quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A dualidade dos aplicativos e redes sociais e a nova concepção de amizade

Aluno: Deni Julio de Medeiros Júnior

Matrícula: 17206812

Disciplina: Redes Sociais e Virtuais

Estamos em um cenário onde a tecnologia está presente na vida da maiorias das pessoas. Desta forma, com o surgimento de tantos aplicativos ao redor do mundo, a distância entre pessoas e serviços se torna cada vez menor, ou maior, dependendo do ponto de vista (veremos mais sobre isso a diante). É importante destacar que dentre os países emergentes, o Brasil é um dos grandes líderes quando o assunto são aplicativos. O autor Demartini (2019) aponta que os brasileiros passam cerca de três horas por dia em aplicativos, possuindo até 80 aplicativos em seus celulares. Ou seja, é um mercado em grande expansão.

Do ponto de vista corporativo, os aplicativos também permitem que as empresas realizem uma orientação digital para o cliente e obtenham vantagens competitivas por meio do fornecimento de experiências superiores ao cliente, dessa forma, os aplicativos de celulares são uma grande oportunidade de aumentar as vendas de produtos e serviços, pois os mesmos proporcionam uma enorme comodidade e facilidade. A sociedade está optando pelos aplicativos para atender às suas necessidades e isso tem se tornado um hábito no cotidiano das pessoas. Um exemplo são os aplicativos de fast-food (como iFood, UberEats, Rapi etc), que permitem ao usuário pedir que entreguem comida na sua residência, tudo isso através do celular. Da mesma forma, é possível a prestação de vários outros tipos de serviços que podem ser adquiridos através de aplicativos, como a venda de produtos, contratação de mão de obras específicas, plataformas de streamings e outros. Mas principalmente, um dos aplicativos mais famosos do mundo (WhatsApp e Telegram) focam no mais primordial das necessidades humanas: a fala, a comunicação, esta que muitas vezes é priorizada exclusivamente através dos aplicativos. Uma das estratégias utilizadas pelas empresas atualmente é justamente migrar seu negócio físico para o meio virtual, graças à era do omnichannel. Isso é uma estratégia adotada pelas organizações pois garante que a comunicação com seus clientes aconteça de vários canais e tornem sua experiência única e satisfatória, evitando possíveis crises. 

Em paralelo às potencialidades positivas das redes, Zygmunt Bauman reforça em suas filosofias a disparacidade entre a forma como as relações sociais são estruturas no ambiente pós-moderno, levando em consideração principalmente as redes sociais e nos remetendo à época onde elas não existiam. O sociólogo destaca que atualmente as pessoas usam o termo "amigo" para se referenciar a números em ambiente virtual, diferente de antigamente onde "amigo" era considerado um laço forte com outra pessoa, ou seja, houve uma resignificação da palavra. Antigamente o conceito de "redes" não existia, mas existia o de laços humanos e comunidades. Dessa forma: Para o autor, qual a diferença entre "rede" e "comunidade?"

A comunidade nos precede, nós nascemos em uma comunidade. Do outro lado, temos a rede. A rede é criada e mantida por duas atividades: conectar e desconectar, e acredita-se que a atratividade da rede social (e do novo tipo de "amigo") está precisamente nessas atividades, que é tão fácil conectar e desconectar. Obviamente a conexão é atrativa pois reforça a questão de status e abre possibilidades, porém o real atratativo está na desconexão. A maior facilidade está em desfazer amizades, pois não precisamos lidar com o trauma de discutir uma relação cara a cara, o que na internet basta-se apertar um simples botão. Com isso, esse comportamento angustia os laços humanos e perpetua um distanciamento social e ambíguo.

modernidade líquida é algo tão marcante na nossa sociedade que os aplicativos de relacionamento de hoje em dia são praticamente manifestações brutas do conceito do Bauman. Pessoas como vitrines e relações humanas descartáveis. Então é uma situação ambivalente, e consequentemente, um fenômeno curioso da pessoa solitária em uma multidão de pessoas solitárias, que com ele trazem dezenas de complicações psicológicas como depressão, ansiedade e distúrbios de imagem provocados pela percepção errônea do mundo. O que é real? O que é falso? Como equilibrar essa percepção nos aplicativos e redes sociais? Essas são perguntas para nos fazermos não somente enquanto administradores, mas também como seres humanos.

Deseja saber mais sobre modernidade líquida? Veja esse vídeo! =D


DEMARTINI, Felipe. Mercado de apps deve movimentar US$ 6,3 trilhões até 2021. Canaltech. 2019. Disponível em: <https://canaltech.com.br/apps/mercado-de-apps-deve-movimentar-us-63-trilhoes-ate-2021-133229/>. Acesso em: 27 Abr. 2021.

PILLER, F; SCHUBERT, P; KOCH, M; MÖSLEIN, K. Overcoming mass confusion: collaborative customer co-design in online communities. Journal of Computer-Mediated Communication, v. 10, n. 4, July 2005

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário