O Bitcoin é descrito por seu
criador, Satoshi Nakomoto, como sendo,
em sua essência, uma versão peer-to-peer do dinheiro eletrônico, que permite
pagamentos online sem a necessidade de um intermediário financeiro, como são os
bancos. Porém, somente 0.5% dos Bitcoins em circulação são utilizados para
efetuar pagamentos.
O portal de notícias G1 por meio
de uma reportagem demonstrou que além da dificuldade de encontrar
estabelecimentos que aceitam Bitcoins como forma de pagamento, as compras
acabam ficando mais caras devido as taxas de processamento cobradas para a
movimentação dos Bitcoins. Como o processamento de Bitcoins por meio de blockchain
é limitado, é comum o uso de tarifas para incentivar os mineradores a processar
as movimentações, e essas taxas são dinâmicas, ou seja, quanto mais demanda
maiores serão as taxas.
Além de ser mais caro, as
transações em Bitcoin não podem ser revertidas, o que gera um problema quando
um comerciante, ou, comprador precisar estornar uma compra.
Outro fator que impossibilita o
uso de Bitcoins como meio de pagamento e de transações financeiras normais, são
os seus altos movimentos especulativos. Serial muito desagradável, para dizer o
mínimo, que a cotação do Bitcoin caísse algo em torno de 23%, como acontecido
em janeiro deste ano, um dia após receber o salário. Claro, que o a criptomoeda
pode valer muito hoje, mas não se sabe quando o seu preço pode sofrer um tombo,
e essa falta de segurança torna a substituição de moedas fiduciárias por moedas
virtuais improvável.
Mas se então o Bitcoin não é
usado para o seu objetivo inicial, um meio peer-to-peer de pagamento, o que os
mais de 1,4 milhões de brasileiros cadastrados nas três maiores casas de câmbio
de Bitcoins estão fazendo? Essas pessoas, em sua maioria, estão investindo em
Bitcoins, e não usando como forma de pagamentos.
Quem comprou Bitcoins em 1º de
janeiro de 2017 valorizou seu investimento em 339% até agosto do mesmo ano.
Mas para muitos investidores como
Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street, o Bitcoin não gera valor, a sua variação
de preço é toda baseada no próximo investidor, sempre haverá um novo investidor
para comprar o Bitcoin a um preço mais alto. Bill Gate segue na mesma linha de
pensamento que Belfort: “Como uma classe de ativos, você não está produzindo
nada e então você não deve esperar que ela suba. É um tipo de caso puro da
Teoria do Idiota Maior".
Frente ao movimento especulativo
do Bitcoin, é importante se lembrar da teoria de Dow, que diz que movimentos de
euforia no mercado, altas fortes no preço dos ativos de maneira repentina, dão
lugar a movimentos de baixa, também de maneira forte e repentina. Com isso, as
primeiras pessoas que entraram no investimento, enquanto o mesmo não estampava
capas de grandes jornais e revistas, realizaram lucro, enquanto os últimos compradores
amargam perdas.
Sendo assim, percebe-se que o
Bitcoin, atualmente, não serve para o seu objetivo principal, mas sim como um
tipo de investimento altamente especulativo. Mas essa onda de criptomoedas fez
com que todos refletissem sobre a questão fundamental e o futuro do dinheiro.
Não se sabe se em 10 anos todas as transações financeiras serão feitas em
Bitcoins, mas talvez exista outra criptomoeda adotada que cumpra o objetivo de
pagamentos digital.
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