Avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem
Com a chegada da internet e de todas as
outras novas formas tecnológicas destinadas à comunicação, o professor que era
um intermediário de informações, acabou ficando sem mais tanto poder absoluto.
A grande demanda por avaliações de projetos de aprendizagem virtual à longa
distância tem requerido métodos que transcendem o campo da educação. A educação
em ambientes virtuais se refere a experiências de aprendizagem que utilizam
recursos hiper midiáticos em ambientes apoiados por uma tecnologia de
comunicação online. Este artigo busca mostrar um pouco dos métodos de avaliação
nesses ambientes virtuais, bem como os tipos de avaliações. Para ilustrar um pouco o que são ambientes virtuais de aprendizagem, aqui está um pequeno vídeo resumindo um pouco deste novo conceito.
A avaliação
pode ser definida como a aplicação sistemática de procedimentos metodológicos
para determinar, a partir dos objetivos propostos e com base em critérios
internos e/ou externos, a relevância, a efetividade e o impacto de determinadas
atividades com a finalidade de tomada de decisão. Na avaliação
de tecnologias, suas diversas definições contemplam, de acordo com Panerai e
Mohr (1989), as repercussões das tecnologias nos seus distintos níveis e o grau
de planejamento dessas repercussões, com destaque para a natureza benéfica ou
adversa das suas conseqüências. A avaliação,
nos contratos didáticos em construção, carece de ressignificação a partir de
olhares amplos que incidam em paisagens ainda pouco conhecidas. Na amplidão de
paisagens que anunciam possibilidades e compromissos, identificamos a
necessidade de se cultivar a paciência para aprender, o zelo em se distanciar
da massificação, o desapego às respostas, o olhar carinhoso às perguntas e a multiplicidade de opções na escolha de caminhos para aprendizagens
A avaliação
tem papel importante na formação de hábitos intelectuais, auxiliando os alunos
no mapeamento do que é mais importante o cotidiano escolar e no universo dos
estudos e das aprendizagens. Com ela, o professor explicita por onde seguir
seus sonhos educacionais e vocação.
A avaliação da
aprendizagem é a expressão dos fins que atribuímos à educação, das nossas
crenças epistemológicas e da forma como cuidamos do nosso poder de controle
sobre os alunos. Oferece abrigo às diversas manifestações da cultura escolar,
entre elas o culto ao armazenamento de conhecimentos.
Os tipos de
avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem podem tomar como base para sua
investigação as condições em que a aprendizagem se realiza (estrutura), os
modos pelos quais os estudantes são capazes de interagir sendo apoiados nas
suas atividades (processos) e o alcance dos objetivos e das metas propostos
(resultados).
Segundo Valcke
e Leeuw (2000), existem cinco tipos de avaliação:
1.
avaliação interna e análise de desempenho (inquéritos
e a construção de indicadores relacionados à atuação do aluno ao longo do curso);
2.
externa com enfoque no ambiente sociocultural (identificação
da formação de uma rede interinstitucional de recursos intelectuais e físicos e
a participação de agentes locais na constituição de comunidades de aprendizagem
vinculadas a canais de comunicação e interação);
3.
avaliação do ambiente de aprendizagem (abordagem
teórica que orienta a sua forma, as oportunidades oferecidas aos alunos para
discussão e trabalho em grupo);
4.
avaliação externa com abordagem dos coordenadores
e promotores/stakeholders (os objetos de estudo são a variedade de níveis, os
conflitos de interesses e o envolvimento dos responsáveis pelos cursos dentro
da proposta de EaD digital);
5.
e o quinto e último tipo que engloba outros métodos
e abordagens de avaliação, tais como a seleção e o uso de mídias adequadas à
EaD digital; avaliação da qualidade para garantia de disponibilidade de acesso,
igualdade de oportunidades, relevância e adequação dos cursos e dos materiais;
análise dos escores dos aprendizes, taxas de conclusão ou evasão.
Segundo
Benigno e Trentin (2000), na avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem, é
necessário dispor de dados sobre as características individuais dos
participantes, do ambiente de aprendizagem, da participação, da comunicação,
dos materiais e da tecnologia utilizados.
O método mais
utilizado na avaliação de cursos online é o uso de questionários. Os
questionários podem ser aplicados presencialmente, enviados pelo correio,
preenchidos online ou por telefone e apresentam as seguintes vantagens:
facilidade de codificação das respostas fechadas, rapidez na coleta dos dados,
uso de grandes amostras, menor custo de administração e processamento, uso de
abordagens padronizadas e taxas de retorno mais altas (Dixon, 2001).
Outro método
que pode-se destacar são as entrevistas de grupo focal. As entrevistas de grupo
focal têm sido empregadas nas avaliações de ambientes virtuais de aprendizagem
como uma técnica para coleta de dados qualitativos sobre percepções, crenças,
atitudes e ideias dos usuários de cursos online. Os grupos focais são
entrevistas estruturadas de grupo, conduzidas por um facilitador, nos quais as
pessoas compartilham suas visões em um espectro de questões. A realização de
grupos focais online, apesar de ser uma estratégia pouco utilizada no meio
acadêmico, apresenta as vantagens de maior congruência com o ambiente sob
estudo, maior facilidade de comunicação entre os participantes, maior igualdade
de participação na discussão, incluindo os estudantes com restrições de
distância e tempo, anonimato dos participantes, economia de custos e habilidade
para recrutar populações diversas e abordar temas controversos (Burton;
Goldsmith, 2002). As desvantagens dos grupos focais online estariam
relacionadas à perda de recursos verbais e não verbais durante a comunicação,
problemas de proteção da privacidade da discussão, alta taxa de não-comparecimento
entre os participantes, etc.
Existe ainda um método chamado de grid qualitativo que leva em conta número
de mensagens, características de interatividade das mensagens, extensão na qual
as mensagens cobrem os tópicos sugeridos e profundidade na qual os tópicos são
explorados de modo a avaliar qualidade da participação e conteúdo
Para se
definir o tipo de abordagem da avaliação de um curso em um ambiente virtual, é
preciso levar em consideração o tipo de proposta educacional e os interesses
dos grupos envolvidos. São necessários estudos que avaliem quais as propostas
pedagógicas que são adequadas às distintas necessidades dos provedores e
usuários, tomando como foco as potencialidades e limitações dos recursos
tecnológicos. A avaliação é um processo empírico e isso nunca pode ser
esquecido, pois a metodologia mais adequada será aquela que melhor se adequar
ao contexto e as condições do curso.
Ass.: Gabriel Bessa Maes.
REFERÊNCIAS
VALCKE, M. M., LEEUW, F. L. Evaluating digital distance learning programs and activities. Washington: World Bank
Institute, 2000.
BENIGNO, V.; TRENTIN, G. The evaluation of online courses. Journal of Computer Journal of Computer Assisted Learning, v.16, p. 59-70, 2000.
DIXON, J. Evaluation tools f tion tools for flexible deliver (workshop version). Melbourne: TAFE frontiers, 2001.
BURTON, L.; GOLDSMITH, D. The medium is the message: using online focus group to study online learning. New Britain:
Connecticut Distance Learning Consortium, 2002
Existe ainda um método chamado de grid qualitativo que leva em conta número de mensagens, características de interatividade das mensagens, extensão na qual as mensagens cobrem os tópicos sugeridos e profundidade na qual os tópicos são explorados de modo a avaliar qualidade da participação e conteúdo
Ass.: Gabriel Bessa Maes.
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