A ACESSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA: REFLEXÕES SOBRE A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Felipe Eduardo Gallina
Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem
1. Introdução
A acessibilidade na Educação a Distância
(EaD) constitui um dos pilares fundamentais para a democratização do ensino
superior no Brasil, especialmente no que diz respeito à inclusão de pessoas com
deficiência visual. O artigo “A Acessibilidade na Educação a Distância” discute
de forma aprofundada os desafios, avanços e responsabilidades institucionais
diante desse processo inclusivo.
O tema mostra-se relevante diante do
crescente número de cursos oferecidos na modalidade EaD e do compromisso legal
e social das instituições de ensino com práticas inclusivas. Assim, este
trabalho apresenta uma síntese crítica do artigo, articulando seus principais
pontos e relacionando-os ao contexto educacional contemporâneo.
2.1
Inclusão e mudanças conceituais
Os autores destacam que a inclusão de
pessoas com deficiência visual não se resume à garantia de acesso, mas exige o
reconhecimento das diferenças como parte da diversidade humana. O artigo aponta
a evolução histórica da terminologia, enfatizando o uso mais adequado de
“pessoas com deficiência”, alinhado às transformações sociais e às críticas
feitas por autores como Sassaki (2003) e Skliar (1999).
Além disso, evidencia-se que a inclusão
demanda romper com barreiras arquitetônicas, informacionais e atitudinais,
incluindo o enfrentamento do preconceito ainda presente no ambiente
universitário.
2.2
A Educação a Distância como oportunidade de inclusão
A EaD é apresentada como modalidade
capaz de ampliar o acesso ao ensino superior, especialmente por oferecer
flexibilidade temporal e romper barreiras geográficas. Conforme o artigo, sua
estrutura metodológica favorece a autonomia, o uso de recursos tecnológicos
acessíveis e a construção de ambientes mais inclusivos.
Entretanto, os autores ressaltam que a
EaD, por si só, não garante a inclusão: ela precisa ser planejada de forma
intencional, com estratégias e recursos adequados às necessidades dos
estudantes com deficiência visual.
2.3
Acessibilidade no ensino superior
Com base em pesquisas realizadas na
UDESC, o artigo revela que a principal queixa dos estudantes com deficiência
visual refere-se à falta de acessibilidade institucional. Isso envolve desafios
como:
·
ausência
de materiais adaptados,
·
plataformas
digitais pouco acessíveis,
·
falta
de formação docente,
·
carência
de políticas estruturadas.
O texto reforça que a universidade deve
assumir responsabilidade social e institucional, garantindo condições de
permanência e aprendizagem para esses estudantes.
2.4
Políticas e dispositivos legais
O artigo recupera importantes
dispositivos legais que fundamentam os direitos das pessoas com deficiência,
tais como:
·
Lei
nº 7.853/89,
·
Estatuto
da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),
·
Portaria
MEC nº 1.679/99,
·
Lei
nº 10.098/00.
Esses marcos normativos reforçam a
necessidade de adequação dos espaços educativos, incluindo ambientes virtuais,
garantindo assim acessibilidade plena e permanente.
O artigo analisado demonstra que a
inclusão de pessoas com deficiência visual na EaD vai além da oferta de cursos:
exige uma mudança estrutural, pedagógica e atitudinal dentro das instituições
de ensino superior. A acessibilidade deve ser compreendida como direito, e não
como favor ou adaptação pontual.
A Educação a Distância apresenta grande
potencial para promover a democratização do ensino, mas sua efetividade depende
de políticas institucionais consistentes, formação docente, tecnologias
acessíveis e práticas pedagógicas que respeitem a diversidade.
Assim, conclui-se que a reflexão
proposta pelos autores contribui significativamente para o fortalecimento de
iniciativas inclusivas, destacando a responsabilidade ética e social das
universidades na construção de um ambiente educacional verdadeiramente acessível.
4. Referências
SILVA, S. C.; BECHE, R. C. E.; SOUZA, M. V. A acessibilidade na educação a distância. ESUD 2011 – Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância, Ouro Preto, 2011.
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