sexta-feira, 9 de novembro de 2018

As incubadoras enquanto rede de negócios

Luan Aragão Duarte Caldas
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EGC5020-09318/10316 (20182) - Redes Sociais e Virtuais
Segundo o IBGE, as empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer mais tempo no mercado, pois os custos de saída costumam ser elevados, dentre outros fatores. Já nas empresas sem pessoal assalariado cerca de 45% não existiam mais no segundo ano após a entrada no mercado.
Mas qual será o fator principal para que esses números sejam tão elevados? E como pode-se evitar ou pelo menos dar mais possibilidades de sucesso a estas empresas menores?
Existem diversos fatores que afetam o desenvolvimento das empresas, tais como: finanças e toda a sua regulamentação com contadores, administradores; questões jurídicas que necessitam de apoio de advogados; instalações (o custo no Distrito Federal, por exemplo, pode chegar a R$ 8.254 o m²); dentre diversos outros requisitos básicos e necessário para que uma empresa se mantenha ativa no mercado. E não somente questões que envolvem dinheiro, mas também questões de mercado e qual o nicho que a empresa deve especializar-se, como agir diante de certas adversidades, etc. Resumindo, estamos falando de experiência, algo intangível mercadologicamente.
Segundo o IEF, parcerias ou associações estratégicas podem ser adotadas de modo a ganhar escala nas atividades de venda ou compra sem alterar o porte da empresa. O efeito será a redução de custos de compra, publicidade, serviços de apoio, etc. É aí que entram as incubadoras. Não só com o propósito de reduzir custos, mas de facilitar como um todo a operação da empresa, as incubadoras dão suporte em diversas áreas, tornando a sustentabilidade da empresa mais fácil de ser atingida.
É interessante analisar o papel das incubadoras de empresas como agentes do desenvolvimento econômico e como participantes do processo de formação de empreendedores e empresas. Mas, antes disso, é importante também entender como funciona o processo empreendedor, principalmente quando há inovação tecnológica, e assim, entender onde a incubadora exerce seu papel neste processo. O desenvolvimento econômico é dependente de quatro fatores críticos que, em conjunto, possibilitam a criação de negócios de sucesso.
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Segundo a Anprotec, uma incubadora é uma entidade que tem por objetivo oferecer suporte a empreendedores para que eles possam desenvolver ideias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso. Para isso, oferece infraestrutura, capacitação e suporte gerencial, orientando os empreendedores sobre aspectos administrativos, comerciais, financeiros e jurídicos, entre  outras questões essenciais ao desenvolvimento de uma empresa. A incubação vem sendo utilizada também para atender à transferência de conhecimento produzido na universidade - e ou centros tecnológicos e de pesquisa - para a empresa; da empresa para a instituição de pesquisa; para aumentar o nível tecnológico das empresas e o desenvolvimento de clusters (ANPROTEC, 2005). A própria definição apresentada pelo compartilhamento de recursos e aglomeração de conhecimento enfatiza o papel da interação social e das cooperações entre firmas na natureza das incubadoras.

Os programas tecnológicos enfatizam que a incubação de empresas tem por objetivo promover o desenvolvimento científico, tecnológico e social, através da transferência de conhecimento e tecnologia da sua principal fonte de geração – a universidade – para o setor produtivo, integrando o setor privado, o setor público e as universidades na forma de empreendimentos. O processo de incubação de empresas resulta no desenvolvimento econômico local e regional, através da nacionalização de tecnologia e geração de emprego e renda.
Um processo de incubação de empreendimentos econômico-solidários pode ser entendido como a elaboração e implementação de um plano de ação devidamente articulado e construído entre todas as pessoas diretamente afetadas no processo de criação e desenvolvimento de um empreendimento de geração de trabalho e renda orientado pelas perspectivas da Educação Popular e da Economia Solidária, cujas finalidades são promover a produção e a comercialização de bens de consumo no contexto de uma estrutura administrativa auto-gestionada coletivamente, seguido da distribuição igualitária dos ganhos financeiros e sociais conquistados.
Fases do processo de incubação:
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Segundo Steiner (2008), o Brasil, como outros países em desenvolvimento, despertou nas últimas décadas para a importância da inovação tecnológica. O governo federal criou, nos últimos anos, mecanismos de apoio nesse sentido como: Fundos Setoriais, Leis de Inovação e Incentivos Fiscais.

