quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Redes Sociais e as Escolas: Benefícios e Desafios


As redes sociais têm feito cada vez mais parte do nosso dia a dia, e por isso também devem ser utilizadas como uma forma de melhorar a interação entre professores e alunos e os momentos em sala de aula, fazendo com que sejam mais dinâmicos, além de agilizar o compartilhamento de informações e promover novas formas de se aprender e discutir determinados assuntos.

De acordo com Lorenzo (2014) a rede social anteriormente foi utilizada principalmente pelos jovens como mero "instrumento" de comunicação e com o único propósito de fazer contato com várias pessoas de seu interesse. Recentemente, com a notável expansão destas redes, algumas instituições de ensino passaram a dar alguma atenção a esta nova forma de compartilhamento de informações entre os alunos.

Dessa forma, as redes tem possibilitado grandes transformações na educação, principalmente devido aos benefícios que podem proporcionar na relação de ensino e aprendizagem. Como benefícios na visão de Lorenzo (2014) pode-se citar os seguintes:

    • Geram novas sinergias entre os membros de uma comunidade educativa, visto que facilitam o compartilhamento de informações referentes aos temas estudados em sala de aula, proporcionando o estudo em grupo, diversos conteúdos informativos, o compartilhamento de recursos (documentos, apresentações, links, vídeos) e, sobretudo, de projetos, além de permitirem a participação em enquetes e fóruns, esclarecimento de dúvidas,instruções sobre tarefas e dicas para elaboração e entrega de trabalhos.

    • Fortalecem a relação entre alunos e professores ao usar as redes para trocar experiências, avaliações e conteúdos com informações de aprendizagem em todos os níveis de estudos.

    • Proporcionam ao professor a oportunidade de verificar aspectos muitas vezes difíceis de serem identificados em uma sala de aula, como a capacidade dos alunos de elaborar textos, a qualidade do desenvolvimento de uma pesquisa sobre um assunto, a apresentação de uma opinião e análise crítica e o debate entre os alunos.

    • Permitem centralizar em um só lugar todas as atividades de ensino, professores e alunos de uma instituição, possibilitando a criação de comunidades de aprendizagem para a escola, classe ou disciplina, bem como o compartilhamento de metodologias, programas, informações e ideias com outros professores, e um relacionamento didático e dinâmico entre profissionais da área.

    • Facilitam a comunicação e a transmissão de informações entre os professores e os pais.

    • Fornecem uma plataforma para organizar e transmitir eventos, incluindo a retransmissão de eventos ao vivo. Além de promover eventos específicos, algumas instituições de ensino utilizam as ferramentas para fornecer um lugar para a comunidade estudantil a se envolver e participar do evento que está acontecendo.


Na visão de InfoGeek (2015) as redes também podem ser utilizadas a favor das escolas através dos seguintes fatores:

Mediação de grupos de estudo  

Em grupos de estudo criados no Facebook, os professores podem esclarecer dúvidas, propor leituras complementares e abrir fóruns de discussão sobre os temas trabalhados em sala de aula.

Interatividade nas aulas


Os vídeos do Youtube e as pesquisas nas redes sociais podem dinamizar as aulas e elevar o nível de atenção e retenção dos alunos. Mais do que isso, é possível fazer com que as redes sociais se tornem aliadas no momento do ensino. Essa foi a opção de Pedro Henrique Castro, professor de História, do Rio de Janeiro, quando decidiu usar o Facebook para conquistar a atenção dos seus alunos. Para saber sobre a ideia do professor, acesse aqui.

Realização de projetos fotográficos e literários

Uma dinâmica interessante é propor que os alunos tenham que tirar e divulgar fotos sobre um tema e depois discutir sobre os diferentes pontos de vista. Nesse sentido, o Instagram, o Pinterest e os blogs podem ser muito úteis.

Compartilhamento de conteúdos extras com os alunos

É possível aproveitar a presença constante dos alunos no Facebook para compartilhar músicas, trechos de filme, vídeos interessantes e curiosidades na rede social. Assim, eles entrarão em contato com conteúdos enriquecedores naturalmente.

