A TEORIA DOS SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO E AS REDES SOCIAIS
Bruna Luiza Köhler
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Redes Sociais e Virtuais
A utilização da internet vem crescendo rapidamente em vários setores da sociedade, isso tem contribuído para validação de estudos de mais de 50 anos atrás, como o caso da teoria dos seis graus de separação. A inclusão digital muitas vezes utilizada através de perfis em redes sociais, que incentiva a interação de pessoas em várias partes do mundo, vem diminuindo as barreiras das relações.
A teoria nasceu de um livro de ficção, que diz que todas as pessoas estão interligadas por um número pequeno de conexões. Tudo começou em um estudo literário, que foi criado em 1929 pelo escritor húngaro Frigyes Karinthy no livro Tudo é Diferente. Para Karinthy, os avanços na comunicação e nos transportes fariam com que, apesar das distâncias entre as pessoas, os círculos sociais ficassem cada vez maiores.
Já a teoria dos seis graus de separação teve origem a partir de um estudo cientifico, que criou a teoria de que, no mundo, são precisos no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. O estudo foi realizado nos Estados Unidos, em que buscou através do envio de cartas, identificar o número de laços de conhecimento pessoal existente entre duas pessoas quaisquer.
Essa teoria foi testada pelo sociólogo Stanley Milgram, no ano de 1967. Em seu experimento, 300 participantes tinham que levar uma carta a um indivíduo especifico (um corretor da bolsa em Boston) passando-a para pessoas que conhecessem alguém próximo a ele. O estudo identificou que a carta passava, em média, por cinco pessoas antes de chegar ao destino, em um total de seis graus de separação. Entretanto, apenas 3% das cartas enviadas chegaram de fato ao destino.
A popularidade da crença no fato de que o número máximo de passos entre duas pessoas são seis gerou, em 1990, uma peça de nome Six Degrees of Separation, de John Guare.
"Eu li em algum lugar que todos neste planeta estão separados por apenas seis outras pessoas. Seis graus de separação. Entre nós e todos os outros neste planeta. O presidente dos Estados Unidos. Um gondoleiro em Veneza. Preencha os nomes... Como cada pessoa é uma porta nova, abrindo para outros mundos. Seis graus de separação entre mim e todos os outros neste planeta. Mas para encontrar as seis pessoas corretas..." - John Guare, Seis Graus de Separação (1990)
Em 2001, o sociólogo Duncan Watts, tentou recriar o experimento através da internet, em que conduziu por e-mail com 24.163 pessoas em 157 países. Cada um dos e-mails tinham um “alvo”, e precisava chegar até ele enviando um e-mail para seus conhecidos. O resultado foi de que 1,6% chegaram ao destinatário certo, com quatro graus de separação.
Já em 2006, a Microsoft Research fez um novo estudo usando a rede de mensagens instantâneas do antigo Messenger. Os pesquisadores Eric Horvitz e Jure Leskovec avaliaram os registros de 30 bilhões de conversas entre 180 milhões de pessoas de todo o mundo. No estudo, eles obtiveram uma conclusão teórica, já que não foi enviada nenhuma mensagem, onde duas pessoas estavam, em média, a 6,6 graus de separação.
Atualmente, mais precisamente, em 2016, o Facebook fez um novo estudo, em que foi analisado a base de usuários, sem enviar mensagens, onde concluíram: “cada pessoa no mundo (pelo menos entre os 1,59 bilhões de usuários ativos no Facebook) está ligada a todas as outras pessoas por uma média de 3,5 graus de separação”.
A maioria das pessoas no Facebook tem médias entre 2,9 e 4,2 graus de separação. A Figura (abaixo) mostra a distribuição das médias para cada pessoa.
Para que o Facebook chegasse a esta conclusão, eles calcularam da seguinte forma: o site levantou quantos amigos um único usuário possui e, em seguida, quantos amigos únicos (ou seja, sem repetição) estes amigos possuíam, e assim sucessivamente, até alcançar todos os membros da rede social.
Diversos estudos da teoria dos seis graus de separação concluíram que, à medida que o tempo passa, o número de pessoas entre os indivíduos diminui. O Facebook afirmou ainda que essa média diminuiu de 3,74 em 2011 para 3,57 em 2016, ou seja, estamos cada vez mais conectados.
Portanto, é possível concordar, de que a teoria fundamentada por Milgram em 1967, só teve sentido no mundo moderno, com a utilização fácil de mapeamento de dados e ligações através das redes sociais.
REFERENCIAS
BHAGAT, S. BURKE, M. DIUK, C. FILIZ, I. O. EDUNOV, S. Três graus e meio de separação. Disponível em: https://research.fb.com/three-and-a-half-degrees-of-separation/
CAPELAS, B. Facebook derruba teoria dos ‘seis gras de separação’. Disponível em: http://link.estadao.com.br/noticias/cultura-digital,facebook-derruba-teoria-dos-seis-graus-de-separacao,10000048171
FERREIRA, G. Seis graus de separação? Pode atualizar, agora são 3 e meio. Disponível em: http://www.updateordie.com/2016/02/04/seis-graus-de-separacao-spoiler-3-5/
MASSAO, L. O que é a teoria dos seis graus de separação? Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br/cotidiano/o-que-e-a-teoria-dos-seis-graus-de-separacao/
REDAÇÃO OLHAR DIGITAL. Esqueça a teoria dos seis graus: Facebook diz que estamos ainda mais próximos uns dos outros. Disponível em: https://olhardigital.com.br/noticia/esqueca-a-teoria-dos-seis-graus-facebook-diz-que-estamos-mais-perto-dos-outros/22438
VENTURA, F. A teoria dos seis graus de separação funciona mesmo no mundo real? Disponível em: http://gizmodo.uol.com.br/analise-teoria-seis-graus-separacao/
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