Disciplina: Redes Sociais e Virtuais
O Poder das Redes Sociais na Educação
A aprendizagem colaborativa é baseada na ideia de que os alunos aprendem uns com os outros, contribuindo para o crescimento coletivo. Devido à sua natureza interativa, as redes sociais são plataformas ideais para fomentar essa colaboração. A presença social, que é o sentimento de estar conectado a um grupo, é fundamental para a colaboração eficaz, indo além da simples interação e promovendo a construção conjunta de conhecimentos (MURPHY, 2004).
Facebook como Ferramenta Educacional: Estudo de Caso
Um estudo foi realizado com 15 alunos do 12º ano em uma turma de Biologia, utilizando o Facebook como ferramenta educacional. A página "Biologia12" foi criada, juntamente com um grupo privado, para facilitar a interação entre os alunos. A página incluía diversas ferramentas, como fóruns de discussão, onde os alunos podiam compartilhar e debater temas relacionados ao currículo.
A professora atuou como mediadora nos fóruns, incentivando a participação e orientando as discussões. A interação nos fóruns foi analisada com base no modelo de colaboração de Murphy (2004), que avalia a colaboração em seis níveis: presença social, articulação de perspectivas individuais, acomodação de perspectivas alheias, coconstrução de perspectivas partilhadas, definição de objetivos comuns e produção de materiais colaborativos.
Resultados do Estudo
Cinco fóruns de discussão foram criados, abordando temas como mutações, organismos geneticamente modificados e doação de órgãos. No total, os fóruns geraram 144 mensagens. A análise das mensagens revelou que a maioria dos alunos articulou suas perspectivas individuais, mas houve menos evidências de acomodação e coconstrução de perspectivas.
Os resultados mostraram que os alunos estavam engajados na interação e na partilha de conhecimentos. No entanto, a transição para níveis mais avançados de colaboração, como a produção de materiais compartilhados, foi limitada. Este achado sugere que, embora as redes sociais facilitem a interação, estratégias adicionais podem ser necessárias para promover níveis mais altos de colaboração.
Conclusão
O uso do Facebook mostrou-se eficaz na promoção da interação e da aprendizagem colaborativa entre alunos do ensino secundário. No entanto, para maximizar seu potencial, é essencial desenvolver estratégias pedagógicas que incentivem a colaboração em níveis mais profundos. As redes sociais têm o potencial de transformar a educação, tornando-a mais interativa e colaborativa, se usadas de forma estratégica e direcionada.
Este estudo contribui para a compreensão de como as redes sociais podem ser integradas na educação para promover a aprendizagem colaborativa, destacando a importância de uma abordagem pedagógica que vá além da simples interação para alcançar uma verdadeira colaboração.
Referências
Minhoto, P., & Meirinhos, M. (2011). As redes sociais na promoção da aprendizagem colaborativa: um estudo no ensino secundário. Educação, Formação & Tecnologias, 4(2), 25-34 [Online], disponível a partir de http://eft.educom.pt.
MURPHY, E. Recognizing and promoting collaboration in an online asynchronous discussion. *British Journal of Educational Technology*, v. 35, n. 4, p. 421-431, 2004.
THOMPSON, E. P. *Costumes em Comum*. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
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