A educação a distância vem evoluindo a cada dia a partir
do avanço das tecnologias disponíveis, onde estas influenciam diretamente o
ambiente educativo e a sociedade. Com o aumento da demanda por mão de obra
especializada em todos os setores da indústria, comércio e serviços, somada a
vontade dos trabalhadores em crescerem e se desenvolverem profissionalmente, os
cursos EAD vem se tornando fundamental para aqueles que não desfrutam de tempo nem dinheiro para
frequentar um curso presencial, além daqueles que optam por uma nova
experiência de aprendizagem mais dinâmica e interativa, fazendo com que ocorra
uma contribuição mútua onde o professor além de ensinar possa aprender com os
conhecimentos dos alunos e vice versa.
A EAD consiste em cursos dados em modo
virtual, ou seja, muitas vezes o aluno pode assistir às aulas direto da sua
casa, sem a necessidade de se deslocar até uma instituição. Ele também tem a
possibilidade de encaixar o curso nos seus horários disponíveis, mantendo a sua
rotina normalmente.
De acordo com o professor Robson dos Santos, o EAD foi
bastante importante pois quebrou principalmente a barreira geográfica, o que
antes era impossível no modelo tradicional de aprendizagem. Com a expansão da
banda larga, o profissional de EAD possui uma vasta gama de ferramentas que
permitem uma maior interação entre o aluno e o professor. Porém, é preciso que
o professor possua noções de informática, comunicação digital e amplo conhecimento
em mídias digitais, além de permanecer sempre atento às tendências, tais como
mobilidade de smartphones e tablets, pois a disseminação da informação na
atualidade ocorre nesses meios/canais. O professor ressalta que o
profissional deve estar ciente dos processos internos e externos em relação a
gestão da EAD.
Além disso, no EAD ocorre o conceito de aula
invertida, onde o aluno realiza contribuições na sala de aula fazendo
comentários pertinentes ao assunto abordado. Outro fator bastante expressivo em
relação ao aumento do EAD no Brasil é a mensalidade. O
preço da mensalidade chega a ser até quatro vezes mais barato do que um curso
presencial e os alunos matriculados nessa modalidade não param de crescer.
Pedro Graça, que é o diretor-executivo de operações de
ensino a distância da Estácio Participações afirmou que cerca de 25 por cento
das matrículas do ensino superior são nesta modalidade atualmente e a expectativa
é que esta fatia possa alcançar 40 a 45 por cento nos próximos anos. Ele
ressalta que a modalidade ganhou força com a popularização da banda larga no
país e agora uma nova geração de jovens nascidos em um ambiente cem por cento digital
abre novas perspectivas para essa modalidade de ensino.
O
ritmo de expansão de novos ingressantes foi de 12,2 por cento no ensino a
distância enquanto que na educação presencial o crescimento médio foi de 4,4
por cento em 2012 ante 2011, segundo os dados do Ministério da Educação (MEC).
A expectativa agora da rede de ensino privado é a liberação por parte do
governo federal do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) para o EAD.
Ressaltando que o Fies atualmente é voltado para cursos presenciais.
De
acordo com o Censo EAD.BR, divulgado em setembro pela Associação Brasileira de
Educação a Distância (Abed), foram registrados 5 milhões de alunos em 2015, o
que representa 1,1 milhão a mais de estudantes do que em 2014. O número de tutores
e professores dedicados ao setor também aumentou, passando de 28,7 mil
profissionais, em 2014, para 48,1 mil educadores, em 2015.
O ensino superior a distância (EAD) já
representa 26% da educação superior no País. Um estudo realizado pela Sagah,
empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EAD, prevê que em 2023 o ensino superior a distância já corresponderá
a 51% do mercado.
Figura 2 - Estudos indicam que em 2023 o EAD
corresponderá a 51% do mercado.
No entanto,
há muitas variáveis envolvidas na entrega de conteúdo online. A primeira delas
é a velocidade média de conexão no Brasil que, segundo o relatório Akamai State
of the Internet Q1 2016 - Conectividade, atualmente é de apenas 4.5 Mbps, sendo muito abaixo da média mundial que é de 6.3 Mbps.
A baixa
velocidade de conexão, por si só, já é uma enorme desvantagem na hora de fazer
com que o conteúdo de uma instituição de ensino alcance os alunos. Agora,
somamos a isso a distância geográfica de um aluno, por exemplo, no extremo
norte do Brasil que queira acessar conteúdo de uma escola cujos data centers
ficam em São Paulo. O caminho percorrido do data center até o aluno será longo
e o carregamento dos conteúdos irá demorar mais ainda.
Em medições
realizadas pela Exceda usando o Exceda Internet Monitor, identifica-se um
aumento de até 350% no tempo de carregamento de aplicações web nas regiões
Norte e Nordeste, quando comparado a São Paulo. Assim, a experiência dos alunos
fica disforme e gera ainda mais desafios de crescimento fora dos grandes
centros. Pesquisas da Akamai Technologies comprovam que cada segundo a mais no
carregamento de conteúdo online reduz em 16% a satisfação do visitante com uma
página web.
Em suma, fica evidente que o EAD no Brasil tem tendências positivas de crescimento. É preciso um suporte e investimentos nesses novos profissionais da área, pois eles vão formar pessoas que entrarão no mercado de trabalho em pouco tempo. Um censo crítico precisa ser formado em relação as novas tecnologias para não gerar aquilo que Winner (1987) chama de sonambulismo tecnológico, onde a sociedade se submete humildemente a cada nova exigência da tecnologia e utiliza sem questionar todo o produto, seja ele positivo ou negativo para uma melhora real. Por fim, existem um série de desafios a serem enfrentados para ter uma EAD de qualidade, tais como uma boa velocidade de internet e uma complexa rede de servidores com o intuito de evitar que o site fique sobrecarregado, agradando os usuários online.
REFERÊNCIAS
AGOSTINI, Vinícius. A experiência do usuário e os novos
desafios do E-learning no Brasil. 2016. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/a-experiencia-do-usuario-e-os-novos-desafios-do-e-learning-no-brasil/114652/>.
Acesso em: 03 nov. 2016.
ARAUJO, Rose. Educação
a Distância está em alta. 2016.
Disponível em:
<http://www.jcnet.com.br/Economia/2016/10/educacao-a-distancia-esta-em-alta.html>. Acesso em: 03 nov. 2016.
PORVIR. EAD
no Brasil corresponderá a 51% do mercado em 2023, diz pesquisa. 2016. Disponível em:
<http://noticias.universia.com.br/educacao/noticia/2016/10/18/1144687/ead-brasil-correspondera-51-mercado-2023-diz-pesquisa.html>.
Acesso em: 03 nov. 2016.
SCHINCARIOL, Juliana. Ensino a distância no Brasil pode
dobrar em 5 anos. 2014.
Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/brasil/ensino-a-distancia-no-brasil-pode-dobrar-em-5-anos/>.
Acesso
em: 03 nov. 2016.
WINNER, Langdon. La
ballena y el reactor. Barcelona:
Gedisa, 1987.
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