quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A Futilidade nas Redes Sociais

As redes sociais ao longo do tempo deixaram de ser ambientes de compartilhamento de ideias e conversas para se tornarem o cerne da vida social. Elas são úteis para conhecer pessoas, ter acesso à informação, compartilhar histórias de vida, mas cada vez mais as redes sociais se tornam superficiais. O ponto de partida desse acontecimento são os próprios usuários, que não dão o correto valor a essas redes. 

Isso ocorre porque não se usa a real concepção de rede social, cada uma delas foi criada para você compartilhar seus gostos, o seu jeito de ver a vida de uma forma leve e compreensível. Hoje, as pessoas fingem ser algo que não são, fingem estar em algum lugar em que não estão, produzem durante horas uma simples postagem em determinada rede. "Eu acredito que nós estamos gritando desesperadamente para sermos observados, eu acredito que nós nos sentimos muito solitários (...). As pessoas estão dando opinião sobre tudo e esse é um bom exercício, a minha pergunta é se alguém está ouvindo a opinião alheia.". Essa citação é do historiador Leandro Karnal que explica como a essência das redes sociais se perdeu no vídeo abaixo:



A futilidade abraçou o mundo das redes sociais com o exacerbado uso do Instagram, que é a rede social mais prejudicial a auto estima, isso porque essa rede não tem muito conteúdo. Pequenas legendas são colocadas em cada foto e ali você expõe seu dia a dia de uma forma totalmente forçada tentando atingir padrões impossíveis determinados por blogueiros e blogueiras com milhões de seguidores. 

As pessoas perderam a vontade de serem elas mesmas porque as redes sociais dão a oportunidade para essas pessoas terem seus egos massageados. Além disso, as redes fazem você gastar muito tempo em frente ao computador, ou mais usualmente, em frente ao smartphone. Não se vê mais objetivos nas publicações a não ser a grande futilidade que as pessoas querem transparecer como se fossem suas próprias vidas. Será que é constante o pensamento das pessoas sobre o porquê de estarem fazendo o que fazem? Esse esforço todo em troca de alguns likes vale a pena? 



Um estudo realizado na Universidade Humboldt, na Alemanha com 357 universitários comprovou que o principal sentimento despertado nas redes sociais é o da inveja. Conforme esses universitários esse sentimento é nutrido ao ver alguma foto de algum amigo realizando uma atividade de lazer. Além disso 20% desses estudantes afirmaram que ficam chateados quando não são notados o suficiente nas redes sociais pelos amigos. Por conclusão desse estudo, se teve que as pessoas tendem a invejar gente parecida com elas, porque nas nossas redes sociais existem muitas semelhanças entre nossos amigos, nossos amigos em comum, a formação e origem cultural. Basicamente quando mais tempo se passa em alguma rede social mais as pessoas começam a ficarem insatisfeitas com suas próprias vidas. 

O Facebook criou uma grande geração de narcisistas (os millennials) que preferem ter sua auto estima prejudicada por um simples momento de exaltação da sua beleza, da beleza dos lugares que frequenta, não do seu conhecimento. A troca de experiência entre pessoas, pessoalmente, se tornou mais raro e distante da realidade da internet em que vivemos hoje. 

A questão é: por que as pessoas dedicam tanto tempo, paciência e vontade para refletirem algo que não são realmente elas? 

Para responder essa pergunta, o certo a se usar seria a preguiça. As redes sociais não geram mais tanto conteúdo como antigamente, porque é muito mais fácil se arrumar e postar uma foto do que compartilhar algum artigo científico e incitar o diálogo entre pessoas. A pessoalidade pouco a pouco morre e a utilidade das redes sociais vai seguindo o mesmo padrão. Por fim, a roda de amigos prevalece até que o bom funcionamento das redes um dia retorne, apesar de existirem pessoas e páginas que nos informam e que nos são interessantes para agregar conhecimento, mas que na totalidade de usuários em rede ficam esmagadoramente em segundo plano.  A internet está cheia de coisas boas, coisas que podem alterar nosso modo de vida, nosso conhecimento, nossas relações interpessoais de uma forma positiva. O exibicionismo prevalece à comunicação das artes, da cultura, das notícias. O uso das redes para divulgar uma forma de vida surreal, uma felicidade que não existe gera exaustão e conforme as redes sociais são mais difundidas, mais é possível ver como a escrita, o pensamento, a reflexão ideológica e política estão ficando rasos. 

