quinta-feira, 16 de novembro de 2017

EXTRA! EXTRA!


A mentira talvez seja uma das práticas mais antigas do ser humano em sociedade. Mentimos, como se fosse um hábito diário, quase que como “pressão social” para agradar terceiros ou até mesmo nos isentar de certas responsabilidades. E na era da informação, nunca a verdade foi tão questionada, e fundamentada da forma como é hoje. Termos como o fake news, nova moda mundial, mostra como somos frágeis nos nossos relacionamentos, e principalmente influenciáveis e preguiçosos na hora de confrontar idéias contrárias as nossas.

Por séculos, a mídia e as informações foram usadas como uma arma de pura manipulação popular usada pelas grandes instituições, e as ditas pessoas “poderosas” no mundo. Porém, antes do advento da internet, esse tipo de manobra, sempre foi considerada restrita para um grupo seleto de pessoas, e com um custo altíssimo para ter sua distribuição constante pela mídia.

Você acredita em todas as notícias que lê?

Com a ascensão da internet, a tão aclamada “terra de ninguém”, e principalmente pelas mídias sociais, os limites da disseminação da informação tomaram proporções gigantescas, tornando as notícias em tempo real, uma dinâmica entre quem consegue a manchete primeiro. A verdade nunca se tornou tão abstrata para o jornalismo profissional.

O renomado jornal inglês The Telegraph, destaca o crescimento das informações falsas no período das eleições americanas de 2016, onde até os partidos políticas usaram histórias fictícias, e muitas vezes tendenciosas, para alavancar o poder de um lado do espectro político, e porque não, denegrir a imagem de seus oponentes. Ademais, o jornal ainda elucida o papel pivô do Facebook, acusado de criar “bolhas de conteúdos” em sua plataforma, privando seus usuários de apenas visualizarem conteúdos e notícias que o próprio Facebook acredita que eles gostariam de visualizar, sem contrabalancear com notícias que poderiam “desagradar” a opinião do usuário. Outro ponto, são as promoções pagas pelos partidos políticos, utilizando de pessoas influenciadoras no mundo digital, para exporem sua opinião políticas em prol de um determinado grupo.


The Telegraph, traz um gráfico mostrando que a confiança em mídias tradicionais tem decaído.

Outro conceito que traz complicações para o paradigma atual, é o termo pós-verdade, que serve como precursor do fake news, onde se constrói uma narrativa unilateral sobre um determinado tema ou assunto, privilegiando apenas um lado da esfera, sem mostrar os diferentes ângulo e vertentes possíveis. Fatores se tornaram secundários, num mundo onde a verdade é pautada por crenças e motivos pessoais. As brigas sociais se tornaram uma guerra de egos, onde ganha-se quem tem mais pessoas falando e concordando com as mesmas coisas, do que propriamente disseminando informações que factuais e verdadeiras.

Isso prova como a fragilidade a humana, e a busca por poder e aprovação popular se tornaram um caminho completamente esquizofrênico. Enquanto uns muitos brandão e se orgulham de terem suas opiniões sendo agarradas e disseminadas de forma abrupta e unilateral, confortando sua insegurança pessoal no que reside suas relações sociais, outros poucos enchem o bolso de dinheiro com um sorriso de orelha a orelha. Nada mais tem de fazer sentido no mundo, basta que outra pessoa também repita o que você disse.

Você está disposto a realmente disposto a aceitar a verdade? Mesmo que ela não concorde com você?





REFERÊNCIAS:




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