domingo, 29 de maio de 2022

Os desafios do ensino remoto durante a pandemia do COVID - 19


Departamento de Ciências da Administração
Disciplina: EGC5019 - Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Docente: Marcio Vieira de Souza
Discente: Adriara Cesconeto Pereira - 18200657    

     Com o surgimento da pandemia do Corona Vírus no início do ano de 2020, as escolas e universidades tiveram, ou pelo menos tentaram se adaptar ao que já conhecemos como Ensino à Distância (EaD). Tudo aconteceu de forma muito rápida e repentina, ninguém estava esperando ou prevendo o que iria acontecer, com isso podemos considerar que nossa educação brasileira não estava preparada para suspender as aulas e migrar totalmente o ensino presencial para ensino virtual. Naquele momento a coisa mais correta a se fazer era cumprir o isolamento social para evitar a propagação do vírus, porém, o ensino remoto em caráter de emergência não conseguiu atender toda a população estudantil brasileira.

     Antes de seguir com a abordagem do tema principal deste artigo, é preciso esclarecer a diferença que existe entre o Ensino à Distância (EaD) e o ensino remoto que foi instalado na pandemia, no qual podemos chamar de Ensino Remoto Emergencial (ERE), devido ao cenário que estávamos vivenciando naquele período. Podemos definir o EaD como "Uma modalidade de ensino consolidada teórica e metodologicamente. Possui uma estrutura política e didático-pedagógica que vai além dos momentos síncronos e assíncronos do ensino remoto, além de ser um sistema reconhecido pelo MEC." Já o ERE ‘’Diz respeito às atividades de ensino mediadas por tecnologias, mas orientadas pelos princípios da educação presencial" ou seja, nessa modalidade de ensino, os alunos continuam tendo as aulas virtuais no mesmo horário que aconteceriam as aulas presenciais, respeitando a carga horária prevista no normativo institucional.  

      Dentre os diversos desafios enfrentados pelo o ensino remoto durante a pandemia, o presente artigo vai enfatizar alguns pontos:

  1. A falta de materiais apropriados para acompanhamento do ensino, tais como: computador e celular. Como também a falta de internet na residência dos alunos;
  2. Questões psicológicas e emocionais;
  3. Alunos que vivem em áreas distantes e rurais;
  4. Aumento da carga de trabalho dos professores.

           Os meios eletrônicos, como celulares e computadores são bens de consumo caros, que por conta do valor impossibilitam que todos tenham acesso e condições financeiras para adquiri-los. Segundo Zarak, 2020 “Apenas 42% das casas brasileiras tem computador; 85% dos usuários de internet das classes D e E acessam à rede exclusivamente pelo celular e somente 13% se conectam tanto pelo aparelho móvel quanto pelo computador”. Uma pesquisa feita pelo o Instituto Locomotiva mostrou que mais de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à internet. A falta de conhecimento sobre a internet, a instabilidade do sinal, a velocidade lenta e questões financeiras são os principais motivos para a impossibilidade do acesso à internet.

Fonte: G1

           Ter que mudar de forma drástica a rotina e se adequar ao novo método de ensino é algo muito difícil, além do mais quando essa mudança vem acompanhada de outros fatores: uma pandemia mundial, a preocupação com a contaminação, medo da perca de familiares e amigos, isolamento social. Para enfrentar todas essas questões, o lado psicológico e emocional do ser humano é de extrema importância e cuidado. Se manter firme nos estudos durante o ensino remoto exige determinação pois pode acabar resultando em danos no processo de aprendizagem. Não estar todos os dias em contato físico com professores e colegas pode acabar resultado em um problema muito presente no Brasil, conhecido como evasão ou abandono escolar. “Além disso, muitos professores e alunos precisam lidar com a morte de familiares e amigos, ou com o medo de perder pessoas próximas que estão internadas” (Morales, 2020).

Fonte: G1



            Os professores passaram a ter uma responsabilidade maior de trabalho, pois precisavam planejar as aulas, gravar vídeos, criar conteúdos e principalmente, elaborar estratégias que possam facilitar o entendimento por parte do aluno do assunto estudado. Além disso, muitos professores precisaram conciliar o trabalho com algumas atividades de casa pois tem suas famílias e precisavam ajudar seus filhos que também estavam vivenciando o ensino remoto causado pela a pandemia. Acabou sendo um desafio também para aqueles professores que não possuíam tanta familiaridade com a tecnologia, e que por conta disso acabaram tendo que desenvolver suas habilidades para que esse recurso não se tornasse um problema mas que fosse um meio positivo de transferir o conhecimento para os alunos. 

            No caso da nossa Universidade Federal de Santa Catarina, demandou um maior tempo de estudo e adaptação para o formato remoto. Para o Conselho Universitário, o foco principal era de que nenhum estudante fosse deixado para trás ou que perdesse a oportunidade de continuar com os seus estudos. Foram cerca de 1.400 computadores emprestados a alunos e concedidas 600 bolsas para aquisição de pacotes de dados de acesso à internet, e cerca de 400 chips distribuídos. Mais de 90% disciplinas conseguiram ser adaptadas ao novo formato. Em números, a UFSC ofereceu 3.638 disciplinas no primeiro semestre remoto da Graduação (2020.1) e 3.680 disciplinas no semestre de 2020.2.

          No quesito educacional, podemos afirmar que a pandemia global causada pelo corona vírus nos mostrou como a desigualdade ainda está muito presente no nosso país. O Brasil precisa de investimentos fortes na educação, principalmente nas regiões mais pobres que acabam sendo excluídas, ou que por muitas vezes passam despercebidas pelos olhos do governo. Em algumas cidades da China e da França, o acesso à internet é gratuito, qualquer cidadão que precise se conectar pode utilizar a rede, onde o sinal fornecido é de qualidade e funciona em diversas áreas das cidades. Investir em materiais e computadores, bem como em treinamentos que permitam que professores se capacitem e aprimorem cada vez mais a sua forma de lecionar. Com certeza seriam iniciativas muito importantes e que trariam uma crescente positiva para os números brasileiros na educação.

         Referências: 

       IFAL. Profissionais explicam a diferença entre ensino a distância e ensino remoto. Disponível em: <https://www2.ifal.edu.br/noticias/profissionais-explicam-a-diferenca-entre-ensino-remoto-e-ensino-a-distancia> Acesso em: 29 de maio de 2022. 

        G1. Falta de internet na casa dos alunos dificultou ensino remoto em 8 de cada 10 escolas, aponta levantamento do Cetic. Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/2021/08/31/pesquisa-cetic-ensino-pandemia.ghtml> Acesso em: 29 de maio de 2022. 

 G1. Estudante adapta 'sala' em cima de árvore para acompanhar aulas remotas. Disponível em: <https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2021/03/14/estudante-adapta-sala-em-cima-de-arvore-para-acompanhar-aulas-remotas-no-pa-construindo-um-sonho.ghtml> Acesso em: 29 de maio de 2022. 

G1. Mais de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à internet, diz pesquisa. Disponível em: <https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2022/03/21/mais-de-33-milhoes-de-brasileiros-nao-tem-acesso-a-internet-diz-pesquisa.ghtml> Acesso em: 29 de maio de 2022. 

Notícias da UFSC. Um ano depois: transição para o ensino remoto exigiu superação de desafios e criatividade. Disponível em: <https://noticias.ufsc.br/2021/03/um-ano-depois-transicao-para-o-ensino-remoto-exigiu-superacao-de-desafios-e-criatividade/>. Acesso em: 29 de maio de 2022. 


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