Primavera Árabe é o nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções
populares contra governos do mundo árabe que teve seu ápice em 2011, colocando o foco na importância das novas tecnologias e da Internet no processo de libertação nacional dos povos oprimidos.
A raiz desses protestos é o agravamento da situação dos países do Oriente Médio e Norte da África, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. A população sofria com as elevadas taxas de desemprego e o alto custo dos alimentos e pedia melhores condições de vida.
Seu marco de início foi em dezembro do ano de 2010, com a manifestação do jovem tunisiano, Mohamed Boauzizi, que ao atear fogo em seu próprio corpo mostrou-se desesperado pela falta de oportunidade para os jovens de seu país.
Este documentário ilustra de forma objetiva o processo da primavera árabe:
O papel das redes sociais na revolução
O descontentamento de grande parte da população frente à submissão ao regime autoritário de países como Tunísia e Egito já era grande, mas as manifestações públicas se intensificaram a partir da propagação de informações através de mensagens entre aparelhos móveis e de redes sociais, tais como facebook, twitter e blog, conduzidos por cidadãos comuns.
A disseminação do movimento, para toda a região do Norte da África e do Oriente Médio não teria sido possível sem os recursos e dispositivos proporcionados pelas redes sociais. Isso segundo o relatório divulgado pela Dubai School of Government, que indica a importância desses serviços no fortalecimento das manifestações populares.
Na Tunísia, ponto de partida da série de revoltas, o número de usuários cadastrados no Facebook aumentou consideravelmente em um período de apenas dois meses: 200 mil novos cadastrados entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, segundo o estudo.
Foi nesse período que os tunisianos foram às ruas para exigir a queda do presidente em vigor, que estava no poder há 23 anos. A força do Twitter no país também é evidenciada pelos números do relatório.
A partir do número de acessos às redes sociais, começaram a surgir pessoas que se destacavam das demais por conta da frequência com que postavam suas mensagens e pela forma com que descreviam o que acontecia nos protestos.
De acordo com o relatório da Dubai School of Government, nove em cada dez tunisianos e egípcios afirmaram ter usado o Facebook para organizar os protestos e aumentar a participação da população nas manifestações.
Nos outros países em que a Primavera Árabe se fez presente, as redes sociais também mostraram sua força e ajudaram na organização dos protestos. O número de usuários do Facebook no mundo árabe cresceu de 14,8 milhões para 27,7 milhões no período de um ano, entre fevereiro de 2010 e 2011, também de acordo com o documento.
Hoje em dia, as mudanças operadas pelas novas tecnologias em países que a pouco tempo não tinham liberdade de expressão são inegáveis.
Mais poder aos cidadãos
Os cidadãos foram grandes responsáveis pela divulgação dos acontecimentos através das mídias sociais, que possibilitaram a propagação dos levantes populares. O uso das redes sociais possibilitou a potencialização das demandas da massa. A nova dinâmica de globalização permite que atores não estatais ganhem capacidade de estimular mudanças na estrutura Estatal, se organizando em movimentos sociais.
As ações coletivas causaram significantes efeitos nos países e os ditadores queriam de alguma forma controlar o fluxo dessas informações, esse controle acabou sendo falho e inútil. Estes acontecimentos da Primavera Árabe, focando na Tunísia, no Egito e na Líbia, conseguiram depor Chefes de Estado, como Muammar al-Gaddafi, ditador sírio da época:
Facebook
O uso das redes sociais se mostrou ao longo do período de manifestações como o principal meio de comunicação entre a sociedade civil, e dentre estes meios, o Facebook foi o mais utilizado, tornando-se a rede social mais importante na revolta árabe.
O crescimento de usuários na rede social fez com que ela fosse mais usada para fins políticos do que meramente sociais. Usuários que participavam de grupos onde se poderia ter contato com pessoas de outros países utilizavam dos grupos com a finalidade de mostrar a situação que eles estavam vivendo e pedindo um apoio internacional, além de compartilhar interesses com a sociedade.
Twitter
Ao contrário das longas mensagens provenientes de e-mails e postagens no Facebook, por exemplo. O que faz do Twitter uma forma brilhante de comunicação é o fato de que os usuários tem a capacidade de pesquisar por temas através das hashtags (como a que ficou viralmente famosa na época #Egypt) e assim ver qualquer postagem feita por qualquer um em qualquer parte do mundo.
Blogs
A rede social possui um fluxo muito rápido de interação e interesses em comum, consequentemente grupos que possuem uma mesma identidade são formados. No Twitter e nos blogs, por exemplo, o fluxo contínuo de informação das manifestações no ano de 2011 na Tunísia, Egito e Líbia, demonstra a capacidade de interação de uma rede social e o compartilhamento de informação desta. Como a demanda dos manifestantes nos três países eram semelhantes: democracia, liberdade, entre outros, se formaram grupos ao qual se teve uma identidade em comum entre a sociedade que estava conectada as redes sociais.
União
Os grupos de manifestantes se coordenavam pela rede, porque era ali que eles conseguiram ter a percepção de que não estavam sozinhos, que havia cooperação e puderam mobilizar de forma coesa as suas ideias e vontades, dessa forma ―o processo de mobilização atingiu seu clímax em uma reapropriação do espaço público e uma reinvenção da tradição da política de rua.
