quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Tecnologia às crianças: é importante, mas é preciso ter cuidado.

Autora: Gabriela Nunes da Silva 






A geração Z, nascida no século XXI, já está imersa na era da tecnologia, utilizam da internet para tudo e desde sua existência a tecnologia já é utilizada mundialmente e o computador já está presente nas casas, as funcionalidades da internet são naturais a eles que mal sabem o que é utilizar o dinheiro em espécie, sempre trabalham com transações bancárias digitais. Por isso quando o assunto é tecnologia a famosa geração internet está sempre a um passo a frente de seus antecessores. Neste contexto nossas crianças estão cada vez mais evoluídas e com isso há o desafio de procurar entender o que é melhor para elas neste mundo virtual. Desafio esse que é enfrentado não apenas pelos pais, que são os principais responsáveis pela criação dos filhos, como também pelos profissionais das áreas de saúde, como os pediatras, psicólogos e psiquiatras, e também um desafio diário enfrentado pelos professores, que tem a missão de repassar aos pequeninos conhecimentos de forma divertida.


A tecnologia está inserida em nosso dia-a-dia, tanto no trabalho como também na rotina dentro de casa e os filhos não fogem disso, eles que se espelham nos pais que por sua vez acabam utilizando de smartphones e notebooks demasiadamente, fazendo com que a  criança tenha vontade desde bebê em querer mexer nos celulares, mesmo de que nada entenda. Apesar de a tecnologia estar ocupando o espaço de brincadeiras divertidas e de uma infância saudável, é preciso perceber que a atual realidade é baseada na internet e em seus atributos e a inserção da criança com a supervisão dos pais é de extrema importância tanto para o aprendizado como também para o futuro que os espera.









Ao buscar pesquisas para servir de fundamento ao nosso tema, descobrimos um pouco mais sobre a tecnologia e as crianças, encontramos pesquisas como a da TIC Kids Online Brasil, onde mostra que 69% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos que têm acesso à internet a utilizam mais de uma vez por dia. Destas mesmas crianças, 10% delas afirmam ter acessado a internet pela primeira vez com 6 anos de idade ou menos. Por sua vez, um relatório da ESET aponta que 88% dos pais estão preocupados com o que seus filhos acessam no ambiente online. No entanto, apenas 34% deles adotam quaisquer medidas de proteção, como a instalação de uma solução de segurança ou aplicações de controle parental nos dispositivos. 

Visando auxiliar os pais e responsáveis sobre a utilização da internet pelas crianças e adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou um manual a respeito do tema, onde determina o tempo máximo de utilização das telinhas de acordo com a idade, colocando limitações e incentivando a conversa entre a família e a criança sobre o que é legal e o que não é na internet, assim como auxilia também os pediatras a avaliar o quanto é saudável o contato da criança com as redes, de acordo com seu sono, sua atenção e acompanhar crianças que tem comportamentos agressivos para associar ou não ao uso de jogos onlines ou até mesmo de redes sociais. O alerta ao mau uso da tecnologia na infância não diz respeito apenas ao que foi citado até aqui, e sim a preocupação com o número crescente de sedentários nos dias atuais, já que tanto o entretenimento quanto o aprendizado na internet está cada vez mais frequente, o que faz com que o incentivo a atividades físicas diminua tornando crianças sedentárias e adultos mais suscetíveis a problemas de saúde como a obesidade e diabetes. 

Segundo a neurocientista e consultora pedagógica Carla Tieppo, a criança só pode ser apresentada a tecnologia após completar dois anos de idade. Inicialmente é necessário apresentar ao bebê outras formas de aprendizado, como literaturas e brinquedos para a idade, para que ele tenha contato com o mundo real visando o desenvolvimento de habilidades motoras e interação com as pessoas. Após completar dois anos, Carla sugere a apresentar a criança à tecnologia afinal será algo inevitável a utilização pela mesma, já que as telinhas estão por todos os lados, seja na escola, seja na casa de coleguinhas de classe e até mesmo na sua própria casa. Porém é necessário limitar esse uso, alguns especialistas como a Carla indicam a utilização de no máximo duas horas por dia, mas há quem diga também que uma hora diária já é o suficiente para crianças de dois a cinco anos, sempre com a supervisão dos pais para a segurança da criança e tentar utilizar ferramentas com fins educacionais, evitando o uso da internet apenas para entretenimento. 




Se em casa a internet tem dificultado a socialização das crianças, na escola ela torna-se o grande desafio dos professores, a dificuldade de concentração o aumento da ansiedade e a falta do convívio presencial faz com que os educadores precisem se desdobrar para atrair a atenção das crianças e poder ensinar também. Já que a internet é de fácil acesso, ao invés de ser um rival da escola, os smartphones e computadores podem ser grandes aliados neste ambiente, professores podem inovar suas aulas através da utilização de softwares e até mesmo sites gratuitos que têm como objetivo passar conhecimento aos alunos de forma natural e divertida, um dos exemplos utilizados atualmente são os games. A gameficação faz com que o conteúdo seja aprendido através de jogos que unem a inovação com o conteúdo tradicional, que também tem grande relevância no aprendizado. 


Este tema que estamos abordando divide opiniões, enquanto alguns especialistas não concordam com a utilização precoce da internet pelas crianças, como a psicóloga Sharon Thomas que afirma "ser crime dar um celular a uma criança de cinco anos", outros autores se opõe a essa visão, já que a tecnologia faz parte da vida de todos nos dias de hoje e familiarizar a criança com os mais variados dispositivos faz com que ela se encontre no cenário atual do mundo, um dos defensores da utilização por parte das crianças é o professor de filosofia e autor do livro The New Childhood: Raising Kids to Thrive in a Connected World ("A nova infância: criando filhos para prosperar em um mundo conectado", em tradução livre), durante o livro o filósofo enfatiza que ao se apropriarem das tecnologias, as crianças de hoje estão "se encontrando" tal qual as gerações anteriores fizeram à sua maneira. “Seu trabalho como pai ou mãe não é impedir que ferramentas desconhecidas interrompam sua imagem nostálgica da infância ideal", escreve ele. "Em vez disso, é preparar seus filhos para viver em uma vida ética, significativa e realizada em um mundo em constante mudança.". O autor se diz a favor da utilização da internet pelas crianças pois durante um jogo online a criança além de se divertir pode estar em contato com outras linguas, nacionalidades e culturas diferentes, possibilitando que esses games auxiliem também na formação da criança,   "Afinal, a vida é sempre vivida por meio das ferramentas dos tempos. Ferramentas digitais agem como uma ponte entre experiências individuais e comuns", afirma.


Diante do exposto, podemos concluir que é necessário que as crianças tenham acesso a tecnologia, mas sempre limitando o uso e tendo um cuidado para assegurar que esse acesso seja de forma saudável, tanto nas fases iniciais como também na adolescência e a união escola família se faz necessária para que haja um bom aproveitamento das ferramentas tecnológicas que são cada vez mais frequentes no cotidiano dos pequenos. 



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