sábado, 10 de novembro de 2018

Bitcoin como meio de pagamento


   O Bitcoin é descrito por seu criador, Satoshi Nakomoto,  como sendo, em sua essência, uma versão peer-to-peer do dinheiro eletrônico, que permite pagamentos online sem a necessidade de um intermediário financeiro, como são os bancos. Porém, somente 0.5% dos Bitcoins em circulação são utilizados para efetuar pagamentos.

   O portal de notícias G1 por meio de uma reportagem demonstrou que além da dificuldade de encontrar estabelecimentos que aceitam Bitcoins como forma de pagamento, as compras acabam ficando mais caras devido as taxas de processamento cobradas para a movimentação dos Bitcoins. Como o processamento de Bitcoins por meio de blockchain é limitado, é comum o uso de tarifas para incentivar os mineradores a processar as movimentações, e essas taxas são dinâmicas, ou seja, quanto mais demanda maiores serão as taxas.


   Além de ser mais caro, as transações em Bitcoin não podem ser revertidas, o que gera um problema quando um comerciante, ou, comprador precisar estornar uma compra.

   Outro fator que impossibilita o uso de Bitcoins como meio de pagamento e de transações financeiras normais, são os seus altos movimentos especulativos. Serial muito desagradável, para dizer o mínimo, que a cotação do Bitcoin caísse algo em torno de 23%, como acontecido em janeiro deste ano, um dia após receber o salário. Claro, que o a criptomoeda pode valer muito hoje, mas não se sabe quando o seu preço pode sofrer um tombo, e essa falta de segurança torna a substituição de moedas fiduciárias por moedas virtuais improvável.

   Mas se então o Bitcoin não é usado para o seu objetivo inicial, um meio peer-to-peer de pagamento, o que os mais de 1,4 milhões de brasileiros cadastrados nas três maiores casas de câmbio de Bitcoins estão fazendo? Essas pessoas, em sua maioria, estão investindo em Bitcoins, e não usando como forma de pagamentos.  

   Quem comprou Bitcoins em 1º de janeiro de 2017 valorizou seu investimento em 339% até agosto do mesmo ano.


   Mas para muitos investidores como Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street, o Bitcoin não gera valor, a sua variação de preço é toda baseada no próximo investidor, sempre haverá um novo investidor para comprar o Bitcoin a um preço mais alto. Bill Gate segue na mesma linha de pensamento que Belfort: “Como uma classe de ativos, você não está produzindo nada e então você não deve esperar que ela suba. É um tipo de caso puro da Teoria do Idiota Maior".

   Frente ao movimento especulativo do Bitcoin, é importante se lembrar da teoria de Dow, que diz que movimentos de euforia no mercado, altas fortes no preço dos ativos de maneira repentina, dão lugar a movimentos de baixa, também de maneira forte e repentina. Com isso, as primeiras pessoas que entraram no investimento, enquanto o mesmo não estampava capas de grandes jornais e revistas, realizaram lucro, enquanto os últimos compradores amargam perdas.

   Sendo assim, percebe-se que o Bitcoin, atualmente, não serve para o seu objetivo principal, mas sim como um tipo de investimento altamente especulativo. Mas essa onda de criptomoedas fez com que todos refletissem sobre a questão fundamental e o futuro do dinheiro. Não se sabe se em 10 anos todas as transações financeiras serão feitas em Bitcoins, mas talvez exista outra criptomoeda adotada que cumpra o objetivo de pagamentos digital.







 Referências 

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