Qual Serviço Devemos Escolher Entre
uma Incubadora ou Aceleradora?
Por: David Rosa Mendonça (14203391)
Sabemos que abrir uma startup
hoje está quase se tornando uma moda. E para atender esta nova demanda de
mercado, a quantidade de incubadoras e aceleradoras aumentou consideravelmente.
Temos uma idade média de 3,5 anos para aceleradoras por exemplo (ABREU e CAMPOS, 2016) , e temos incubadoras
que são antigas, como por exemplo a incubadora CELTA, localizada em Florianópolis
e criado no ano de 1986, “como resposta aos anseios de desenvolvimento da
capital catarinense e com o objetivo de viabilizar um promissor setor
econômico, aproveitando os talentos e o conhecimento gerados pela Universidade
Federal de Santa Catarina”. O presente trabalho visa apontar os
benefícios percebidos por quem está participando ou já participou de um
programa de aceleração, bem como apontar as principais limitações e críticas
destes programas.
Incubar ou Acelerar?
Quando deparados com estas duas
opções de programas, muitos empreendedores não sabem qual escolher. Muitas
pessoas conhecem certos arquétipos de incubadoras e de aceleradoras. Na
primeiras, muitos conhecem como a opção de se iniciar uma ideia para depois,
numa fase mais madura da organização, escolher o programa de uma aceleradora
para gerar interações no mercado. Entretanto, muitos programas de incubadoras e
aceleradoras se confundem, com um praticando os mesmos serviços que o outro (MARUYAMA, 2017) .
No
momento que temos uma ideia ou um empreendimento em andamento devemos escolher
a opção de incubar ou acelerar? Para responder esta pergunta, um estudo foi
realizado comparando as propostas de valor prescritas em programas de incubação
ou aceleração, com aquilo que as startups realmente percebem. As startups
apontaram também limitações dos programas que participaram, mostrando que não
são apenas vantagens que podemos encontrar nesses ambientes.
Para
entender mais sobre o que será falado no próximo parágrafo, é importante
entender as diferenças
entre os serviços de uma incubadora e aceleradoras.
As diferenças entre uma aceleradora e uma
incubadora
De
forma geral, segundo MARUYAMA (2017), as incubadoras antecedem as aceleradoras,
servindo como um ambiente de amadurecimento dos empreendedores, bem como a
maturação da ideia do empreendedor. Em contrapartida, segundo mesmo autor, as
aceleradoras visam cobrir os gaps que
não foram desenvolvidas no programa de incubação, como por exemplo competências
essenciais que os fundadores devem ter, bem como auxílio na captação de
recursos para o empreendimento e maiores interações com o mercado alvo do
negócio.
Estas
definições seguem os arquétipos construídos na literatura, ou seja, por aquilo
que as incubadoras e aceleradoras dizem fazer. Mas será que aquilo que dizem cumprir
de suas propostas de valor, realmente é benéfico e percebido pelas startups?
O prescrito pelos Programas de Incubação e
Aceleração Versus o Percebido pelas Startups
Apesar
dos arquétipos construídos pela literatura, os programas de incubação e
aceleração são muito parecidos e muitas vezes geram confusão naqueles que
procuram por estes serviços. Entretanto, na pesquisa realizada por MARUYAMA
(2017), aquilo que é prescrito nos sites dos programas ou editais, muitas vezes
apresentam disparidade com o que é percebido conforme os empreendedores
participam do programa. Para as startups, os principais benefícios percebidos nos
programas de incubadoras são:
“Uma infraestrutura básica na qual possam
conectar-se com outros empreendimentos em etapas similares de desenvolvimento e
poder estar próximo a áreas de fácil acesso para profissionais qualificados,
como as universidades e centros de pesquisas” (MARUYAMA, 2017, p. 142-143) .
Já no caso das aceleradoras, os
principais benefícios percebidos pelas startups são:
“As aceleradoras trazem um aporte financeiro
(ou contato com investidores), com forte apelo em validação do produto pelo mercado
em um programa intensivo em acompanhamento. Ademais, a rede de contatos e as
mentorias são vistas como um grande benefício oferecido pelas aceleradoras no
contato tanto com fornecedores quanto com outros clientes” (MARUYAMA, 2017, p. 144-145) .
As Limitações Percebidas
No
estudo mesmo estudo realizado por MARUYAMA (2017), as startups tiveram a
oportunidade de apontar limitações encontradas nos programas de aceleração e
incubação que participaram. No caso das incubadoras, as limitações percebidas
foram:
“As organizações também compartilham
limitações, como o fato de adotarem programas que tratam da mesma forma
startups com modelos de negócios diferentes em momentos distintos de desenvolvimentos,
limitando o potencial de entrega de valor dessas organizações, como também de
captura de recursos por parte das startups” (MARUYAMA, 2017, p. 142) .
No caso das aceleradoras, as principais
críticas apontadas foram:
“Uma das principais críticas ao modelo se
refere às contrapartidas do processo de aceleração, seja na forma de
participação acionária, seja na presença obrigatória em diversas atividades,
por mais que estas nada tenham a acrescentar ao negócio acelerado. A aceleração
também foi questionada por ser um modelo excludente e pouco customizado” (MARUYAMA,
2017, p. 144) .
Apesar
dos programas serem parecidos, as incubadoras e aceleradoras possuem benefícios
distintos, que valem ser levados em consideração quando o empreendedor estiver procurando
por este tipo de serviço. Vale também a leitura do artigo completo para uma
informação mais completa desse ambiente inovador que está constantemente em
agitação.
Referências
ABREU, P. R. M.; CAMPOS, N. M. O PANORAMA DAS ACELERADORAS DE
STARTUPS NO BRASIL. FGV. São Paulo, p. 49. 2016. (ISBN-13:
978-1533455567, ISBN-10: 1533455562).
MARUYAMA, F. M. Incubar
ou acelerar? Análise sobre o valor entregue para as startups pelas
incubadoras e aceleradoras de negócios. São Paulo, p. 335, 2017.
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