sexta-feira, 16 de abril de 2021

A EXPORTAÇÃO DE CULTURA VIA REDES SOCIAIS

A EXPORTAÇÃO DE CULTURA VIA REDES SOCIAIS

Aluna: Laura Eugênia Corrêa da Silveira
Matrícula: 20103845
Disciplina: Redes Sociais e Virtuais

Não é novidade alguma a pratica de exportar cultura pelo mundo, já nos anos durante a Guerra Fria o mundo pode presenciar uma constante propaganda do American Way Of Life, através principalmente do cinema dos anos 1950, o estilo de vida americano foi disseminando em massa por todos os cantos deste planeta.

O modo de viver em qualquer cultura é revelado não por aquilo que é dito ou escrito emocionalmente sobre isto porque se gosta ou não, mas através da análise de certos indicadores. Entre aqueles normalmente validados por cientistas sociais, têm-se a imprensa – e suas modernas variações como rádio e televisão –, livros e revistas mais comumente lidas, esportes e entretenimento, música, artes, teatro, [...] cinema [...], divórcio e a permanência em casa, boas ou más maneiras, [...] educação, [...] religião [...]. Se alguém examinar algum destes indicadores desapaixonadamente, objetivamente, vai rapidamente descobrir o que é o modo americano de viver nesta metade do século XX. (BELL, 2001:12)


Portanto, é oportuno compreender a importância da mídia nesse movimento e todos os benefícios que ele gerou ao país, a crescente economia e a grande curiosidade das pessoas em experimentar a vida no país.

No século XXI, com a evolução das tecnologias e a introdução das redes sociais, outro fenômeno esta em crescente, a Hallyu Wave, que para Kim (2012, p. 2) teve destaque no governo de Lee Myungbak (2002- 2006), em que o objetivo seria redefinir a reputação nacional e valorizar a Nation Branding. Para um país pequeno essa seria a melhor oportunidade de crescer, não somente no continente asiático, como também expandir sua força para o ocidente, que por anos foi dono de todas as atenções. A “Onda Coreana” pode ser separada em estágios, estando atualmente no seu auge.

A Coreia do Sul está cada vez mais se posicionando como um fenômeno extraordinário de cultura e entretenimento, exportando músicas, seriados de TV, cartoons, dramas transmitidos pela internet, filmes exibidos em cinemas tradicionais, jogos digitais e coreografias. Só em 2018, essa onda cultural garantiu uma renda para o país superior a US$ 7,4 bilhões. (ROMILDO, 2019)


Sendo assim, é preciso também mencionar a grande força do K-pop, um gênero musical que dificilmente alguém não tenha pelo menos ouvido falar, o K-pop é “patrocinado” pelo próprio governo coreano “O Ministério da Cultura teve verba reforçada e ganhou setor dedicado à cultura popular, depois apelidado “departamento de k-pop” (ORTEGA, 2019), que viu na musica uma forma de exportação cultural, no qual segundo o jornalista Ortega (2019), já movimenta 4,7 bilhões de dólares todos anos, além disso, a entrada das produções midiáticas coreanas no mundo ocidental está em peso com os k-dramas e os filmes (vale destacar, Parasita sendo o primeiro filme estrangeiro a ganhar um Oscar de melhor filme).  Um país homogêneo se vê nos dias atuais recebendo mais e mais estrangeiros todos os dias, conhecendo sua comida, consumindo seus produtos e principalmente movendo sua economia.



É inegável a força da cultura coreana presente nas redes sociais, o país se beneficia da divulgação sem precisar de grandes esforços, pois conta com milhares de usuários dispostos a divulgar e propagar a sua cultura. A principal rede usada é o Twitter, no qual você pode encontrar em toda postagem fancam’s (exemplo abaixo), que podem ser extremamente irritantes, porém também muito eficazes, uma vez visualizadas desperta interesse na música ou na dança do vídeo em questão




Por fim, é possível concluir que a divulgação da cultura ficou mais fácil com as redes sociais, a China começa a tentar o mesmo feito, mesmo que ainda em pequenas proporções, por ser inegável a vantagem de ser uma nação, na qual influencia modas, o que as pessoas assistem, ouvem e consumem, um país pode se beneficiar de diversas maneiras deste recurso e expandir suas fronteiras, a Coreia do Sul utilizada como exemplo neste trabalho, já colhe seus frutos e está se tornando um grande influenciador do sudeste asiático e do ocidente, com pessoas sonhando em viver o “Korean Way Of Life”. 

Curiosidade: abaixo um vídeo de um grupo sul coreano fazendo uma apresentação na tão fechada Coreia do Norte, curioso e até engraçado a plateia não demonstrar praticamente nenhuma reação.


REFERÊNCIAS

BELL, Bernard Iddings. Crowd culture – an examination of the American Way of Life. 4. ed. Washington/USA: ISI Books, 2001. [1952]  

CARVALHO, Fernanda Vieira. HALLYU WAVE: a cultura como mecanismo de soft-power sul coreano. Estado e Sociedade Frente As Questões Sociais, [S.L.], p. 10-21, 21 nov. 2019. Atena Editora. http://dx.doi.org/10.22533/at.ed.0141921112.

KIM, Hwajung. The Importance of Nation Brand. Cultural Diplomacy, nov 2012.

ORTEGA, Rodrigo. K-pop é poder: como coreia do sul investiu em cultura e colhe lucro e prestígio de ídolos como bts. Como Coreia do Sul investiu em cultura e colhe lucro e prestígio de ídolos como BTS. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2019/05/23/k-pop-e-poder-como-coreia-do-sul-investiu-em-cultura-e-colhe-lucro-e-prestigio-de-idolos-como-bts.ghtml. Acesso em: 01 abr. 2021.

ROMILDO, José. Coreia do Sul se posiciona como um gigante cultural no mundo. 2019. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2019-11/coreia-do-sul-se-posiciona-como-um-gigante-cultural-no-mundo. Acesso em: 01 abr. 2021.



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