Utilização de Chat para tirar dúvidas individuais

O aluno vai se sentir valorizado e apoiado se tiver um canal de comunicação direto e fácil de usar com os professores e com a escola. Uma boa forma de fazer isso é estipular um horário para que eles tirem suas dúvidas.

Fortalecimento da imagem da escola


Uma sugestão é criar uma fanpage institucional da escola para divulgar o trabalho dos alunos, agendar eventos e fortalecer a marca da instituição para os pais e a comunidade.

Além destes benefícios, o WPensar (Blog) aponta que para os professores, a consolidação de novas tecnologias oferece a oportunidade de repensar o seu papel dentro de sala e desenvolver aulas mais interessantes, que possam chamar a atenção dos alunos que vivenciam um constante bombardeio de informações e conhecimento através das redes sociais. O educador passa a ser então uma fonte segura que tem a função de orientar sobre o bom uso da internet.




Seguem 10 motivos para usar Redes Sociais na escola reunidas pelo site Ensino Guia de Educação:  

1. Além do Google



Notícias e fatos históricos são divulgados e compartilhados nas redes sociais antes mesmo de saírem nos meios tradicionais. Pedir aos alunos que acompanhem alguma notícia com o uso de hashtags e depoimentos de internautas é uma boa forma de mantê-los atualizados dentro da temática tratada.

2. Entrevistas



As redes sociais, devido ao seu amplo alcance, são uma boa ferramenta para encontrar fontes e especialistas para entrevistas, assim como para realizar pesquisas com o público.

3. Criação Colaborativa



Alunos e professores podem criar conteúdo nas redes e convidar outras pessoas com o mesmo interesse a interagir, opinar e colaborar de diversas formas aumentando a qualidade do projeto.

4. Grupos Online



Quando uma turma está envolvida em um mesmo tema, é possível criar grupos de estudo e discussão e incluir pessoas de relevância, como especialistas, que contribuam com a troca de conteúdos e informações, motivando os alunos.

5. Apresentações



Criar um banco de apresentações e vídeos online sobre temas variados que ajude a fomentar a troca de informações e referências entre os alunos. Pode-se também pedir aos alunos que disponibilizem suas apresentações a outras turmas.

6. Caderno Digital



Alunos podem criar Notas Online para compilar textos e resumos, imagens e vídeos sobre o mesmo tema, organizando os conteúdos e acessando-os de qualquer lugar, bastando que tenham acesso à internet.

7. Conectar informações



Mapas Mentais ajudam a conectar ideias, organizar a linha de raciocínio e visualizar histórias e brainstorms. São uma ferramenta importante para pesquisas complexas, onde acontecimentos estão conectados. Diferente de tópicos em apresentações de slides, por exemplo, no mapa mental você consegue ver todas as ligações entre as ideias em uma única página.

8. Debates do virtual para o real



Iniciar debates nas redes sociais com alunos e estimulá-los a pesquisar informações para embasar suas respostas em um debate real na sala de aula, pode ser uma forma de enriquecer as discussões.

9. Senso crítico

É possível encontrar muita informação nas redes, e isso é uma forma de estimular seus alunos a ter senso crítico, tolerância com opiniões contrárias e discernimento na hora de considerar um conteúdo como verídico.

10. Estudar, revisar, testar e compartilhar



Uma das plataformas que podem ser utilizadas nas escolas é a ExamTime, com ela você pode criar gratuitamente fichas de memorização, testes, mapas mentais, notas online, grupos de estudo e ainda compartilhar tudo isso em outras plataformas ou com os colegas. Também é possível acessar a biblioteca virtual, que possui milhares de recursos criados por outros alunos e professores.




Furtado (2016) apresenta alguns aspectos a serem considerados quanto ao uso das redes sociais, são estes:


  • Objetivos de aprendizagem: a sugestão é ter os objetivos de aprendizagem sempre muito claros e, após a definição, avaliar quais ferramentas são mais adequadas para potencializar a aprendizagem. Com relação às redes sociais especificamente, é interessante investigar se os objetivos que foram definidos dão margem ao seu funcionamento como rede de relações e não somente um conjunto de ferramentas.
  • Contextos dos alunos: verifica-se que o que funciona em uma sala de aula, não necessariamente funcionará em outra. Cada grupo de alunos tem seu contexto, inclusive, seu contexto digital: busque compreender como eles já usam as redes sociais, quais usam e para que fins; assim, ficará mais fácil aproximar-se da realidade híbrida deles.