Referências:
http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/dsg/unpan050860.pdf
http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2013/05/GT05-Comunicacao-e-sociedade-civil-VivianPatriciaPeronVieira.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=rUg6qIwKepA
A raiz desses protestos é o agravamento da situação dos países do Oriente Médio e Norte da África, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. A população sofria com as elevadas taxas de desemprego e o alto custo dos alimentos e pedia melhores condições de vida.
Seu marco de início foi em dezembro do ano de 2010, com a manifestação do jovem tunisiano, Mohamed Boauzizi, que ao atear fogo em seu próprio corpo mostrou-se desesperado pela falta de oportunidade para os jovens de seu país.
Este documentário ilustra de forma objetiva o processo da primavera árabe:
O papel das redes sociais na revolução
O descontentamento de grande parte da população frente à submissão ao regime autoritário de países como Tunísia e Egito já era grande, mas as manifestações públicas se intensificaram a partir da propagação de informações através de mensagens entre aparelhos móveis e de redes sociais, tais como facebook, twitter e blog, conduzidos por cidadãos comuns.
A disseminação do movimento, para toda a região do Norte da África e do Oriente Médio não teria sido possível sem os recursos e dispositivos proporcionados pelas redes sociais. Isso segundo o relatório divulgado pela Dubai School of Government, que indica a importância desses serviços no fortalecimento das manifestações populares.
Na Tunísia, ponto de partida da série de revoltas, o número de usuários cadastrados no Facebook aumentou consideravelmente em um período de apenas dois meses: 200 mil novos cadastrados entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, segundo o estudo.
Foi nesse período que os tunisianos foram às ruas para exigir a queda do presidente em vigor, que estava no poder há 23 anos. A força do Twitter no país também é evidenciada pelos números do relatório.
A partir do número de acessos às redes sociais, começaram a surgir pessoas que se destacavam das demais por conta da frequência com que postavam suas mensagens e pela forma com que descreviam o que acontecia nos protestos.
De acordo com o relatório da Dubai School of Government, nove em cada dez tunisianos e egípcios afirmaram ter usado o Facebook para organizar os protestos e aumentar a participação da população nas manifestações.
Nos outros países em que a Primavera Árabe se fez presente, as redes sociais também mostraram sua força e ajudaram na organização dos protestos. O número de usuários do Facebook no mundo árabe cresceu de 14,8 milhões para 27,7 milhões no período de um ano, entre fevereiro de 2010 e 2011, também de acordo com o documento.
Hoje em dia, as mudanças operadas pelas novas tecnologias em países que a pouco tempo não tinham liberdade de expressão são inegáveis.
Mais poder aos cidadãos
Os cidadãos foram grandes responsáveis pela divulgação dos acontecimentos através das mídias sociais, que possibilitaram a propagação dos levantes populares. O uso das redes sociais possibilitou a potencialização das demandas da massa. A nova dinâmica de globalização permite que atores não estatais ganhem capacidade de estimular mudanças na estrutura Estatal, se organizando em movimentos sociais.
As ações coletivas causaram significantes efeitos nos países e os ditadores queriam de alguma forma controlar o fluxo dessas informações, esse controle acabou sendo falho e inútil. Estes acontecimentos da Primavera Árabe, focando na Tunísia, no Egito e na Líbia, conseguiram depor Chefes de Estado, como Muammar al-Gaddafi, ditador sírio da época:
O uso das redes sociais se mostrou ao longo do período de manifestações como o principal meio de comunicação entre a sociedade civil, e dentre estes meios, o Facebook foi o mais utilizado, tornando-se a rede social mais importante na revolta árabe.
O crescimento de usuários na rede social fez com que ela fosse mais usada para fins políticos do que meramente sociais. Usuários que participavam de grupos onde se poderia ter contato com pessoas de outros países utilizavam dos grupos com a finalidade de mostrar a situação que eles estavam vivendo e pedindo um apoio internacional, além de compartilhar interesses com a sociedade.
Ao contrário das longas mensagens provenientes de e-mails e postagens no Facebook, por exemplo. O que faz do Twitter uma forma brilhante de comunicação é o fato de que os usuários tem a capacidade de pesquisar por temas através das hashtags (como a que ficou viralmente famosa na época #Egypt) e assim ver qualquer postagem feita por qualquer um em qualquer parte do mundo.
Blogs
A rede social possui um fluxo muito rápido de interação e interesses em comum, consequentemente grupos que possuem uma mesma identidade são formados. No Twitter e nos blogs, por exemplo, o fluxo contínuo de informação das manifestações no ano de 2011 na Tunísia, Egito e Líbia, demonstra a capacidade de interação de uma rede social e o compartilhamento de informação desta. Como a demanda dos manifestantes nos três países eram semelhantes: democracia, liberdade, entre outros, se formaram grupos ao qual se teve uma identidade em comum entre a sociedade que estava conectada as redes sociais.
União
Os grupos de manifestantes se coordenavam pela rede, porque era ali que eles conseguiram ter a percepção de que não estavam sozinhos, que havia cooperação e puderam mobilizar de forma coesa as suas ideias e vontades, dessa forma ―o processo de mobilização atingiu seu clímax em uma reapropriação do espaço público e uma reinvenção da tradição da política de rua.
Referências:
http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/dsg/unpan050860.pdf
http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2013/05/GT05-Comunicacao-e-sociedade-civil-VivianPatriciaPeronVieira.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=rUg6qIwKepA
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