domingo, 4 de novembro de 2018

Qual Serviço Devemos Escolher Entre uma Incubadora ou Aceleradora?

Qual Serviço Devemos Escolher Entre uma Incubadora ou Aceleradora?

Por: David Rosa Mendonça (14203391)

                Sabemos que abrir uma startup hoje está quase se tornando uma moda. E para atender esta nova demanda de mercado, a quantidade de incubadoras e aceleradoras aumentou consideravelmente. Temos uma idade média de 3,5 anos para aceleradoras por exemplo (ABREU e CAMPOS, 2016), e temos incubadoras que são antigas, como por exemplo a incubadora CELTA, localizada em Florianópolis e criado no ano de 1986, “como resposta aos anseios de desenvolvimento da capital catarinense e com o objetivo de viabilizar um promissor setor econômico, aproveitando os talentos e o conhecimento gerados pela Universidade Federal de Santa Catarina”. O presente trabalho visa apontar os benefícios percebidos por quem está participando ou já participou de um programa de aceleração, bem como apontar as principais limitações e críticas destes programas.


Incubar ou Acelerar?

            Quando deparados com estas duas opções de programas, muitos empreendedores não sabem qual escolher. Muitas pessoas conhecem certos arquétipos de incubadoras e de aceleradoras. Na primeiras, muitos conhecem como a opção de se iniciar uma ideia para depois, numa fase mais madura da organização, escolher o programa de uma aceleradora para gerar interações no mercado. Entretanto, muitos programas de incubadoras e aceleradoras se confundem, com um praticando os mesmos serviços que o outro (MARUYAMA, 2017).
No momento que temos uma ideia ou um empreendimento em andamento devemos escolher a opção de incubar ou acelerar? Para responder esta pergunta, um estudo foi realizado comparando as propostas de valor prescritas em programas de incubação ou aceleração, com aquilo que as startups realmente percebem. As startups apontaram também limitações dos programas que participaram, mostrando que não são apenas vantagens que podemos encontrar nesses ambientes.
Para entender mais sobre o que será falado no próximo parágrafo, é importante entender as diferenças entre os serviços de uma incubadora e aceleradoras.


As diferenças entre uma aceleradora e uma incubadora

De forma geral, segundo MARUYAMA (2017), as incubadoras antecedem as aceleradoras, servindo como um ambiente de amadurecimento dos empreendedores, bem como a maturação da ideia do empreendedor. Em contrapartida, segundo mesmo autor, as aceleradoras visam cobrir os gaps que não foram desenvolvidas no programa de incubação, como por exemplo competências essenciais que os fundadores devem ter, bem como auxílio na captação de recursos para o empreendimento e maiores interações com o mercado alvo do negócio.
Estas definições seguem os arquétipos construídos na literatura, ou seja, por aquilo que as incubadoras e aceleradoras dizem fazer. Mas será que aquilo que dizem cumprir de suas propostas de valor, realmente é benéfico e percebido pelas startups?


O prescrito pelos Programas de Incubação e Aceleração Versus o Percebido pelas Startups

            Apesar dos arquétipos construídos pela literatura, os programas de incubação e aceleração são muito parecidos e muitas vezes geram confusão naqueles que procuram por estes serviços. Entretanto, na pesquisa realizada por MARUYAMA (2017), aquilo que é prescrito nos sites dos programas ou editais, muitas vezes apresentam disparidade com o que é percebido conforme os empreendedores participam do programa. Para as startups, os principais benefícios percebidos nos programas de incubadoras são:
 “Uma infraestrutura básica na qual possam conectar-se com outros empreendimentos em etapas similares de desenvolvimento e poder estar próximo a áreas de fácil acesso para profissionais qualificados, como as universidades e centros de pesquisas” (MARUYAMA, 2017, p. 142-143).


            Já no caso das aceleradoras, os principais benefícios percebidos pelas startups são:
         “As aceleradoras trazem um aporte financeiro (ou contato com investidores), com forte apelo em validação do produto pelo mercado em um programa intensivo em acompanhamento. Ademais, a rede de contatos e as mentorias são vistas como um grande benefício oferecido pelas aceleradoras no contato tanto com fornecedores quanto com outros clientes” (MARUYAMA, 2017, p. 144-145).


As Limitações Percebidas

            No estudo mesmo estudo realizado por MARUYAMA (2017), as startups tiveram a oportunidade de apontar limitações encontradas nos programas de aceleração e incubação que participaram. No caso das incubadoras, as limitações percebidas foram:
         “As organizações também compartilham limitações, como o fato de adotarem programas que tratam da mesma forma startups com modelos de negócios diferentes em momentos distintos de desenvolvimentos, limitando o potencial de entrega de valor dessas organizações, como também de captura de recursos por parte das startups” (MARUYAMA, 2017, p. 142).

            No caso das aceleradoras, as principais críticas apontadas foram:
         “Uma das principais críticas ao modelo se refere às contrapartidas do processo de aceleração, seja na forma de participação acionária, seja na presença obrigatória em diversas atividades, por mais que estas nada tenham a acrescentar ao negócio acelerado. A aceleração também foi questionada por ser um modelo excludente e pouco customizado” (MARUYAMA, 2017, p. 144).

Apesar dos programas serem parecidos, as incubadoras e aceleradoras possuem benefícios distintos, que valem ser levados em consideração quando o empreendedor estiver procurando por este tipo de serviço. Vale também a leitura do artigo completo para uma informação mais completa desse ambiente inovador que está constantemente em agitação.

Referências

ABREU, P. R. M.; CAMPOS, N. M. O PANORAMA DAS ACELERADORAS DE STARTUPS NO BRASIL. FGV. São Paulo, p. 49. 2016. (ISBN-13: 978-1533455567, ISBN-10: 1533455562).

MARUYAMA, F. M. Incubar ou acelerar? Análise sobre o valor entregue para as startups pelas incubadoras e aceleradoras de negócios. São Paulo, p. 335, 2017.


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