As redes sociais certamente
expandiram as possibilidades de acesso à informação, comunicação entre
indivíduos e participação de grupos. Ferramenta fruto da revolução digital, popularizam-se
na última década, tomando hoje grande parte do tempo diário do brasileiro médio.
Nos últimos anos, essas também passaram a chamar atenção pelo potencial
político que tem, visível e também oculto. Devemos nos preocupar quanto aos
efeitos das redes sociais em nossas democracias? As redes estão destruindo ou ressuscitando a democracia?
Os seres humanos nunca
tiveram tanta informação disponível como agora na era em que vivemos. Nunca
tiveram, também, um potencial de comunicação tão rápido, conectando agentes ao
redor do mundo em segundos. Vivemos em mundo novo, onde as fronteiras perdem
força frente a uma comunidade virtual global em que os indivíduos têm força
ativa e informação de fontes descentralizada. Essa crescente também impulsiona
o questionamento dos poderes estabelecidos, seja da mídia tradicional como
também das estruturas governamentais. Enquanto as redes fortalecem o indivíduo,
boa parte dos sistemas vigentes ainda parecem não compreender direito como se
reinventar. A nova era necessita de capacidade de transformação, focando-se no
desenvolvimento de mecanismos capazes de incluir o mundo digital nas instâncias
democráticas.
Reinventar a democracia
passa pela capacidade de se viver em sociedade numa sociedade conectada,
prezando por princípios minimamente éticos, como o combate a mentira, a
falsidade. As chamadas fake news,
termo popularizado em meio à eleição dos EUA de 2016, são uma ameaça real, e
por vezes difíceis de serem combatidas. Reinventar também passa pela capacidade
de melhorar o nível de discussões em redes, buscando promover a solução de
problemas reais. Isso deve ser foco conjunto de forças governamentais,
sociedade civil e provedoras dessas ferramentas, providenciando educação para o
uso das mesmas, ampliando o exercício da cidadania.
Temos visto muito da
capacidade revolucionária das redes por meio de campanhas e mobilizações que
uniram milhares de cidadãos. Seja em escancarar sérios problemas, equacionando
uma coletividade rumo a um objetivo inicialmente individual, ou em movimentos
como em “Junho de 2013” que levaram centenas de milhares de brasileiros às
ruas, as redes sociais vêm se provando elemento crucial dos dias de hoje. Esse
é o potencial político visível das redes.
Há, porém, um potencial político
oculto, que se tornou público mais recentemente. Empresas como a Cambridge Analytica, pioneira e evidenciada por participação na eleição de Donald Trump
usou dados de usuários na condução do período de campanha, favorecendo o então
candidato.
Em outras eleições ao redor do mundo, inclusive no Brasil, iniciativas parecidas
ou outras com meios de atuação diferentes – como por meio de bots influenciadores - estão cada vez mais presentes. Uma regulamentação rígida quanto ao uso dessas
ferramentas “invisíveis” é extremamente necessária.
As democracias possuem
mecanismos de correção e reinvenção, mas também são frágeis. Na história
mundial, por vezes a democracia sucumbiu a outras formas que governo, onde se
viu diminuição das liberdades e crescente autoritarismo. Por outro lado, podemos
ver ainda iniciativas como consultas públicas e mesmo votações influentes já
sendo feitas em certos lugares, em um vislumbre de uma democracia mais direta.
Em suma, o potencial das redes depende de nós, do que queremos como sociedade e
como estamos trabalhando para atingir esse objetivo. A preocupação quanto a
elas deve ser constante, mas maior deve ser a nossa vontade de construir uma
comunidade mais integrada, respeitosa, propositiva e transformadora.
excelente abordagem, nós também trabalhamos assim em nossa agencia de marketing digital sp, adorei ler esse post, parabéns pelo conteudo aplicado
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