A tecnologia Blockchain ficou conhecida pelo seu uso em criptomoedas, em especial o bitcoin. No entanto, poucas pessoas sabem o que está por trás desse sistema e que suas aplicações não se limitam a isso.
O Blockchain surge no contexto da web 3.0, junto com a bitcoin, através do artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer (https://bitcoin.org/bitcoin.pdf), publicado por uma pessoa ou grupo sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto (suposto criador do bitcoin).
No ambiente digital, ao enviar um arquivo como uma música por exemplo, você tem o arquivo no seu computador, envia a alguém e essa pessoa também terá o arquivo no computador dela, gerando várias cópias do mesmo arquivo. Com transações financeiras, isso não pode ocorrer pois ao enviar o dinheiro a alguém, a pessoa não pode continuar com um cópia dele. O Blockchain elimina esse problema de gasto duplo, já que gera um registro único, aumentando a confiança em transações financeiras na internet.
Basicamente é uma rede que funciona com blocos encadeados que carregam o conteúdo junto a uma impressão digital, permitindo a transação segura e sem intermédios, com seu banco de dados descentralizado. Cada bloco contém a impressão digital de todos os blocos anteriores mais o seu próprio conteúdo, e com essas informações, gera a sua impressão digital, e o mesmo acontece com os demais. A imagem a seguir ajuda a explicar:
O Hash é a impressão digital, a forma de matemática que pega o arquivo e gera um código com letras e números que representa os dados ali inseridos. Ele pega uma grande quantidade de dados e transforma em uma pequena quantidade de informações. O hash vai assinar o conteúdo do bloco, onde qualquer informação alterada, o altera. Quando um novo bloco é gerado, que contém o hash anterior, cria-se uma espécie de selo, possível de verificar e sinalizar se algum bloco foi alterado, e assim invalidá-lo. As informações dos blocos são escritas no ledger, que é onde todas as transações ficam gravadas. Depois de escritas, elas não podem ser apagadas. Nisso que consiste a segurança e as perspectivas de uso da tecnologia.
Atualmente a tecnologia está sendo utilizada para transações internacionais. Normalmente, as transferências financeiras entre países levam dias para serem autorizadas e tem um custo elevado. Com o Blockchain é possível reduzir o tempo de compensação para apenas alguns segundos, aumentando a transparência e diminuindo o número de intermediários. Tal prática está sendo utilizada pela IBM e pelo Santander Ripple, através de contratos inteligentes que permitem transações imutáveis com moedas diferentes onde todas as partes têm acesso às transações e podem participar do processo de validação.
No caso do Santander, funciona como base um ledger distribuído, ou seja, um sistema que registra as transações e que é compartilhado por toda a rede, entre os escritórios do Santander no Brasil e no Reino Unido. Através do app do banco e de um celular, já é possível transferir até £10.000 por dia, e não há taxas de transação para o envio, basta ter um cartão de débito do Banco.
No caso do Santander, funciona como base um ledger distribuído, ou seja, um sistema que registra as transações e que é compartilhado por toda a rede, entre os escritórios do Santander no Brasil e no Reino Unido. Através do app do banco e de um celular, já é possível transferir até £10.000 por dia, e não há taxas de transação para o envio, basta ter um cartão de débito do Banco.
A tecnologia está sendo se popularizando e sendo cada vez mais estudada. Na Universidade Federal de Santa Catarina, por exemplo, existe um grupo focado em estudar criptografia e assinatura digital, dentro do laboratório de segurança em computação. Também é visada em suas aplicações futuras que trariam grandes benefícios à sociedade. No Brasil, a profissão mais bem remunerada é a de “donos de cartórios”, devido a grande burocratização e necessidade de contratos. O Blockchain já é cotado como o futuro dos cartórios por meio de seus contratos inteligentes e virtuais. Outra aplicação seria no âmbito governamental, para registrar os orçamentos e despesas, evitando mudanças futuras e a tal da “contabilidade criativa” na hora de fechar as contas. Nas eleições também seria útil por permitiria o registro de votos de forma sigilosa e em blocos imutáveis, garantindo a segurança e validade, como é explicado no vídeo a seguir:
As aplicações do BlockChain são inúmeras e tendem a crescer. Muitos dizem que a maior inovação criada não foram as criptomoedas como o bitcoin, e sim o sistema por trás delas. Resta esperar para ver o que está por vir!
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