De acordo com dados de um estudo realizado em 2011 pela Anprotec e pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançado neste ano, o Brasil tem 384 incubadoras em operação, que abrigam 2.640 empresas, gerando 16.394 postos de trabalho. Essas incubadoras também já graduaram 2.509 empreendimentos, que hoje faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas.

No Brasil, cerca de 55% das incubadoras são de base tecnológica e o país é hoje o terceiro pais em quantidade de incubadoras no mundo (ANPROTEC, 2002). Um dos objetivos da existência das incubadoras, é possibilitar o aumento de novas empresas com potencial de inovação superior (THIERSTEIN e WILLHELM, 2001). Schumpeter (1950) argumenta que a inovação acontece quando combinações diferentes de desdobramento de ativos apresentam benefícios superiores e substituem combinações dominantes anteriores. Ou seja, a inovação é o mecanismo pelo qual as firmas passam a ter acesso a recursos com valor futuro positivo e a novas combinações valiosas de recursos que são específicas para a firma e que só elas podem explorar (MCGRATH et al., 1996). Uma força maior que age conectando as redes de relacionamento e o conhecimento de pesquisa é a novidade da informação e o conhecimento acessado. Burt (1992) observou que laços fortes usualmente convergem  para informação similar e conhecida – daí, redundante. Laços fortes não são alavancadores de novidades. Por outro lado, laços fracos são reconhecidos como fontes de conhecimento não redundante. As firmas em redes de relacionamento abertas mais freqüentemente se engajam em contatos desconectados (ou laços fracos) e são mais propensas a conseguir um conjunto maior de informação. O acesso a conhecimento heterogêneo pode fazer avançar o potencial de inovação. Inferindo para os parques tecnológicos e incubadoras parece ser razoável sugerir que as empresas que se incorporam a estas organizações serão mais expostas à maior quantidade de nova informação, conhecimento e oportunidades que as empresas isoladas.

A formação de redes sempre foi aparente entre os seres humanos - eles se unem com seus semelhantes, pessoas com quem tenham algum interesse em comum, afinidades e deste modo estabelece relações de trabalho, de amizade, ou seja, relações de interesses que se desenvolvem e se modificam conforme as suas necessidades.
No entanto, se estas redes estiverem conectadas à outras redes (com ligações formais e informais) a reconfiguração dos recursos e capacidades das redes pode ser facilitada. Isto é, redes que possuem ligações mais extensivas são menos propensas a sofrer com as mudanças tecnológicas visto que estas mudanças não destroem o valor das redes de ligações menos extensivas.. Através das redes sociais os empreendedores buscam identificar oportunidades, tanto para abertura de novos negócios, serviços ou produtos, como para o aprimoramento de algo já existente, como também para diminuição de custos e entre outras razões. O estudo das redes possibilita um melhor entendimento sobre os relacionamentos, sendo plausível de observar a intensidade dos relacionamentos: laços fracos e laços fortes. Em cada tipo de relacionamento nota-se diferentes tipos de informações que cada um pode proporcionar: o tipo de conhecimento que pode ser gerado, assim como a identificação das oportunidades.
O empreendedor conta com uma série de possibilidade de parcerias com empresas do mesmo porte que também estão em momentos similares ao dele. E portanto, existe uma facilidade para a formalização de parcerias, o que ajuda-o a se fortalecer no mercado em diversos sentidos. Os principais benefícios que as redes de negócios que serão abordados neste estudo são: 1) Marketing; 2) Redução de custos; 3) Técnicas de gestão.
1) Marketing: Vincular sua marca a grandes empresas é um ótimo marketing para as que estão iniciando e uma maneira de se fazer uma divulgação direcionada e barata para empresas grandes;
2) Redução de custos: Dar acesso a melhores condições de compra (compras em conjunto, por exemplo), facilidade na distribuição dos produtos;
3) Técnicas de gestão: Como as incubadoras podem formar redes de compartilhamento de ferramentas e diretrizes de gestão, afim de otimizar processos e resultados.
As incubadoras foram uma rede de benefícios para suas incubadas:


