além do “depósito” mencionado, através principalmente do Facebook e do Whatsapp, as dioceses e paróquias hoje em dia possuem uma forma rápida e fácil de comunicar avisos e registrar acontecimentos.

Hoje os padres e os seminaristas usam amplamente os recursos tecnológicos e as redes sociais

Contudo, em meio ao turbilhão de notícias, apologética e avisos religiosos, clericais e diocesanos, misturados com manchetes seculares, muita coisa se perde. Um caso que veio à tona recentemente foi um documentário sobre o Papa Francisco, chamado Francesco, em que o diretor russo usou de um trecho de uma entrevista concedida pelo Pontífice no México em 2019. Tal fragmento causou polêmica, pois na dita entrevista o Papa teria defendido a existência de uma “lei de convivência civil” para os homossexuais, algo que vai de encontro à posição da Igreja Católica até aquele momento, expressas doutrinariamente. Os grandes veículos de imprensa, então, divulgaram à exaustão a suposta mudança da posição do Papa e da Igreja. Mas a própria declaração do Pontífice é vaga. Não foi explicado se essa lei estaria ou não em concordância com as atuais leis de união civil homossexual. De toda forma, muitos veículos católicos de prontidão já divulgaram, sem a mesma repercussão do que os grandes veículos, as declarações anteriores do Papa, e inclusive falas da mesma entrevista dada à TV mexicana, que contradizem a interpretação de aceitação por parte do Papa de uma lei de união civil aos moldes da Argentina, por exemplo.

Para além da polêmica citada, recentemente também houve um acontecimento no seio da Igreja em completa coincidência com o tema das redes sociais: a beatificação do italiano Carlo Acutis. Este garoto, falecido em 2006 aos 15 anos de idade, usava a internet para evangelizar. Ele, a título de exemplo, elaborava vídeos nos quais explicava através de desenhos e montagens pontos chave da fé católica, tais como a transubstanciação. Carlo Acutis, que teve uma vida marcada pelo amor à Sagrada Eucaristia, pode ter sido Santo, e por isso o agora Beato estás em vias de ser declarado oficialmente Santo pela Igreja Católica. Segundo a tradição da Igreja, o Santo seria a pessoa que entraria diretamente no céu, porque praticou penitências em vida e teve uma vida marcada pela conversão e/ou pela vida piedosa, caso diferente do restante dos fiéis que falecem em Estado de Graça, mas que não tiveram uma vida inteiramente convertida e/ou piedosa – a estes o purgatório é um passo para chegarem ao céu.

 

Vídeo dublado do Beato Carlo Acutis explicando a transubstanciação.

Alguns exemplos de páginas no Facebook divulgadoras de conteúdo católico estão a página do Padre Paulo Ricardo, do Vatican News e Paraclitus, todas com mais de um milhão de seguidores. Mas para além das redes sociais, a internet hoje é lugar fértil para o oferecimento de cursos de latim, cursos sobre história da Igreja, sobre teologia católica e blogs com fundamentação católica.

Referências:

Evangelizar nas Redes Sociais é Tarefa Nossa.

<https://comshalom.org/evangelizar-nas-redes-sociais-e-tarefa-nossa/> Acessado em 01 de novembro de 2020.

Imagem de padre com computador

<https://www.themiamihurricane.com/wp-content/uploads/2017/08/DSC_2259.jpg>

Papa recorda Carlo Acutis

<https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-10/papa-francisco-carlo-acutis.html> Acessado em 01 de novembro de 2020.

Paraclitus

<https://www.facebook.com/Paraklitus> Acessado em 01 de novembro de 2020.

O que devemos fazer para alcançar a santidade

<https://padrepauloricardo.org/episodios/o-que-devemos-fazer-para-alcancar-a-santidade> Acessado em 01 de novembro de 2020.

Transubstanciação por Carlo Acutis

<https://www.youtube.com/watch?v=X7e2s2CsPIc&ab_channel=ApostoladoPetrino>

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