Furtado (2016) aponta que fazer o uso de redes sociais em atividades pode abrir uma gama de possibilidades para termos uma formação crítica contínua dos alunos. Com isso, verifica-se a importância de planejar a abordagem a ser utilizada através das redes sociais, que para a autora deve levar em consideração os seguintes aspectos:
  • Multitasking – ser multitarefas no sentido de ter uma visão geral sobre os ambientes como as redes sociais, e ter a habilidade de controlar a mudança de foco em buscas específicas.
  • Julgamento – a capacidade de avaliar e de investigar a credibilidade e a confiabilidade de diferentes fontes de informação.
  • Performance – a capacidade de adotar posturas e identidades alternativas ou de improviso com o propósito de pesquisa e descobertas.
  • Apropriação – a capacidade de ressignificar as mídias que circulam e remixar seus conteúdos (como, por exemplo, os memes ou situações em que compartilhamos um conteúdo específico e o ressignificamos de alguma forma, até mesmo pelo texto que inserimos junto ao compartilhamento).
  • Negociação – a capacidade de navegar entre diferentes comunidades, com discernimento e respeito pelas múltiplas perspectivas.
  • Navegação Transmídia – a capacidade de acompanhar o fluxo das narrativas em diferentes plataformas.



De acordo com InfoGeekie (2015) quando as redes sociais são bem aplicadas no processo de ensino-aprendizagem, é possível notar uma melhora significativa no engajamento dos alunos, além de otimização da disciplina, aumento da interação com os professores, fortalecimento das relações pessoais na turma, otimização da atenção e melhoria no nível de retenção dos conteúdos, uma vez que você relaciona o conteúdo da sala de aula com o dia a dia daquele aluno, pois muitas vezes, o tempo em sala de aula não é suficiente para propiciar um aprendizado sólido de determinados conteúdos, e as redes sociais são uma forma de estender o ensino para além da sala de aula.
Desafios
Para Esther Carvalho, Diretora-geral do Colégio Rio Branco e Especialista em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação pela PUC-SP, os pais, professores e cidadãos, têm sido impactados, diariamente, pelas possibilidades e desafios que se apresentam com o avanço das tecnologias da informação e da comunicação na formação de crianças e jovens. Novas formas de aprender, expressar-se e relacionar-se configuram o que se chama hoje de geração “neomillennial”. Geração que se traduz pela capacidade de acessar e filtrar, digitalmente, um volume imenso de informação; que não apenas consome, mas produz informação e conhecimento por meio de várias mídias; que colabora rompendo barreiras de espaço, cultura e linguagem e aproveita novas oportunidades para expressão artística, participação política e investigação digital. Portanto, sob o aspecto da formação, em especial das novas gerações, a construção da identidade, a comunicação social, o manuseio de informação e a construção de conhecimento têm sido influenciados pelas tecnologias da informação e da comunicação. Dessa forma, é preciso que os adultos se apropriem desse universo de blogs, wikis, podcasts, redes sociais e outros elementos, para poder interagir e refletir com os jovens, por exemplo, quais as relações e os limites entre o público e o privado a se estabelecer nas redes, que usos um mesmo espaço pode ter, uma vez que tanto serve à prática de bullying quanto para fortalecer relações positivas de mentoria, solidariedade e novos modos de engajamento civil.
Um dos desafios que a rede apresenta, conforme Esther Carvalho, é a tomada de consciência por parte do usuário do tamanho da comunidade da qual passa a fazer parte e o poder real de disseminação de informações que esse ambiente possui: aquilo que se registra na rede, seja em imagens ou palavras, atinge pessoas conhecidas e desconhecidas, em velocidade inimaginável e incontrolável. A percepção de crianças, jovens e até mesmo adultos sobre esse assunto é bastante frágil. Portanto, deve-se trazer à tona, cada vez mais, a discussão sobre ética no ambiente virtual.
Segundo InfoGeekie (2015) se por um lado as redes sociais se configuram como excelentes ferramentas de interação e ampliação dos estudos fora do espaço escolar, por outro, elas podem se tornar vilãs da produtividade e do ensino-aprendizado quando são mal utilizadas. Diante desse quadro, a melhor alternativa é buscar o equilíbrio na prática pedagógica, aliando essas redes modernas com as metodologias convencionais que continuam funcionando na escola. Em síntese, as redes sociais podem extrapolar a esfera do entretenimento e chegar na do conhecimento, se tornando extensões positivas da sala de aula, desde que a sua utilização seja feita de maneira planejada, contextualizada, mediada e enriquecedora, e por isso a importância de conhecer de verdade cada uma dessas redes.
De acordo com Coutinho e Lisbôa (2011)  para que a educação alcance um patamar promotor do desenvolvimento integral dos alunos, preparando-os para enfrentar os desafios de uma sociedade que tem como premissa básica, as constantes mudanças em todos os segmentos sociais, compete à escola a tarefa de educar crianças, jovens e adultos de maneira diferente para um mundo mutante. A escola, sob hipótese alguma, deverá mutilar o espírito investigador dos seus alunos, pois é nesta lógica de descoberta que se aprende mais. É imprescindível formar alunos com espírito empreendedor, que sejam criativos e que tenham capacidade de resolver problemas aos mais diversos níveis. Aliado a isto, surge a necessidade de uma transformação no currículo, que não deve ser mais um documento fechado, que não leva em consideração a diversidade das escolas, das turmas e dos alunos. Outro aspecto que deve ser considerado diz respeito à padronização dos exames, pois temos que dar espaço para os que aprendem de forma diferenciada, que têm necessidades educativas especiais ou que apresentem talento em áreas não curriculares.