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O foco central das redes de cooperação no campo organizacional é reunir atributos que permitam uma adequação ao ambiente competitivo em uma estrutura dinâmica, sustentada por ações uniformizadas, porém descentralizadas, que incentive ganhos de escala da união, mas que evite que as empresas relacionadas percam a flexibilidade do porte enxuto (Thompson, 2003). As redes de cooperação têm a capacidade de facilitar a realização de ações conjuntas e a transação de recursos para alcançar objetivos organizacionais. Brass et al. (2004) argumentam que uma rede de cooperação interorganizacional é composta de no mínimo três níveis: os indivíduos que fazem parte de grupos, os grupos que fazem parte de organizações e as organizações que fazem parte da rede. O objetivo mais importante é criar os elos entre os processos organizativos e a viabilidade técnica e econômica, na base comunitária, definindo os objetivos e a viabilidade da construção de cooperativas e das ações voltadas para os possíveis mercados.


A incubadora, sendo esse ambiente de auxílio às empresa que não possuem capacidade, ainda, de se lançarem ao mercado, é responsável por oferecer uma estrutura de suporte e apoio a estas empresas. A empresa que opta por se associar a um incubadora tem que entender que a instituição é apenas um meio para se alcançar o objetivo que é se tornar independente e ter sucesso no seu empreendimento. Sendo assim, dentre os diversos tipos de auxílios que a incubadora presta diretamente a suas incubadas, ela consegue desenvolver e catalizar uma rede de negócio, parcerias e interesses que fazem com que as empresas consigam alavancar o seu desenvolvimento.
A empresa que não está inserida dentro de uma incubadora e que não goza de nenhum dos benefícios que ela proporciona, possui uma probabilidade menor de sucesso se comparadas no curto e médio prazo. Como característica desse mercado de tecnologia, onde os conceitos de “foco de mercado”, “investimento” e “estruturação de empresa”, as empresas de tecnologia que se lançam ao mercado sem desenvolver esses conceitos, tende a não obter êxito em sua empreitada. Por isso, as incubadoras conseguem fazer com que tantos empreendimentos consigam sair e se tornarem grandes empresa, já que ela oferece a oportunidade de a empresa testar o mercado, mas sob a proteção da instituição.

Então, esse espaço no desenvolvimento econômico e incentivo ao empreendedorismo como forma de vida, as incubadoras assumem um papel cada vez mais intenso e participativo na construção da economia do país.

Referências:


http://www.sebraepr.com.br/PortalInternet/Noticia/ci.48%25-das-empresas-brasileiras-fec
ham-as-portas-depois-de-tr%C3%AAs-anos.print




Brass, D., Galaskiewicz, J., Greve, H., & Tsai, W. (2004). Taking stock of networks and
organizations: a multilevel perspective. Academy of Management Journal, 47(6), 795-817.
SHUMPETER, J. Capitalism, socialism and democracy. New York: Harper
& Row, 3rd edition , 1950.

THIERSTEIN, A.; WILHELM, B. Incubator, technology, and innovation centre
in Switzerland: feature and policy implications. Entrepreneurship
and Regional Development, 13, p. 315 – 331, 2001.

BURT, R. The network structure of social capital. In Research in
Organizational Behavior, Vol. 22, Sutton RI, Staw BM (eds). JAI
Press: Greenwich, CT, p. 345–423, 2000

Thompson, G. F. (2003). Between hierarchies and markets: the logics and limits of network forms of
organization. Oxford: Oxford University Press.


http://www.cieps.proex.ufu.br/processo-incubacao

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