Lucas Henrique da Cunha.





REFERÊNCIAS

FACEBOOK PODE CAUSAR INVEJA E SOLIDÃO, MOSTRA ESTUDO. EXAME. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/tecnologia/a-inveja-com-o-facebook-esta-fazendo-voce-infeliz-2/>. Acesso em: 03 de novembro de 2018.

LEANDRO KARNAL A FUTILIDADE DAS REDES SOCIAIS. YOUTUBE. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Y4tzY60wqsA>. Acesso em: 03 de novembro de 2018.

INSTAGRAM É CONSIDERADA A PIOR REDE SOCIAL PARA A SAÚDE MENTAL DOS JOVENS, SEGUNDO PESQUISA. BBC. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-40092022>. Acesso em: 05 de novembro de 2018.

A TECNOLOGIA DA FUTILIDADE - VIVER SEM UM PORQUÊ. MARTA VUELMA. Disponível em:<https://martavuelma.wordpress.com/2013/02/11/a-tecnologia-da-futilidade-viver-sem-um-porque/>. Acesso em: 05 de novembro de 2018.




7 comentários:

  1. Numa sociedade pos mordena onde o valor do ter e se exibir é a pauta do dia. o valor do ser torna-se mero coadjuvante...onde a futilidade e a falta de essência humAna é vital para manter as aparências desse estado imaginário de felicidade inocua.

    ResponderExcluir
  2. Concordo com as colocações, mas achei as observações muito generalisadas. Grande parte dos internautas utilizam redes sociais para divulgar seus trabalhos e trocar boas informações e opiniões. Penso eu que, postar imagens de lugares bonitos onde se está é um modo de agradar os amigos. Sorrir, mostrar-se mais bonito nas fotos, é sinal de que a autoestima em alta, ou seja: Eu gosto de mim e por essa razão não me escondo das câmeras. Sim, há os exageros, as futilidades, a falta de argumentos concisos e com fundamentos, as exibições da própria imagem com conotações bem narcisistas. Porém, nas redes sociais acompanhamos aqueles a quem escolhermos acompanhar. Da mesma forma, não acho correto mostrar-se infeliz publicamente. Ainda que não seja em redes sociais, nossos conflitos internos não devem ser espalhados pelos quatro cantos. Não se revela ao mundo nossas angústias. Enfim, penso que o texto, embora muito bem escrito e cheio de fundamentos, repito que passa uma conotação de generalidade. Isso, sem perceber, torna-se um conceito um tanto quanto preconceituoso com relação aos que frequentam e utilizam redes sociais. Obrigada!

    ResponderExcluir
  3. Desculpem, generalizadas é com Z. Na pressa digitei de forma errada.

    ResponderExcluir
  4. https://bloggmementomori.blogspot.com/2019/09/o-escravo-das-lentes-narcisicas-certos.html

    ResponderExcluir
  5. cada um nasua cada im vno seu quadradoDeus nafrente o resto vai pro lixo

    ResponderExcluir
  6. Tudo se tornou superficial.o mundo não é mais o mesmo,avançou em tecnologia e regrediu em ser humano.

    ResponderExcluir
  7. Vivemos numa sociedade que exige a perfeição e principalmente as redes sociais, o instagram é muito toxico e leva a pessoa a depressão e ao suicídio,nos stores todo mundo é feliz e perfeito e não existe problemas,corpos e rostos perfeitos,lugares paradísicos e fantásticos likes + ego amaciado likes likes likes aprovação e comparações, eu tenho nojo de redes sociais e vivi longe delas por um ano dai eu voltei e pretendo excluir definitivamente pq não me acrescenta em nada,tudo esta artificial pessoas,beleza , o mundo evoluiu na tecnologia e regrediu como ser humano.. lamentável

    ResponderExcluir