O desafio imposto à escola por esta nova sociedade é imenso, conforme Coutinho e Lisbôa (2011), pois esta precisa ser capaz de desenvolver nos estudantes competências para participar e interagir num mundo global, altamente competitivo que valoriza o ser flexível, criativo, capaz de encontrar soluções inovadoras para os problemas de amanhã, ou seja, a capacidade de compreendermos que a aprendizagem não é um processo estático mas algo que deve acontecer ao longo de toda a vida.

Tendo isso em vista, pode-se concluir que as redes sociais são ambientes com bastante potencial para influenciar positivamente o aprendizado das pessoas, no entanto, é preciso definir qual a melhor abordagem e metodologia a ser utilizada, considerando o perfil dos alunos e a forma com que eles aprendem de maneira mais eficaz. Além disso, ainda é preciso haver uma mudança na mentalidade de muitos professores para que percebam a relevância destas redes para o ensino.
       


Referências

CARVALHO, Esther. O impacto das redes sociais na educação. 2015. Disponível em: <http://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-rio-branco/o-impacto-das-redes-sociais-na-educacao/>

COUTINHO, Clara; LISBÔA, Eliana. Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem: Desafios para Educação no Século XXI. Revista de Educação, Vol. XVIII, nº 1, 2011 | 5 - 22. Disponível em: <https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/14854/1/Revista_Educa%C3%A7%C3%A3o%2cVolXVIII%2cn%C2%BA1_5-22.pdf>

FURTADO, Paula. “Por que usar as redes sociais em sala de aula?”. 2016. Disponível em <http://info.geekie.com.br/redes-sociais/>.

InfoGeekie. Redes sociais: como transformá-las em aliadas da sua escola. 2015.
Disponível em: <http://info.geekie.com.br/redes-sociais-como-transforma-las-em-aliadas-da-sua-escola/>


LORENZO, Eder Wagner Cândido Maia. A importância das redes sociais para a educação. 2014. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-importancia-das-redes-sociais-para-a-educacao/55197>


WPensar. A importância das redes sociais na interação da escola com os seus alunos. Disponível em: <https://blog.wpensar.com.br/gestao-escolar/importancia-das-redes-sociais-na-interacao-da-escola-com-os-seus-alunos/>


Nathália Joaquim Santos - 14101439
Redes Sociais e Virtuais

Um comentário:

  1. O uso das ferramentas digitais tem sido grande inovação na área da educação, sobretudo para tornar mais interessante e assertivo o processo de aprendizagem. Com customização e feedbacks individualizados de progresso.

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