segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Mais que um Inimigo: O Papel Oculto da IA na Evolução dos Games

Discente: Matheus Minatti Medeiros
Matrícula: 19102377
EGC 5019-09304/10301- Ambientes Virtuais de Aprendizagem

1. Introdução 

     Mais do que gráficos fotorrealistas ou narrativas complexas, existe um componente muitas vezes invisível que define a verdadeira essência de um jogo moderno: a inteligência artificial. Para muitos jogadores, a IA é apenas o computador (o que chamavamos de CPU), responsável pelo soldado inimigo ou o piloto adversário em um jogo de corrida que segue uma linha ideal na pista. No entanto, essa visão apenas arranha a superfície. A IA é a mão invisível que rege o ecossistema de um jogo. Ela é a força que controla o comportamento de um aliado em combate, a reação de uma multidão em uma cidade virtual e até a forma como o próprio ambiente se adapta e responde às ações do jogador. Longe de serem apenas roteiros fixos, a IA nos games evoluiu drasticamente. Saímos de padrões previsíveis para sistemas complexos que utilizam machine learning para se adaptar ao estilo do jogador, redes neurais que geram conteúdo e algoritmos que criam experiências de jogo verdadeiramente únicas e emergentes.


     Este artigo mostrará a jornada da IA na indústria dos games. Analisaremos como ela deixou de ser uma simples ferramenta de desafio para se tornar uma arquiteta fundamental de mundos imersivos, e exploraremos o que o futuro reserva quando as máquinas não apenas jogam contra nós, mas também aprendem conosco. 

 2. Início 


     Os jogos têm sido um campo de testes para a Inteligência Artificial desde o seu início. Já em 1951-52, surgiram os primeiros programas de damas, xadrez e até uma máquina dedicada ao jogo Nim que vencia jogadores habilidosos. Essa pesquisa evoluiu nas décadas seguintes, com programas de damas alcançando alto nível nos anos 60, e culminou no marco histórico de 1997, quando o computador Deep Blue da IBM derrotou o campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov. 

 

     Os jogos single-player com inimigos surgiram nos anos 1970, primeiro em computadores baseados em texto, como Star Trek (1971), e depois em arcades, como Speed Race (1974). Inicialmente, o comportamento desses inimigos era ditado por padrões de movimento simples e pré-armazenados. A chegada dos microprocessadores permitiu que esses padrões se tornassem mais complexos, adicionando elementos aleatórios ao comportamento da IA.

 

     A era de ouro dos fliperamas popularizou a IA, com jogos como Space Invaders (1978) e Pac-Man (1980) introduzindo padrões de movimento distintos e personalidades para os inimigos.

 

     Essa ideia evoluiu nos RPGs, como Dragon Quest IV (1990), que permitiu aos jogadores ajustar a IA de seus aliados.

 

     Nos anos 90, novos gêneros, como os jogos de estratégia em tempo real, chamados de RTS, exigiram ferramentas mais formais para lidar com tarefas complexas de "pathfinding" e planejamento, apesar de muitas falhas iniciais. Ao mesmo tempo, jogos de esporte como FIFA, Pro Evolution Soccer e Madden, tentavam simular táticas de treinadores reais.

 

3. Anos 2000 

     O período foi marcado por avanços significativos na inteligência artificial aplicada aos jogos, focando no aumento do realismo e da complexidade. Destaca-se inovações como o desenvolvimento de comportamentos táticos dinâmicos, permitindo que inimigos e NPCs reagissem às ações do jogador com estratégias avançadas, vistas em jogos como F.E.A.R. e Starcraft. Paralelamente, houve a criação de mundos abertos vivos, nos quais personagens não jogáveis possuíam rotinas diárias independentes, aumentando a imersão em títulos como The Elder Scrolls.


     O período também viu o uso inicial de machine learning para aprimorar a complexidade das decisões dos NPCs e a implementação de geração procedural para criar mapas e missões de forma dinâmica, como em Minecraft e No man's sky. Essas inovações foram impulsionadas diretamente pelo aumento da capacidade de processamento dos consoles e PCs, que permitiu a implementação dessas rotinas de IA mais complexas.

 

4. Futuro 

     O futuro da IA nos games promete transformar a experiência do jogador, principalmente através de NPCs capazes de aprender e adaptar-se ao estilo de cada indivíduo, aumentando a imersão. A IA será usada para criar mundos e narrativas dinâmicas, ajustando missões, diálogos e dificuldades em tempo real, muitas vezes usando IA generativa para respostas únicas.

     Além de beneficiar o jogador, a IA otimizará o ciclo de desenvolvimento, automatizando tarefas de criação e testes para os desenvolvedores. Essa evolução, impulsionada por parcerias estratégicas na indústria e integrada a tecnologias como VR e cloud gaming, posiciona a IA como uma parceira criativa essencial para criar jogos futuros mais inteligentes e adaptativos.

 

5. Conclusão

     Fica claro que a trajetória da IA nos games redefiniu o conceito de imersão. A evolução de adversários com rotinas fixas para NPCs com comportamentos dinâmicos e mundos que reagem de forma crível às ações do jogador, transformou os jogos de simples passatempos em experiências complexas. A IA não é mais um recurso técnico; ela é a ferramenta que possibilita a criação de histórias adaptativas e desafios realistas. O futuro da IA generativa promete aprofundar ainda mais essa conexão, criando experiências únicas para cada jogador e provando que a inteligência artificial é essencial para o futuro da narrativa nos games. 

6.  Referências 

AJBSTOREMKT. Como a inteligência artificial está revolucionando os jogos. AJB Store, 5 jun. 2024. Disponível em: https://www.ajbstore.com.br/post/como-a-inteligencia-artificial-esta-revolucionando-os-jogos

ARTIFICIAL intelligence in video games. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. San Francisco, CA: Wikimedia Foundation, 2025. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Artificial_intelligence_in_video_games

INTELIGÊNCIA Artificial e Jogos: Como tudo começou?. Jornal Empresas & Negócios, 23 out. 2023. Disponível em: https://jornalempresasenegocios.com.br/tecnologia/inteligencia-artificial-e-jogos-como-tudo-comecou/

NAÇÃO IA. Revolução da IA nos Games: Do Passado ao Futuro 🎮. [S. l.]: YouTube, 26 fev. 2025. 1 vídeo (11 min. 13 s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WMQ5xlW0P7w

SOUZA, Thiago. O futuro dos jogos baseados em IA: inovações em 2025. FC Notícias, [2025?]. Disponível em: https://www.fcnoticias.com.br/o-futuro-dos-jogos-baseados-em-ia-inovacoes-em-2025/


Declaração de uso de IA

O autor declara que ferramentas de IA (Gemini, Perplexity) foram utilizadas como assistentes na preparação deste trabalho, especificamente no planejamento da escrita e aperfeiçoamento da legibilidade. Todo o conteúdo foi subsequentemente revisado e editado pelo autor, que assume total responsabilidade por sua precisão e conformidade com o método científico.



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