Aluno: Lucas Willian da Costa - 13201341
AVA
O impacto da Internet das Coisas na Economia Mundial
No
final dos anos 1980, o filósofo Pierre Lévy, denomina de “ecologia cognitiva” a
articulação de “coletividades pensantes homens-coisas”, hoje essa ideia
inspirou a realização de um estudo, World Summit on the Information Society, o
qual definiu essa articulação como Internet das Coisas (DINIZ, 2006).
De
acordo com Diniz (2006), a ideia por trás do conceito de Internet das Coisas
surge de uma nova dimensão de conexão propiciada pela internet, que, além de
possibilitar a comunicação em qualquer lugar e a toda hora, agora também
considera a comunicação de qualquer coisa; novas siglas surgem para incorporar
nas já conhecidas B2B, B2C, G2C (governo-cidadão) e C2C (cliente-cliente), como
H2T (humano-coisa) e T2T (coisa-coisa). Para Lemos (2012), o termo Internet das
Coisas faz referência a objetos reais e virtuais (objetos físicos e eletrônicos
com qualidades sensoriais e reais), que medem outros objetos gerando ações em
diversos campos sociais. Para o autor, esses objetos têm um funcionamento
inteligente na medida que alteram a própria ação e a outros nessa relação,
independentemente de uma ação humana direta, permitindo, deste modo, que
humanos e não humanos estejam conectados em tudo e todos.
O termo pode parecer muitas vezes fantasioso, mas de acordo com Diniz (2006), essa tecnologia vai de geladeiras que preparam listas de compras a veículos que ajudam seus motoristas a localizar caminhos via comunicação com GPS, e isso tudo tende a se ampliar e evoluir. O autor ainda cita outros exemplos, como chips subterrâneos que são instalados nos frequentadores de uma casa noturna em Barcelona e Roterdã e há quem acredite que logo mais será possível “buscar” pessoas no Google e descobrir, inclusive, se seus filhos estão na escola ou na casa de algum colega.
Acredita-se que a Internet das Coisas não apenas chegou para ficar, mas também para ditar os avanços no setor tecnológico mundial. A verdade é que já existe muita conexão e somos capazes de acessar a internet e controlar várias coisas automaticamente, com o auxílio de um simples smartphone.
De acordo com Severiano (2017), a Internet das Coisas
pode se tornar um elemento monetário importante nas próximas décadas. A
tecnologia que conecta dispositivos eletrônicos utilizados no dia a dia à
internet pode alcançar cerca de 100 bilhões de dispositivos e transformar a
economia mundial. Segundo o portal, o Brasil
também pode se beneficiar economicamente com a tecnologia, já que se estima que
a Internet das Coisas pode injetar cerca de US$ 352 bilhões no país até o final
de 2022.
No setor privado, há
grande entusiasmo devido ao potencial econômico da Internet das Coisas, que vem
dando margem a um forte investimento nesse setor, voltado para soluções de
escala macro, como cidades inteligentes, rastreamento de carga, agricultura de
precisão e gerenciamento de energia e ativos. De acordo com Eduardo Magrani,
professor da Fundação Getulio Vargas, a estimativa do impacto financeiro
global, vinculado ao cenário da Internet das Coisas, corresponde a mais de US$
11 trilhões até 2025. Por conta desta previsão, várias empresas estão investindo
mais nessas tecnologias e desenvolvendo iniciativas concretas em diversas
áreas. (SEVERIANO, 2017).
O vídeo abaixo, do programa Mundo SA, do canal Globo News aborda o mercado mundial e brasileiro e a importância e o impacto da Internet das Coisas em nosso dia a dia.
A nível nacional, como o Brasil vai
lidar com a implantação dessa nova tecnologia? De acordo com Farinaccio (2017),
deve-se levar em consideração todas as limitações da tecnologia que nosso país
possui, seja nos preços muito mais altos do que o que os praticados lá fora, ou
na baixa qualidade da internet móvel disponibilizada para os usuários. Ou seja,
essa realidade reúne obstáculos bastante relevantes no contexto brasileiro. O
autor reconhece que, mesmo com as limitações, o Brasil já faz uso da Internet
das Coisas e caminha para transformações que vão possibilitar que áreas como
saúde, educação, segurança pública, energia, logística e varejo consigam
aplicar essa tecnologia com foco na melhoria de processos e relacionamento com
cliente, o que irá gerar novas possibilidades de negócios, além de uma
comunicação muito mais efetiva com o público. Nenhum país ficará de fora da
Internet das Coisas, mas os que demorarem a entrar perderão competitividade
global e os benefícios sociais que a tecnologia pode trazer (FARINACCIO, 2017).
Sabe-se, por fim, que o número atual
de 1 bilhão de internautas aumentará, no entanto, segundo Diniz (2006), mesmo
que a tendência seja favorável à generalização da Internet das Coisas, nem tudo
são flores e na prática, há ainda muitas questões de padronização de protocolos
de comunicação e intensa discussão sobre aspectos de privacidade e outras
polêmicas sociotécnicas, além de se discutir também riscos ambientais e
biomédicos potencialmente envolvidos com essa nova sociedade de humanos e
coisas interligados.
REFERÊNCIAS
DINIZ, Eduardo. Era
digital – Internet das Coisas. Revista
Famecos, 2008. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/download/34372/33170>.
Acesso em: 20 maio 2017.
FARINACCIO, Rafael. Afinal, o Brasil está preparado para receber a Internet das Coisas? TecMundo, 2017. Disponível em: < https://www.tecmundo.com.br/internet-das-coisas/113677-brasil-preparado-receber-internet-coisas.htm?utm_source=tecmundo.com.br&utm_medium=internas&utm_campaign=saibamais>. Acesso em: 21 maio 2017.
LEMOS, André. A comunicação das coisas. Internet das
coisas e teoria ator-rede. Seminário Internacional Museu Vale, 2013. Disponível em:
<http://www.academia.edu/download/36911184/Andre_Lemos.pdf>. Acesso em 21
maio 2017.
SEVERIANO, Vinicius.
Internet das Coisas movimentará economia em U$ 11 trilhões até 2025. TecMundo, 2017. Disponível em: <
https://pro.tecmundo.com.br/internet-das-coisas/116417-internet-coisas-movimentara-economia-us-11-trilhoes-2025.htm>.
Acesso em: 21 maio 2017.
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