Nos últimos anos o Brasil experienciou
um aumento na inclusão da população com acesso às universidades. Boa parte
deste aumento, para além da construção de novas instituições de ensino, se deu
por um maior número de centros educacionais de ensino a distância, que
possibilitaram o acesso à educação a famílias de baixa renda, em virtude de
seus custos mais baixos e a famílias que moram em regiões mais afastadas dos
grandes centros urbanos e que em virtude disso só teriam acesso a uma educação
superior caso mudassem de cidade ou viajassem diariamente até a cidade mais
próxima que oferecesse tal apoio educacional.
Aliado aos centros de
educação à distância, e não só a eles, estão os ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA) que permitiram uma maior interação entre alunos e
professores dos mais diversos modelos de instituições de ensino universitárias.
As AVA’s não se restringem apenas à educação EAD, como também são importante
ferramenta nas universidades de modelo tradicional em que a presença física do
aluno e dos professores é exigida.
Costa e Franco (2005) apud Dillenbourg (2003) salienta uma característica particular de
ambientes virtuais, em função das particularidades da Internet. Segundo ele, os
estudantes não estão restritos a consultar as informações da Rede, eles se
tornam produtores da informação, participantes do jogo. A utilização de
portfólios virtuais para que os alunos registrem as suas produções ao longo do
curso, consiste numa atividade diferente do que entregar um trabalho apenas
para o professor, pois, no primeiro caso, as informações estarão disponíveis
para qualquer pessoa que tenha possibilidade de acessar a Internet.
Dessa forma, a disponibilização de um livro
pelo professor pode consistir apenas o início de uma atividade que inclua os
seguintes itens: a) uma pesquisa a respeito da temática abordada; b) a
disponibilização, no portfólio virtual do aluno, de uma resenha a respeito do
livro; c) a criação de uma lista de discussão que tenha por objetivo construir
um texto coletivo a partir da análise das resenhas dos colegas; d) outras
atividades que possam tornar o ambiente virtual um espaço onde os estudantes
sejam efetivamente protagonistas da informação. (COSTA e FRANCO, 2005).
Sendo assim, o estudante deixa de ser apenas
o espectador diante do conteúdo apresentado, a AVA permite que este se torne
desenvolvedor e participante ativo no processo de aprendizagem, permitindo uma
formação mais pluralizada ao longo de sua estadia na universidade. Uma
aprendizagem mais inclusiva torna o estudante mais preparado para o mercado de
trabalho, em virtude de um modelo de ensino engessado, onde o estudante só
senta em uma cadeira e fica horas ouvindo apenas vai torná-lo um repetidor de
informação, diferente de uma abordagem em que ele faça parte do aprendizado e
seja elemento importante na construção do conteúdo.
Referências
COSTA, L. A. C. da. FRANCO, S. R. K. Ambientes
virtuais de aprendizagem e suas possibilidades construtivas. Porto Alegre:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005. Disponível em: http://www.ufrgs.br/nucleoead/documentos/costaAmbientes.pdf
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